HISTEDBR - Grupo de Estudos e Pesquisas
"História, Sociedade e Educação no Brasil"
* permitido o uso e reprodução para fins
educacionais
Digitação elaborada por Luciana Aparecida da
Silva
O Método Pedagógico dos Jesuítas
O "Ratio Studiorum"
Organização e Plano de Estudos da
Companhia de Jesus.
Regras do Provincial
1.
1. Objetivo dos
estudos na Companhia. – Como um dos ministérios mais
importantes da nossa Companhia é ensinar ao próximo todas as disciplinas
convenientes ao nosso Instituto, de modo a levá-lo ao conhecimento e amor do
Criador e Redentor nosso, tenha o Provincial como dever seu zelar com todo
empenho para que aos nossos esforços tão multiformes no campo escolar
corresponda plenamente o fruto que exige a graça da nossa vocação.
2.
2. Prefeito geral
dos estudos. – Para este fim, ao Reitor não só o recomende
insistentemente no Senhor, mas lhe dê, como Prefeito de estudos ou Cancelário,
um homem bem versado nas letras e nas ciências, qualificado pelo seu zelo e
discrição para os desempenho das incumbências que lhe forem confiadas e cuja
função será a de instrumento geral do Reitor na boa ordenação dos estudos. A ele, com a devida humildade, deverão
obedecer aos professores e todos os escolásticos, tanto os que se acham no
mesmo Colégio quanto os que porventura vivem em internatos ou seminários de
alunos, e ainda os prefeitos de estudos nos seminários, em tudo quanto aos
estudos se refere.
3.
3. Prefeito de
estudos inferiores e da disciplina. – No caso em que,
pela extensão e variedade do trabalho escolar, não bastar um Prefeito para a
direção de todas as aulas, poderá o Provincial nomear outro que, sob as ordens
do Prefeito Geral, cuidará dos estudos inferiores; e ainda, se o exigirem as
circunstâncias, um terceiro, incumbido da disciplina.
4.
4. Seleção dos
Professores. – Com grande antecedência proveja os professores
de cada faculdade, observando os eu em cada disciplina parecem mais
competentes, os mais eruditos, aplicados e assíduos, os mais zelosos pelo
progresso dos alunos não só nas aulas senão também nos outros exercícios
literários.
5.
5. Sagrada Escritura
e respectivo professor. – Com grande zelo promova o estudo de
Sagrada Escritura; e o conseguirá, se para este ofício escolher homens não só
conhecedores de línguas (o que é de primeira necessidade), mas ainda versados
na teologia e nas demais ciências, na história e outros ramos do saber e, se
possível, também eloqüentes.
6.
6. Estudantes e
tempo. – As lições de Sagrada Escritura assistirão
os estudantes de teologia diariamente, em aulas de três quartos de hora,
durante dois anos, isto é, ordinariamente, no segundo e terceiro ano do curso,
onde forem dois os professores de teologia; onde houver três, as aulas poderão
ser diárias e mais breves, ou, se parecer preferível, mais longas em dias
alternados.
7.
7. Dotes do
professor de hebreu. – Onde não houver inconveniente,
ensine a língua hebraica o professor da Sagrada Escritura, ou, ao menos, um
teólogo; é para desejar que seja outrossim versado em línguas, não só no grego,
por causa do Novo Testamento e da versão dos , mas no siro e no caldeu pelo muito
que destas línguas se encontra nos livros canônicos.
8.
8. Estudantes e estudos. – Da assistência a
esta aula, por um ano, isto é, no segundo ou terceiro do curso, não sejam
dispensados os estudantes de teologia, exceto os que para isto forem julgados
de todo incapazes. Além disto, como advertem as Constituições, deverá escolher
os escolásticos eu se dedicarão especialmente a este estudo; os escolhidos
durante o biênio prescrito para a repetição da teologia, apliquem-se mais ao
estudo do hebreu e mesmo durante o curso regular da teologia sejam assistidos,
se possível, em academias privadas ao menos durante as férias.
9.
9. Curso e professores de teologia.
§1. Procure que se
conclua o curso de teologia em quatro anos, de conformidade com as Constituições,
e seja dado por dois anos, ou, se absolutamente não puder ser de outro modo,
por três professores ordinários, de acordo com os diferentes costumes das
províncias. Onde forem três professores, a terceira aula será de teologia moral
e nela se expliquem, ex-professo e com solidez, as questões morais que pelos
professores ordinários costumam ser omitidas ou tratadas com suma
brevidade. A estas aulas assistam os
nossos, ao menos durante dois anos; nos outros dois freqüentem Sagrada
Escritura.
§2. Lembre-se de modo
muito especial que às cadeiras de teologia não devem ser promovidos senão os
que são bem afeiçoados e São Tomás; os eu lhe são adversos ou menos zelosos da
doutrina, deverão ser afastados do magistério.
10. 10. Biênio da repetição da teologia. – No
princípio do quarto ano, de acordo com o Reitor, o Prefeito, os Professores e
os seus Consultores, designe alguns escolásticos de reconhecida virtude e bons
talentos, para que, segundo prescrevem as Constituições, se consagrem
tranqüilamente durante dois anos ao estudo privado, afim de repetir por si a
teologia e, se ao superior parecer, sustentar atos acadêmicos; para estes se
darão abaixo instruções especiais. Onde for costume da região, poderão alguns
dentre eles, com licença do Geral, ser promovidos ao grau de Doutor ou Mestre.
11. 11. Onde vigorar o costumes de se conferirem graus publicamente,
observem-se a Constituições à risca; e não seja promovido quem às teses de
teologia especulativa não acrescentar outras relativas aos trechos mais
importantes da Escrituras e ainda, se nada houver em contrário, também à
história eclesiástica e ao direito canônico. Quanto ao modo e às cerimônias da
colação, se não se opuserem às Constituições, sigam-se os costumes e
estatutos de cada região.
12. 12. Professores de caso de consciência. – No colégio onde houver seminário de casos de consciência para os
nosso, nomeie dois professores de casos
que, dividindo entre si toda a matéria, a expliquem em dois anos; ou um só
professor eu dê duas aulas diárias.
13. 13. Conferência de casos. – Duas vezes por
semana nas casas professas, duas vezes nos colégios ou, se melhor lhe parecer
no Senhor, uma vez, haja ou não lição pública de casos ou de teologia moral,
deverão os nossos sacerdotes reunir-se para as conferências de casos. Afim de
presidi-la, determine um Provincial um sacerdote capaz de desempenhar-se com
segurança e prudência, dessa tarefa. Este presidente leia e observe as regras
do professor de casos ou de teologia moral que se prescreve à maneira de
realizarem semelhantes conferências.
14. 14. Mesma conferência nos colégios principais. – Nos colégios mais importantes haja também esta conferência de
casos, principalmente para todos os estudantes de teologia, mas só uma vez na
semana.
1.
15. Os eu dela não se devem dispensar. – Destas conferências acima referidas, com exceção dos
professores de teologia e filosofia e de outros eu por ventura o Superior
dispensar, não deverão eximir-se nem os estudantes de teologia moral nem os
sacerdotes que, ordinária ou ocasionalmente, ouvem confissões; o próprio
superior delas não se ausente senão raras vezes e por motivos graves.
2.
16. Dotes do professor de filosofia. – Os professores de filosofia (exceto caso de gravíssima
necessidade) não só deverão ter concluído o curso de teologia senão ainda consagrado
dois anos à sua revisão, afim de que a doutrina lhes seja mais segura e mais
útil à teologia. Os que foram inclinados a novidades ou demasiado livres nas
suas opiniões, deverão, sem hesitações, ser afastados do magistério.
3.
17. Curso de Filosofia. – Onde estudam os nossos escolásticos, o curso de filosofia
deverá durar três anos e não menos; onde só houver estudantes externos fique a
duração a juízo do Provincial; enquanto for possível, porém, cada ano
conclua-se um curso e comece outro.
4.
18. Curso de retórica e humanidades. – Ainda que não seja possível prescrever a duração do curso de
humanidades e retórica e a cargo do superior fique decidir quanto deverá cada
qual demorar-se nestes estudos, nenhum dos nossos, pelo menos, deverá ser
enviado à filosofia antes de haver estudados dois anos de retórica, a menos que
não se julgue em o Senhor que a idade, as aptidões ou outro motivo a isto se
oponham. Mas, se alguns forem dotados de aptidões naturais para grandes
progressos nesse estudos, , poder-se-á examinar se, afim de se lançarem mais
sólidos fundamentos, não convenha conserva-los na retórica por três anos.
5.
19. §1. Duplo exame de filosofia. –
Depois que iniciarem o curso de filosofia, deverão os nossos ser examinados
duas vezes por professores determinados, a saber, pelo Prefeito de estudos e
pelos professores de teologia e filosofia, na presença do Reitor e seus
consultores e, se possível, do próprio Provincial; a primeira vez pouco antes
da quaresma ou nas férias de Páscoa, a outra, terminada a lógica.
§2. Considerações
da virtude. – este ponto eu é de grande importância para o Senhor e deverá ser tratado com toda a
atenção para a maior glória de Deus, observe o Provincial, de modo particular,
as regras 49 e 56 do seu ofício e, acima de tudo, leve me consideração a
virtude do candidato.
§3. Fim e processo
do exame. – Este exame, eu determinará se alguém há de continuar a
filosofia ou se (logo) enviado ao estudo de Casos deverá ser feito com votos
secretos; o seu resultado juntamente com o julgamento dos examinadores, seja
consignado em livro especial; e os que a ele assistirem guardem sobre o assunto
rigoroso segredo.
§4. Destinação ao
estudo de Casos. – Os que, no primeiro exame, se revelarem incapazes para a
filosofia deverão ser destinados aos Casos ou, a juízo do Provincial, ao
magistério [inferior] (assim entendemos a destinação aos casos); quanto aos
demais nada por então se decida. No segundo exame, poderão distinguir-se entre
os candidatos três graus: os que excedem a mediania e estes deverão prosseguir
os demais estudos; os que lhe ficam abaixo e estes lhe serão logo aplicados aos
Casos; e finalmente os que apenas a atingem e entre estes caberá ainda uma
discriminação.
§5. Consideração
dos talentos. A quem será concedido um biênio de teologia. – Os que são medianos nas letras e não possuem outras
habilidades sejam também enviados aos Casos; os que, porém, juntamente com
virtude notável tiverem talento para a pregação e governo, então, afim de que a
Companhia possa, com maior segurança e autoridade, servir-se de seus préstimos,
delibere o Provincial com seus consultores se, além da filosofia, não convenha
assegurar-lhe dois anos de teologia. Neste caso, advirta-lhes abertamente que,
só nesta medida, irão continuar os estudos.
§6. Quando se poderá
conceder um terceiro ano de teologia. – Mas, se por ventura aos que têm
talento para a pregação não bastarem as dois para ouvir nas aulas matérias da
teologia que se julguem necessárias as desempenho de suas responsabilidades com
segurança e sem erro, como os capítulos
que, na Suma de Santo Tomás, se estudam na primeira parte antes da discussão
sobre os anjos, na terceira, sobre a Encarnação e os Sacramentos, na primeira
da Segunda sobre a graça – poderá para este fim, conceder-lhes um terceiro ano
de teologia, ou, pelo menos, sejam ajudados por meio de lições particulares de
alguma academia doméstica, com as quais, durante o biênio ou depois, supram o
eu nas aulas não foi explicado durante este tempo, deixando também as lições
públicas de outras matérias eu pareçam menos úteis.
§7. A quem se
poderá conceder um quarto ano de teologia. – Por fim, se não houver alguém,
ainda eu não dotado de talento notável, mas eminente em dons de governo e
pregação, e de virtude singular eu parece atingir o conhecimento completo de
teologia exigido pelas Constituições, e eu se se julgasse de vantagem para a
Companhia eu terminasse o curso de teologia, poderá o Provincial, ouvidos
previamente os consultores, conceder-lhe um quarto ano de teologia.
§8. Deverão ser
examinados os que estudaram fora da Companhia. – Ao mesmo exame deverão ser
submetidos os que, antes de entrar na Companhia, estudaram todo o curso de
filosofia ou parte dele, ou ainda parte da teologia, afim de que ele se possa
fazer idêntico julgamento.
§9. O privilégio dos estudos reservados aos humildes. - Antes de tudo, porém, cuide o Provincial de se não servir da concessão do privilégio de aplicar aos estudos senão em favor
dos humildes, sinceramente piedosos e mortificados, mercadores de tal
beneficio.
§10. Os que deverão ser afastados no meio dos estudos. -Se
algum talvez dos que foram aplicados à filosofia ou à teologia, no decurso dos
estudos. mostrar que não excede a mediania como a principio se julgara, também
ele, após exame idêntico, deverá ser enviado aos Casos.
§11. Que se entende por mediania. -A mediania, de que acima
se fala, deve entender-se no sentido em que vulgarmente se entende quando se
diz de alguém que é de talento mediano, a saber, quando percebe e compreende o
que ouve e estuda e é capaz de dar razão suficiente a quem lhe pede, ainda que,
em filosofia e teologia, não atinja o grau de doutrina que as Constituições designam
com a expressão “haver nela feito bastante progresso”, nem seja capaz de
defender as teses aí mencionadas com o saber e a facilidade com que as
defenderia quem fosse dotado de talento para ensinar Filosofia e
Teologia.
§12. Como julgar os talentos. – Sobre a
capacidade do talento para pregação e governo que devem possuir os que vão
estudar teologia por dois anos e bem assim acerca do talento extraordinário
daqueles aos quais dissemos se podem conceder quatro anos, ponderem seriamente
com os seus Consultores e outros varões eminentes que os conheçam e sejam
capazes de ajuizar em semelhantes matérias.
§13. Decisão permitida ao Provincial. -Mas, como
neste exame e apreciação dos talentos freqüentes vezes divergem as opiniões,
ficará nas mãos do Provincial, depois de bem ponderada a
questão, examinar os votos e ouvir os Consultores, decidir
o que no Senhor melhor lhe parecer para a maior glória de Deus e bem geral, da
Companhia. E se julgar que nenhum deles deverá ser aplicado àqueles estudos,
consigne-o no livro, como acima se disse no §3, acerca do primeiro exame.
§14. Matemáticas: Estudantes e tempo. - No segundo
ano do curso todos os estudantes de filosofia assistirão à aula de matemática
por três quartos de hora. Além disto, os que tiverem mais inclinação e
capacidade para semelhantes estudos exercitem-se neles em lições particulares
depois do curso.
§2. Porque não se devem fundir nem
multiplicar. - Estas classes são de
tal modo graduadas e concatenadas entre si que não se podem fundir nem aumentar
em quantidade, não só para não multiplicar inutilmente os professores
ordinários senão também para que o número de cursos e classes não reclame tempo
maior do que o necessário para percorrer os estudos inferiores.
§3. Duas categorias numa classe. - Se
forem menos de cinco as classes, nem assim
deverão confundir os cinco graus, mas em cada classe poder-se-ão
estabelecer duas categorias de modo que cada uma corresponda a um dos cinco
graus, como se dirá adiante na regra 4 do Prefeito dos estudos inferiores.
§4. Conservem-se de preferência os
cursos mais elevados. -Quando forem poucas as classes, procure quanto
possível conservar as mais elevadas, suprimindo as inferiores.
§5. Podem multiplicar-se as turmas
não as séries. - Quando dizemos que as classes e gramática devem ser três e
todas as de estudos inferiores, cinco, referimo-nos não tanto ao número de
aulas e professores quanto ao de séries acima descritas. Porquanto, se for tão
elevado o número de alunos que não baste um professor, poderá a classe ser
dividida com licença do Geral, de modo, porém, que o nível, as lições, o método
de ensino se mantenham idênticos nas duas turmas paralelas.
§6. Onde se permite o desdobramento
de turmas. -- Este desdobramento de turmas. porém, não deve ser feito senão
onde existem todos os estudos da Companhia ou as condições da fundação o
exigem, afim de não onerar demasiadamente a Companhia.
22. 36. §1. Férias gerais. As férias gerais do ano, nos cursos
superiores, não devem ter duração inferior a um mês nem superior a dois. Na
retórica, a menos que não se oponha o costume da universidade, as férias durem
um mês; em humanidades, três semanas; na gramática superior, duas; nos outros cursos, uma.
§2. Dias feriados.— Afim de que sejam certos e fixos os dias feriados - e o
seu número deve ser antes diminuído que aumentado, mande organizar urna lista
dos mesmos de acordo com os costumes do lugar.
§3. Nos cursos superiores não haverá aula
da véspera de Natal até a festa da Circuncisão; os cursos inferiores, da tarde
da mesma Véspera do Natal até a festa dos inocentes.
§4. Na Qüinquagésima, onde for costume, não
haja aula até Quarta-feira de Cinza; neste dia, porém, todos os professores
dêem as aulas da tarde
§5. Nos cursos inferiores de Domingo de
Ramos até a Dominga in albis, e nos inferiores, desde a tarde de quarta-feira
santa até a terça-feira de Páscoa, não haverá aulas.
§6. Da Vigília de Pentecostes nos cursos
superiores, e nos outros da tarde da mesma Vigília até terça-feira, não haverá
aula, como também na quinta-feira.
§7. Na Véspera da Festa do Corpo de Deus,
em todos os cursos, superiores e inferiores, não haverá aulas só depois de
meio-dia; ao invés, na Comemoração de todos os defuntos, só antes do meio-dia.
§8. Nos dias em que só houver aulas nos
cursos inferiores, em nada se diminua o tempo costumado.
§9. Preces públicas. Se, por causa
de preces públicas, não for possível dar as aulas da manhã, dêem-se as aulas da
tarde; no dia das Rogações, porém, onde for costume, dêem-se também as da manhã.
§10. Feriado semanal. — Cada semana
haja, pelo menos, um dia consagrado ao descanso. Na mesma semana, se caírem dois dias de
festa, não haverá mais um dia feriado; a não ser que o fato ocorra mais vezes e
de modo que um dos dias de festa caía na segunda-feira, outro no sábado: neste
caso poderá conceder-se outro feriado. Quando do na semana houver um dia de festa e este
cair na quarta ou na quinta-feira, neste dia e só nele não haverá aula; se,
porém, cair na segunda-feira ou no sábado, também na quarta-feira não se dê
aula; se, finalmente, cair na terça ou na sexta-feira, neste caso se não houver sermão, e for permitido justo recreio, não haverá outro
feriado; se não houver esta permissão, será então feriado quarta ou quinta-feira.
§11. Diferente para os
diferentes cursos. Nos cursos superiores ao descanso semanal se consagrará
o dia todo. Nos cursos inferiores, haverá aula pela manhã, hora e meia no de
retórica, duas horas nos demais. Pela tarde, não haverá aula para curso algum;
do principio de Junho em diante, para todos será feriado o dia inteiro.
1. Zelo pelos estudos.
– A Companhia dedica-se à obra dos colégios e
universidades, afim de que nestes estabelecimentos melhor se formem os
nossos estudantes no saber e em tudo quanto pode contribuir para o auxílio das
almas e por sua vez comuniquem ao próximo o que aprenderam. Abaixo, portanto,
do zelo pela formação das sólidas virtudes religiosas, que é o principal,
procure o Reitor, como ponto de máxima importância, que com a graça de Deus, se alcance o fim que teve em mira a
Companhia ao aceitar colégios.
2. Autoridade do prefeito de estudos. Na
direção dos terá como assistente um Prefeito de estudos ao qual dará toda a autoridade que julgar conveniente para o desempenho cabal
de seu ofício.
3. Presença nos exercícios escolares. — Regule e distribua as ocupações de maneira que possa estimular e
desenvolver os exercícios literários. Visite por vezes as aulas, mesmo
inferiores; esteja quase sempre presente às disputas, privadas e públicas, dos
filósofos e teólogos; observe se e porque estes exercícios não dão os
resultados desejados.
4. Ocupações que se não devem permitir aos estudantes. — Não permita que nenhum estudante falte às disputas ou repetições, para que
todos se persuadam da grande importância desses exercícios; e corte por todas
as ocupações que aos escolásticos possam ser de obstáculo aos estudos.
5. Sobretudo aos que repetem a
teologia. –Aos que repetem a teologia em dois anos, ocupe o menos possível, e ainda assim só com o consentimento do Provincial, com pregações nas
igrejas ou em conventos de religiosas.
6. Substitutos dos mestres.
– Estes estudantes poderão substituir, em sua falta, os professores ordinários de filosofia e
teologia; poderão também, se for necessário, presidir, no lugar do professor,
às disputas repetições e disputas domésticas; e, até, com permissão do Provincial, lecionar, por algum tempo, filosofia e teologia.
7. Academias de línguas. – Providencie para que se fundem entre os nossos escolásticos, academias de
hebreu e de grego; nelas se exercitem os acadêmicos duas ou três vezes na semana durante um tempo determinado, por exemplo, durante as férias, de tal modo que dai saiam homens capazes de honrar em particular e em público o conhecimento e a
dignidade dessas línguas.
8. Uso do Latim. — Zele com diligência para que se conserve em
casa o uso do latim entre os escolásticos; desta regra de falar
latim não haja dispensa, exceto nos dias feriados e nas horas de recreio, a menos que, em algumas
regiões, não pareça ao Provincial que, ainda nessas ocasiões, se pode conservar
com facilidade o uso de falar latim. Procure também que
os nossos escolásticos, que ainda não terminaram os
estudos, quando escrevem cartas aos nossos, escrevam em latim. Além disto, duas ou três vezes no ano, quando se festeja alguma
solenidade, como o começo do ano letivo ou a renovação dos votos, os nossos
estudantes de filosofia e teologia componham e exponham em público alguns versos.
9. Academia para a preparação de
professores. - Para que os mestres
dos cursos inferiores não comecem a sua tarefa sem preparação prática, o Reitor do colégio donde costumam sair os
professores de humanidades e gramática escolha um homem de grande experiência de ensino. Com ele, vão ter os futuros
mestres, em se aproximando o fim dos seus estudos, por espaço de uma hora,
três vezes na semana, afim de que, alternando preleções, ditados, escrita,
correções e outros deveres de um bom professor, se preparem para o seu
novo oficio.
10. Formação dos estudantes de retórica. — Quando os nossos
estudantes de retórica e de
humanidades não freqüentam as aulas públicas, ou as freqüentam, mas o professor que dá as aulas e dirige os externos não se pode desincumbir do ônus talvez demasiado de bem
formar os externos e os nossos, confie o Reitor os nossos estudantes a outro
idôneo, que em casa os exercite privadamente com toda a diligência, de
conformidade com as regras do professor de retórica.
11. Como
deverão ser exercitados. — Procure também por, por vezes, os nossos retóricos recitem discursos ou poemas, em latim e em grego,
no refeitório ou no salão, sobretudo assunto religioso que edifique os da casa
e os de fora e os anime a mais alta perfeição no Senhor; nem se descuidem dos
outros exercícios recomendados nas Constituições.
12. Conselho aos externos de estudar retórica. - Deve procurar-se que os nossos alunos internos, quanto possível, estudem retórica por um
ano antes de começar
filosofia; e aos pais
persuada-se a conveniência desta medida. O mesmo
deve aconselhar-se aos
externos: mas se o não quiserem, não deverão ser constrangidos. Se alguns quiserem começar a filosofia ainda muito crianças, de modo que se possa temer venham perturbar
as aulas, deverão ser tratados como prescevem as Constituições relativamente aqueles que se não querem obrigar com nenhuma promessa ou recusam
dar o nome a matricula.
13. Tragédias
e comédias. — O assunto das tragédias e comédias, que convém sejam raras e só em língua latina, deve ser sagrado e piedoso; nada deve haver nos entreatos que não seja em latim e
conveniente; personagens e hábitos femininos são proibidos.
14. Prêmio. — Cada ano pode haver uma distribuição pública de prêmios, contanto
que corram as despesas por conta de homens ilustres o
sejam moderadas, em proporção com o número de aulas e a natureza do colégio. Na
distribuição de prêmios far-se-á menção
honorífica dos que cobriram as despesas. Cumpre zelar com muito cuidado
para que os alunos, com a preparação para semelhantes festas, não venham a
sofrer algum detrimento moral e intelectual.
15. Oração na inauguração dos cursos. — Não permita, a não ser em caso de necessidade, que
a oração pública, na
inauguração dos cursos, seja feita por outrem que não dos professores mais
notáveis.
16. Escritos que se devem registrar em livro. — Zele pela observância da regra do Prefeito da biblioteca relativa ao
registro em livro especial, do que se exibe publicamente ou do que escrevem
os nossos no Colégio ou fora, como diálogos, discursos, poesias e trabalhos
semelhantes, escolhidos pelo Prefeito de estudos ou por outro competente nestes
assuntos.
17. Distribuição
de livros. — Prescreva ao bibliotecário que na distribuição
de livros não se afaste das normas traçadas pelo Prefeito dos estudos.
18. Consulta de
professores. — Cada três, ou pelo menos de dois em dois
meses, reúna consulta de todos os professores do ginásio na presença de ambos
os dois Prefeitos [de estudos e de disciplina] e, de quando em quando, dos
outros professores na presença do Prefeito Geral de estudos. No começo destas
reuniões leia, por ordem, algumas regras dos mestres tanto das comuns, principalmente das que se referem à formação moral e religiosa, como das próprias de cada professor; lembre
então que poderá cada qual propor as dificuldades que ocorrem no seu
cumprimento ou indicar o que acaso não se observe.
19. Feriado
semanal. — As escolas inferiores tenham sempre o seu
feriado semanal, durante o dia inteiro ou pelo menos, depois do meio-dia,
conforme o costume do lugar.
20. Conservar o zelo alegre dos professores.- Procure também diligentemente com a sua caridade
religiosa conservar o entusiasmo dos
professores e vele para que não sejam sobrecarregados com os trabalhos
caseiros; o que ao Reitor prescreve a regra 25 do seu oficio (1), observe-o em
relação a eles com especial cuidado.
21. Exortação os alunos. – Decida se, além
das exortações semanais dos professores não convenha se faça outra cada mês ou de dois
em dois meses, por algum Padre mais velho,
em local mais simples, onde se reúnam as
classes inferiores; ou, de costume do próprio prefeito ou outro, de vez em quando, dê, pelas aulas, avisos
salutares adaptados a idade dos meninos.
22. Regras do
Prefeito de disciplina. —
Onde o Provincial der ao
Prefeito dos estudos inferiores um assistente que se poderá chamar prefeito de disciplina, a ele se aplica a regra 2 do Prefeito, as regras relativas ao comportamento, que vão do n. 37 até ao fim, e ainda, se parecer
conveniente as que se referem aos exames dos novos alunos do n. 9 ao no. 13.
23. Congregação de Nossa Senhora. — Procure que seja, introduzida no seu colégio a Congregação de Nossa Senhora
da Anunciação do Colégio Romano; os que nela não se inscreverem não deverão ser
admitidos na Academia em que se praticam exercícios literários, a menos que o
próprio Reitor não julgue ser mais do serviço de Deus seguir outra norma. Os
exercícios da Congregação ou da Academia, porém, não devem realizar-se na mesma hora em que há pregação ou lição na nossa igreja.
24. Consultar o
Provincial. –Enfim, no que se refere às férias, aos graus, aos nossos quais se deve conceder para rever a teologia e
a outros assuntos, consulte o Provincial e execute com pontualidade o que ele
determinar.
REGRAS DO PREFEITO DE ESTUDOS
1. Dever do
Prefeito. - Dever do Prefeito é ser o instrumento geral do Reitor, afim de, na medida da autoridade por ele concedida, organizar os estudos, orientar
e dirigir as aulas, de tal arte que os que as freqüentam, façam o maior progresso na virtude, nas boas letras e na ciência, para a maior glória de Deus.
2. Diferença
entre o Chanceler e o Prefeito.- Onde, houver um Chanceler, distinto do Prefeito, determinará o Provincial
quais destas regras serão comuns a ambos os ofícios, quais, próprias de cada
um, de acordo com os costumes e estatutos de cada Academia.
3. Não dispense. -Na organização dos estudos não introduza mudanças nem dispensas, mas, onde for mister, consulte o Superior.
4. Livro do “Ratio”.-
Seja-lhe familiar o livro
da Organização dos estudos, e zele pela observância de suas regras por parte de
todos os alunos e professores, sobretudo das prescritas aos teólogos, acerca da
doutrina de Santo Tomás e aos filósofos, relativas à escolha das
opiniões. Sobre este ponto vele com particular vigilância quando se devem
defender teses, e mais ainda, quando se devem imprimir.
5. Os
Professores expliquem toda a matéria.- Lembre a cada um dos professores de
teologia, filosofia ou casuística, especialmente quando nota algum mais
retardatário, que deverá adiantar de tal modo a explicação que, cada ano,
esgote a matéria que lhe foi assinada.
6. Como dirigir as disputas. - Em todas as disputas a que comparecem os professores de teologia ou de
filosofia, ocupará a presidência o Prefeito; dará aos que disputam
o sinal de terminar; e distribuirá o tempo de tal modo que a todos toque a sua
vez de falar. Não permita que nenhuma dificuldade sobre a qual se discute,
fique, terminada a discussão, tão escura como antes, mas procure que, uma vez ventilado um assunto, seja ele cuidadosamente explicado pelo que preside. Nem deverá ele resolver as objeções mas os argüentes e os defendentes; e deste ofício se desempenhará com mais dignidade se conseguir, não argumentando (ainda que uma vez
ou outra convenha fazê-lo)mas
interrogando,
que melhor se esclareça a
dificuldade.
7. Dos atos, de teologia. Lembre a seu tempo ao Superior, ouvidos os professores designe os alunos que
deverão defender teses de toda a teologia ou de uma parte dela; esta defesa será feita pelos que não obtiveram o biênio de revisão da teologia, no quarto ano do curso teológico, ou (se forem muito poucos os alunos do quarto ano) pelos do terceiro, mesmo onde os
nossos escolásticos assistem as aulas de teologia em casa. Dar-se-á ao ato
certa solenidade e convidar-se-ão pessoas de fora. Para as disputas gerais não
é necessário que se admitam todos os que tomaram parte nas particulares, mas poderão
escolher-se os de talento e habilidade. Quanto aos destinados ao biênio, poderão fazer as suas disputas durante o biênio, como se
dirá adiante.
8. Disputas particulares .- Para as disputas particulares
cada classe de cada classe,
o Prefeito com os professores
escolha a matéria das quatro partes da
teologia; estes atos não devem ser muito frequentes mas a intervalos; durem no mínimo duas horas e meia, só pela manhã ou pela tarde, e de regra, não sejam menos de três os arguentes, dos quais, sempre que
possível, um doutor.
9. Disputas gerais. -As disputas gerais abracem quase toda a
teologia, estendam-se pela manhã e pela tarde, ou, onde for costume disputar só antes ou só depois do meio dia, prolonguem-se pelo menos por quatro ou cinco horas.
10. Publicação de teses. - As teses destas disputas gerais, se convier,
poderão ser comuns a todos os nossos estudantes que hão de defender teses no mesmo ano, e, ainda, imprimir-se onde permitir o costume do lugar.
11. Tempo determinado para as disputas. Dos que hão de realizar estes atos, um poderá reservar-se, se se julgar melhor, para a semana em que se encerram, outro para a em que de novo se iniciam
os estudos.
12. Disputas dos externos. - Todos os anos, convídem-se para estas
disputas gerais alguns alunos externos que em nossas escolas completaram, com distinção, o currículo de teologia. Estes atos deverão ser mais solenes
que os outros e celebrar-se na presença do maior número possível de doutores nossos e externos e ainda de homens eminentes.
13. Presidência das disputas. - A todas as disputas
presidam os professores alternada ou simultaneamente, de modo que cada um responda às objeções relativas à sua
matéria; poderão ocupar a presidência também outros dos nossos, que sejam
doutores.
14. Número de teses. - Nos atos gerais as teses não deverão ser muito longas nem mais de cinqüenta aproximadamente; poderão ser menos, se assim o exigirem os costumes públicos da
Academia. Nos atos particulares não mais de vinte; nem mais de doze ou
quinze nas disputas mensais; e nas semanais oito ou nove.
15. Prova de teses pelo defendente. — Antes de começar a disputa, o defendente prove uma ou outra das teses, com brevidade, mas
também com certa elegância, de
conformidade, porém, com o uso teológico.
16. Disputas
mensais e semanais. Nas disputas mensais ou semanais procure que se observe com
cuidado quanto se prescreve nas regras dos professores de filosofia e
teologia.
17. Ouvir e observar os professores. -* De quando em quando, ao menos uma vez por mês, assista às aulas dos professores; leia também, por vezes, os apontamentos dos alunos.
Se observar ou ouvir de outrem alguma cousa que mereça advertência, uma vez averiguada,
chame a atenção do professor com delicadeza e afabilidade, C, Se for mister, leve tudo ao
conhecimento do Reitor.
18. Revisão de
teses. Siga o mesmo processo, se, na revisão das teses, houver algum
ponto em que não estejam de acordo o Prefeito e o Professor; sem conhecimento
do professor não deverá o Prefeito riscar ou alterar tese alguma; e qualquer
modificação será feita sem que o saibam os outros, salvo o Reitor.
19. Atos filosóficos. No fim dos três anos do curso filosófico
realizem-se as disputas de toda a filosofia; para esses atos escolham-se poucos
escolásticos, bem preparados, capazes de desempenhar-se com dignidade desta
incumbência, isto é, aqueles que fizeram progressos superiores á mediania.
20. Exame dos estudantes de metafísica. Serão
eles escolhidos por três ou mais examinadores. Entre estes deverá sempre se
achar o prefeito e o próprio professor, aos quais o Reitor acrescentará um
terceiro escolhido entre pessoas que se possam bem desincumbir do oficio. Com
estes três deverão assistir ao exame, pelo menos, os dois outros professores,
designados pelo Reitor, e que poderão por sua vez ser substituídos. Se isto se não
puder fazer, escolha o Reitor outras pessoas competentes que,
juntamente com os três examinadores, dêem o seu Voto por escrito, de modo que
sejam cinco no mínimo os votos secretos. Sobre o exame deverão todos observar o
mais rigoroso segredo.
21. Exame dos
alunos internos. - Quanto aos alunos internos, basta que sejam examinados
pelo seu Prefeito e dois repetidores de filosofia, ou,
na falta destes, por dois dos
melhores estudantes de teologia, escolhidos entre os nossos escolásticos pelo
Prefeito Geral. Os que, porém, forem por estes examinadores julgados idôneos
não se preparem para o ato publico antes de ser aprovados pelo próprio
professor e pelo Prefeito geral.
22. Exame
público. - Este exame, do qual, com rigor, não se deverá
dispensar quase nenhum dos nossos estudantes e, se possível, também dos alunos
internos, será público, se a isto se não oponha algum obstáculo, do seguinte
modo: se se tratar dos nossos,
na presença de todos os
nossos estudantes de filosofia; se dos alunos internos, na presença de todos os
filósofos de seu colégio; se dos externos (que não deverão, porém, ser
constrangidos a prestar este exame), na de todos os filósofos externos, ao
menos de sua classe.
23. Tempo e forma dos exames. Os exames começarão logo depois das férias de
Páscoa, ou mesmo antes se o exigir o número de examinandos; processar-se-ão nos
dias e na ordem que o Reitor, ouvidos o Prefeito e o Professor, julgar mais
conveniente. O exame de cada aluno durará, ao menos, uma hora, e estender-se-á
sobre as matérias mais importantes, que, com antecedência e em segredo, aos
examinadores, assinará o Prefeito.
24. Tempo e forma das disputas filosóficas. As disputas filosóficas durem pelo menos todo
o tempo das aulas, pela manhã ou pela tarde. Regularmente sejam três os
argüentes, dos quais, sempre que possível, um se escolha entre os nossos
professores de teologia ou de filosofia, ou entre os doutores de outra Ordem ou
dentre os externos. O número e a natureza das teses obedecem ao que foi acima prescrito para as disputas gerais de teologia nas regras 9o., 10o., 11o. e 12o..
25. Presença às disputas. Procure o Prefeito
que às disputas teológicas e filosóficas não só os estudantes senão também os
professores de teologia; e às filosóficas, os estudantes e professores de
filosofia. Apresentando (e urgindo) suas objeções, dêem os professores mais
vida e solenidade à disputa. Deverão estar todos presentes à colação de grau de
mestre ou doutor; o Reitor prescreverá o que deve fazer o Prefeito em
semelhantes ocasiões.
26. Os que deverão ser
enviados para as disputas. —Quando os nossos escolásticos forem convidados pelos de fora para
disputas, para Academias públicas ou Conventos de religiosos, enviem de
preferência os que obtiveram o biênio de revisão da teologia.
27. Prescrever o método
de estudos. —Aos nossos escolásticos, aos internos, e aos externos por meio
de seus professores não só prescreva o método de estudar, repetir e disputar,
senão também distribua o tempo de modo que aproveitem bem as horas reservadas
ao estudo privado.
28. Revisão do
que se apresenta em público. — Não permita que em casa ou fora se recite cousa alguma em público pelos que
hão de colar grau, tomar parte nas disputas gerais ou particulares, ou pelos
estudantes de retórica, que não tenha sido, a tempo, revisto e aprovado.
29. Escolha e abundância de livros. — Procure que aos escolásticos não faltem
os livros úteis nem sobrem os
inúteis. Por isso, afim de que haja em número suficiente, lembre com tempo ao
Reitor os livros de uso quotidiano ou os de que, no ano seguinte, hão de
precisar, tanto os nossos estudantes quanto os de fora.
30.Livros que se devem dar aos estudantes. — Nas mãos dos estudantes de teologia e
filosofia não se ponham todos os livros mas somente alguns, aconselhados pelos
professores com o conhecimento do Reitor: a saber, além da Suma de Santo Tomás
para os teólogos e de Aristóteles para os filósofos um comentário para consulta
particular. Todos os teólogos devem ter o Concilio Tridentíno e um exemplar da
Bíblia, cuja leitura lhes deve ser familiar.Consulte o Reitor se convém se lhes
dê algum Santo Padre. Além disto, dê a todos os estudantes do teologia e
filosofia algum livro de estudos clássicos e advirta-lhes que lhe não descuidem
a leitura, em hora fixa, que parecer mais conveniente.
REGRAS COMUNS A TODOS OS PROFESSORES DAS
FACULDADES SUPERIORES.
1. Finalidade - O fim especial do Professor, tanto nas aulas quando se oferecer a ocasião, com fora delas, será mover os seus ouvintes
ao serviço e ao amor de Deus e ao exercício das virtudes que lhe são
agradáveis, e alcançar que para este objetivo orientem todos os seus estudos.
2. Oração antes
da aula. — Para que se lhes conserve isto na memória, antes de começar a
aula reze uma breve oração apropriada, que professor e alunos deverão ouvir de
cabeça descoberta; ou, pelo menos, faça ele, de cabeça descoberta, o sinal da
cruz e comece.
3. Alimentar a piedade dos
alunos. — Ajude, além disto, os seus discípulos com orações freqüentes a Deus
e com os exemplos de sua vida religiosa. Bom será que não descuide as
exortações pelo menos nas vésperas dos festas mais solenes ou antes das grandes
férias. Exorte-os principalmente à oração, ao exame vespertino de consciência,
à recepção freqüente e digna dos sacramentos da Penitencia e da eucaristia, à
freqüência diária da missa, à assistência no sermão, nos dias festivos, à fuga
dos maus costumes, ao horror dos vícios e à prática das virtudes dignas do
cristão.
4. Obediência ao Prefeito. — Obedeça ao Prefeito dos estudos em tudo quanto se refere aos estudos e à
disciplina das aulas; entregue-lhe, para serem revistas, todas as teses, antes
de propô-las; não explique livro ou autor fora dos que estão em uso nem
introduza novos métodos no ensino ou nas disputas.
5. Modéstia no
refutar. — Nas questões livres defenda a sua opinião com modéstia e
delicadeza, de modo que não fira a estima dos que defendem a opinião contrária
principalmente se for a do professor que o precedeu. É até para desejar que se
esforce para conciliar os autores, quando possível. Em citá-los e refutá-los
seja moderado.
6. Evite-se a
novidade de opiniões. Ainda em assuntos que não apresentem perigo algum
para a fé e a piedade, ninguém introduza questões novas em matéria de certa
importância, nem opiniões não abonadas por nenhum autor idôneo, sem consultar
os superiores; nem ensine cousa alguma contra os princípios
fundamentais dos doutores e o sentir comum das escolas. Sigam todos de
preferência os mestres aprovados e as doutrinas que, pela experiência dos anos, são mais adotadas nas
escolas católicas.
7. Brevidade na refutação e na demonstração. — Não a legue opiniões inúteis, obsoletas,
absurdas e manifestamente falsas, nem se demore muito em referi-las e
refutá-las. Procure provar as suas teses não tanto pelo número quanto pelo peso
dos argumentos. Não faça digressões pela matéria dos outros; e das que lhe
competem não trate nem mais difusamente do que exige a sua natureza nem fora do
lugar que lhe convém. Não acumule objeções; mas dentre elas refira brevemente
as mais fortes a menos que sua refutação se torne evidente pela explicação
anterior da tese.
8. Brevidade e fidelidade nas citações. Em aduzir autoridades dos mestres, evite a
demasia; mas se, para confirmar a sua opinião, tiver testemunhos de autores insignes,
cite-lhe, quando possível as próprias palavras, com fidelidade e
brevidade, sobretudo quando se tratar da Sagrada Escritura, dos Concílios e
dos Santos Padres. E a dignidade do mestre exige que não cite autores que ele próprio
não tenho lido.
9. Ditado. Quando
puder ensinar sem ditar, de modo que os ouvintes possam apanhar com facilidade
o que deveriam escrever, é preferível que não dite; mas os que ditarem não
parem depois de cada palavra, mas falem de um fôlego, e se for necessário,
repitam; e não ditem toda a questão para depois explica-la, senão alternem o ditado e a explicação.
10. Remeter os
estudantes aos livros. — Quando trata assuntos que se encontram nos autores
à mão, explique em vez de ditar; e procure mesmo remeter os alunos aos autores
que tratam a matéria com amplitude e rigor.
11. Repetições
na aula. -— Terminada a lição, fique na aula ou perto da aula, ao menos
durante um quarto de hora, para que os alunos possam interrogá-lo, para que ele
possa às vezes perguntá-los sobre a lição e ainda para repeti-la.
12. Repetições
em casa.—Todos os dia, exceto os sábados e dias festivos, designe uma hora
de repetição aos nossos escolásticos para que assim se exercitem as
inteligências e melhor se esclareçam as dificuldades ocorrentes. Assim um ou
dois sejam avisados com antecedência para repetir a lição de memória, mas só
por um quarto de hora; em seguida um ou dois formulem objeções e outros tantos
respondam; se ainda sobrar tempo, proponham-se dúvidas. E para que sobre,
procure o professor conservar rigorosamente a argumentação em forma
[silogística]; e quando nada mais de novo se aduz, corte a argumentação.
13. Repetições
gerais. - No fim do ano deverá organizar-se a repetição de todas as lições
passadas de modo que, se não houver impedimento em contrário, se lhe reserve um
mês inteiro livre, não só das aulas como também das repetições acima.
14. Disputas
semanais. — No sábado ou em outro dia.conforme conforme o costume da
Academia, haja nas aulas disputa; por
duas horas ou por mais tempo onde for elevado o número de externos. Se
numa semana ocorrerem dois dias de festa, ou com um dos dias de festa coincidir
o feriado semanal, no sábado não haja disputa mas aula; se isto acontecesse durante três semanas seguidas,
intercale-se uma disputa.
15. Disputas mensais - Onde se não opuser o costume da Academia,
haja uma disputa, de manhã e de tarde, em dia fixo, cada mês (exceto os três
últimos meses de verão), ou, onde forem poucos os alunos, cada dois meses.
Tantos alunos, quantos forem os professores, defenderão, cada qual, as questões
do respectivo professor.
16. Insistência nas objeções. - As disputas
assistam também, quanto possível, outros doutores e professores nossos, ainda
de outras faculdades; e para tornar mais viva a discussão insistam na força das
objeções suscitadas; não chamem a si, porém, a continuação de uma dificuldade
na qual insta ainda o argüente com vantagem e vigor. O mesmo é permitido aos
doutores de fora, que poderão mesmo ser convidados expressamente para argüir, a
menos que não o permitam os costumes do lugar.
17. A disputa
reservada aos mais distintos - Nas disputas públicas só deverão tomar parte
os alunos mais distintos; os outros se exercitem em particular até que estejam
de tal modo preparados que possam comparecer em público sem desdouro.
18. Cuidado das
disputas. Persuada-se que o dia da disputa não é menos trabalhoso nem
menos útil que o de aula e que a vantagem e o fervor dele depende. Presida de
maneira que ele mesmo pareça lutar nos dois campos que lutam; louve o que se
diz de bom e chame a atenção de todos. Quando se propuser alguma
dificuldade mais séria, sugira alguma idéia que ajude o que defende ou oriente
o que argue. Não se conserve muito tempo calado, nem fale sempre para que
também os discípulos possam mostrar o que sabem; corrija ou desenvolva o que
propõem os alunos; mande o argüente prosseguir enquanto não estiver resolvida
a dificuldade; aumente-lhe mesmo a forca e não passe por cima se o
argumento deslizar para outra objeção. Não permita que se repise por mais tempo
uma dificuldade praticamente já resolvida ou que se sustente à porfia uma
resposta insuficiente; mas depois da discussão defina e esclareça brevemente
todo o assunto. Se em algum lugar houver ainda outro costume que contribua para
dar às disputas mais freqüência e vivacidade, conserve-o com diligência.
19. Tratar com o
bedel. - Trate às vezes com o ajudante ou bedel, nomeado pelo Reitor,
interrogue-o sobre o estado geral da aula, sobre a aplicação e aproveitamento
dos externos e procure que ele se desempenhe do seu ofício com exatidão e
fidelidade.
20. Progresso
dos estudantes. - Com o auxílio da graça divina seja diligente e assíduo no
cumprimento de todos os seus deveres, zeloso do adiantamento dos alunos tanto
nas lições como nos outros exercícios escolares; não se mostre mais familiar
com um aluno do que com outros; não despreze a ninguém; vele igualmente pelos
estudos dos pobres e dos ricos; procure em particular o progresso de cada um
dos seus estudantes.
REGRAS DO PROFESSOR DE SAGRADA ESCRITURA
1. Especial
atenção ao sentido literal. - Persuada-se que o seu principal dever
é explicar com piedade, doutrina e compostura os livros divinos no seu sentido
genuíno e literal para confirmar a verdadeira fé em Deus e o fundamento dos
bons costumes.
2. Edição vulgata. - Entre outros pontos que deve ter em mira é de especial importância
defender a versão adotada pela Igreja.
3. Observar e comparar as frases da Sagrada Escritura. - Para colher o verdadeiro sentido observe as
expressões e figuras próprias das Escrituras Sagradas; e não só considere o
contexto imediato do lugar que tem entre mãos mas compare também apuradamente
outros lugares em que a mesma frase apresenta sentido idêntico ou diverso.
4. Textos gregos e hebreus. - Dos originais
hebreus e gregos aduza o que for útil, mas com brevidade e só quando alguma
diversidade entre esses textos e a vulgata latina exija conciliação ou quando
os idiotismos das outras línguas contribuam para maior clareza e compreensão.
5. Uso de outras
versões -Não empreenda a refutação dos erros das outras versões, assim das
latinas mais recentes como da caldaica, da siríaca, da de Teodotion, Áquila e
Símanaco, a menos que sejam erros importantes ou com aparência de
probabilidade; como também não omita o que pode ser muito favorável à vulgata
latina e aos mistérios da nossa fé, principalmente se se tratar da versão dos
LXX, da qual sempre se deverá falar com respeito.
6. Seguir as
explicações dos Papas e Concílios - Se os cânones dos Papas ou dos
Concílios, principalmente, gerais indicam o sentido literal de alguma passagem,
defenda-o como literal; e não acrescente outros sentidos literais apoiado em
razões muito fortes. Se alegam outrossim um texto expressamente para
confirmação de um dogma, ensine também que, literal ou místico, este é
indubitavelmente o seu sentido.
7. Seguir as pegadas dos SS.
Padres. - Siga com respeito as pegadas dos Santos Padres; se estiverem
de acordo sobre uma interpretação literal ou alegórica, principalmente quando
falam com clareza ou tratam expressamente da Escritura ou dogma, não se aparte
desta interpretação; se, porém, não concordam, das várias explicações prefira
aquela para a qual há muitos anos, e com grande consenso, parece
inclinar-se a Igreja.
8. Confirmar o
dogma com a Escritura. - Se houver um dogma de fé que grande número de
Padres e teólogos afirma se pode provar com a Escritura, não negue esta possibilidade.
9. Não se recomendem os escritos rabínicos. -Se nos escritos dos rabinos hebreus houver
alguma coisa que possa alegar-se com vantagem em favor da Vulgata ou dos dogmas
católicos, alegue, mas sem recomendar-lhes a autoridade afim de que não se lhes
granjeie a afeição de alguém, principalmente se forem escritores judeus
posteriores a Cristo.
10. Não se
ocupar com os escritos e erros dos rabinos. - No mais não se aplique a investigar as
coisas dos rabinos ou a ventilar-lhes os erros, a menos que se trate dos mais
célebres; siga a mesma norma em relação a certos exegetas cristãos que por eles
se deixaram influenciar excessivamente.
11. Não confiar
demasiadamente na pontuação. - Não confie em confie em demasia na pontuação
massorética, que é invenção dos rabinos, mas considere com diligência como o
nosso texto, o dos LXX e outros intérpretes antigos leram sem essa pontuação.
12. Zelo da
brevidade. - Não se demore demasiadamente em cada texto da Escritura, a
menos que a sua importância justifique o dispêndio de tempo e de esforço, afim
de que não se proceda com muito vagar; para este fim, percorra rapidamente os
lugares mais fáceis, ou os omita.
13. Não tratar
as questões com método escolástico. - Não trate com método escolástico as
questões próprias da Sagrada Escritura.
14. Não se
demorar na cronologia. - Não se detenha muito tempo em investigar
questões de cronologia ou de geografia da terra santa ou outras menos úteis, a
menos que a passagem o exija; bastará indicar os autores que tratam amplamente
estes assuntos.
15. Aplicações
alegóricas e morais. - Não passe em silêncio as aplicações alegóricas e
morais, invulgares, nascidas espontaneamente do sentido literal, engenhosas e perspicazes. Quanto
às outras, indique apenas os santos padres onde se poderão encontrar.
16. Evitar
controvérsias. Se deparar com um texto controvertido entre nós e os hereges
ou alegado nas discussões teológicas pelos dois partidos, limite-se a mostrar
com gravidade, porém, e vigor, principalmente contra os hereges, a sua
importância para a solução do debate; omita o mais, para, lembrado de seu
ofício, não ultrapassar os limites de um professor de Escritura Sagrada.
17. Antigo e
Novo Testamento em anos alternados. -Em anos alternados, interprete o Novo
e o Antigo Testamento, a menos que, algumas vezes, não se julgue melhor outra
ordem.
18. Cada ano, um
livro novo. — A explicação de um livro iniciado num ano, não se deve
prolongar no seguinte, a não ser por motivo grave; e não volte a interpretar o
mesmo livro senão depois de explicados os livros mais importantes.
19. Repetições e lições em casa. - Além das repetições feitas em casa uma vez por semana, haja também de
quando em quando lições no refeitório em conformidade com as prescrições do
Reitor.
20. Lições
Públicas. - Em lugar da lição ordinária designe-se às vezes um aluno que
interprete, em forma elegante e desenvolvida, algum dos passos mais importantes
da Sagrada Escritura. Terminada a exposição, um ou outro dos discípulos poderá
formular objeções, que, porém, só deverão ser tiradas dos vários passos da
Escritura, dos idiotismos de linguagem ou das interpretações dos SS. Padres.
REGRAS DO PROFESSOR DE LÍNGUA HEBRÁICA
1. Fidelidade da interpretação. - Considere como ponto de máxima importância
interpretar com a maior fidelidade o texto primitivo da Sagrada Escritura.
2. Defesa da
Vulgata. Entre outros pontos que deve ter em mira, considere a defesa da
versão adotada pela Igreja.
3. Unir o estudo da gramática ao
texto. — No princípio do
ano explique os primeiros rudimentos da gramática; em seguida, continuando as
outras regras, interprete algum dos livros mais fáceis da Sagrada Escritura.
4. Atenção especial às
palavras. — Enquanto interpretar os livros sagrados, não se aplique tanto
a explicar o conteúdo e o pensamento quanto a chamar a atenção sobre a força e
o sentido das palavras, os idiotismos da língua e os preceitos da gramática, de
acordo com o uso genuíno dos autores.
5. Suavizar a aspereza
da língua. Procure enfim
ensinar de modo que suavize, com sua arte, a estranheza e, dificuldade que
alguns encontram no estudo desta língua.
REGRAS DO PROFESSOR DE TEOLOGIA
[ESCOLÁSTICA]
1. Fim. - Persuada-se que é
seu dever unir a sutileza bem fundada no argumentar com fé ortodoxa e a
piedade, de modo que aquela sirva a estas.
2. Seguir Santo Tomás. - Em teologia escolástica sigam os
nossos religiosos a doutrina de Santo Tomás; considerem-no como seu Doutor
próprio, e concentrem todos os esforços para que os alunos lhe cobrem a maior
estima. Entendam, porém, que se não devem adstringir de tal modo a Santo Tomás,
que lhes não seja permitido em cousa alguma apartar-se dele, uma vez que os que
de modo especial se professam tomistas por vezes dele se afastam e não seja
justo se liguem os nossos religiosos a Santo Tomás mais estreitamente do que
os próprios tomistas.
3. Com algumas
exceções. - Por isso, no que respeita à Concepção da Virgem Maria e à
solenidade dos votos, sigam a opinião mais comum em nossos dias e mais
geralmente recebida entre os teólogos. Nas questões puramente filosóficas ou
ainda nas que se relacionam com a Escritura e o Direito Canônico é também
permitido seguir outros autores que mais ex-professo trataram esses assuntos.
4. Escolha da
opinião nas questões duvidosas. - Quando for duvidosa a opinião de Santo
Tomás, ou, nas questões que ele talvez não tratou, divergirem os doutores
católicos, assiste-lhe o direito de opção, como foi dito nas regras comuns,
regra 5a.
5. Cuidado da fé
e da piedade. No ensino procure antes de tudo robustecer a fé e alimentar a
piedade. Por isso, nas questões que Santo Tomás não tratou expressamente,
ninguém ensine cousa alguma que não esteja em harmonia com o sentir da Igreja e
as tradições recebidas ou que, de qualquer maneira tenda a enfraquecer os
fundamentos da sólida piedade. Assim, não rejeite os argumentos, ainda só
prováveis, que se costumam alegar para provar as cousas da fé, nem
temerariamente proponha novos, se não baseados em princípios solidamente
estabelecidos.
6. Não defender
opiniões que ofendem os católicos -Se souber de alguma opinião, seja qual
for o seu autor, que escandaliza gravemente os católicos de uma região ou
escola, aí não as ensine nem as justifique. Onde não está em jogo a doutrina da
fé ou a integridade dos costumes, exige a caridade prudente que os nossos
religiosos se acomodem àqueles com quem vivem.
7. Curso de
teologia em 4 anos. O curso inteiro de teologia deve concluir-se em
quatro anos. Se, portanto, forem dois os professores de teologia escolástica:
Divisão das questões:
§1. O primeiro explique no primeiro ano as 43
questões da primeira parte da Suma, no seguindo, a matéria relativa aos anjos
e as 21 questões da primeira subdivisão da segunda parte; no terceiro, da
questão 55 ou 71 até o fim da primeira subdivisão da segunda parte; no quarto,
o que se refere à fé, esperança e caridade, da segunda subdivisão da segunda
parte.
§2. O segundo professor explição no primeiro ano,
da segunda subdivisão da segunda parte, as questões relativas e à
justiça e ao direito, e as mais importantes sobre a virtude da religião; no
segundo, da terceira parte, as questões da encarnação e, se puder, ao menos os
pontos principais dos Sacramentos em geral; no terceiro, o Batismo e a
Eucaristia e, se possível, alguma cousa, da Ordem e da Confirmação; no quarto
ano, a Penitência e o Matrimônio.
§3. Onde forem três
os professores de teologia, o primeiro explique, no primeiro ano, 26 questões
da primeira parte; no segundo, as questões restantes que puder, dá mesma
parte; no terceiro, o que puder da primeira subdivisão da segunda parte antes
da questão 81; no quarto ano, o resto da subdivisão da segunda parte.
§4. O segundo, no
primeiro ano, explique da segunda subdivisão da segunda parte as controvérsias
sobre a Escritura, as tradições, a Igreja, os Concílios e o Romano Pontífice;
no segundo, as questões da fé, esperança e caridade; no terceiro, as questões
da justiça e do direito, da restituição da usura e dos contratos, quanto puder;
no quarto, o que não foi explicado dos contratos, e o que trata Santo Tomás
sobre a vida religiosa e os estados de vida.
§5. O
terceiro, no primeiro ano, as questões da Encarnação; no segundo, dos
sacramentos em geral, do Batismo e da Eucaristia; no terceiro, da Penitência e
do Matrimônio; no quarto, das censuras eclesiásticas e dos demais sacramentos.
8. Explicar
todas as questões de cada ano. Das questões que lhe foram prescritas para
cada ano, explique-as todas no ano indicado; se não lhe for possível concluir
alguma, omita-a de todo em vez de transferi-la para o ano seguinte e remeta os
alunos a um determinado autor.
9. Questões que
se devem omitir. Para que possa adiantar com mais facilidade na teologia
escolástica, é bom que se abstenha, quanto possível, de algumas classes de
questões, principalmente das quatro seguintes:
§1. As próprias
da Sagrada Escritura. Uma classe inclui as questões ou comentários próprios
da Sagrada Escritura; deixe-as ao professor desta disciplina.
§2. As
controvérsias. - A segunda classe compreende as questões controvertidas
contra os hereges; quando ocorrem, na Suma de Santo Tomás, tratem-nas com o
método escolástico de preferência ao histórico; contentem-se com provar cada
tese com dois ou três argumentos sólidos; reduzam também a nada,
aproximadamente com o mesmo número de razões, as principais calúnias dos
hereges; mas indiquem em todos estes pontos um autor no qual possa cada um
encontrar outras informações que desejar.
§3. As
filosóficas. — A terceira classe entende com as questões filosóficas que
não deverão tratar expressamente nem discutir, mas reportar-se a elas como já
tratadas por outrem.
§4. Os Casos
de Consciência. À quarta classe pertencem os casos de consciência.
Contentem-se neste ponto com alguns princípios gerais da moral que se costuma
debater com método teológico e deixem a aplicação mais sutil e minuciosa dos
casos.
10. Evitar repetições. - Se alguma vez Santo Tomás trata a mesma dificuldade em vários
artigos, sobretudo de questões diferentes, não repitam duas vezes a mesma
cousa; poderão reduzir estes artigos a uma só questão ou, se o assunto não
requer explicação mais ampla, compendiá-los, como se dirá claramente adiante no
Catálogo das questões anexo a estas regras; em cada artigo, porém, não se omita
cousa alguma digna de atenção.
11. Como
explicar Santo Tomás. - Percorram rapidamente os artigos fáceis. Lido o
título, indiquem em poucas palavras a conclusão de Santo Tomás ou digam: Santo
Tomás responde negando ou afirmando. Nos mais difíceis, porém, proceda-se mais
ou menos nesta maneira e ordem: explique-se primeiro o título do artigo se for
um tanto obscuro; exponha-se em seguida, se houver, a distinção de cujos
membros derivam as conclusões; depois, estabeleça-se a primeira conclusão de
Santo Tomás e, a seguir, as outras; a
cada uma das conclusões, se não for evidente, acrescente-se algumas das suas
razões, e estas também se expliquem de modo que entendam os alunos como, nas
distinções e razões de Santo Tomás, há muitas vezes maior força do que à
primeira vista possa parecer.
12. Evite longos
tratados - Explicado o artigo, se a matéria o exigir, abra sobre ele uma
questão, mas não se desenvolva um longo tratado a não ser em assuntos que não
se encontram em Santo Tomás ou, se se encontram, com grande vantagem se
explicam resumidamente.
13. Defender
Santo Tomás, ou omitir a questão. Não basta referir as opiniões dos
doutores e calar a própria; defenda, como se disse, a opinião de Santo Tomás
ou omita a questão.
14. Disputas
mensais. - Nas disputas mensais, nas quais serão tantos os defendentes
quanto os professores, sejam três os argüentes de manhã e outros tantos de
tarde, e cada um argua contra todos os defendentes, e, se nada houver em
contrário, o que respondeu de manhã em primeiro lugar, responda em segundo de
tarde.
REGRAS DO PROFESSOR DE CASOS DE CONSCIÊNCIA,
(de teologia moral)
1. Fim. -
Consagre todos os seus esforços, toda a sua habilidade em formar bons párocos
ou administradores dos Sacramentos.
2. Divisão da matéria. O primeiro professor explique em dois anos todos os sacramentos e censuras
e também os estados de vida e deveres do estado; o segundo também em dois
anos, explique o Decálogo; no 7o. Mandamento ocupe-se com a doutrina
dos Contratos, passando rapidamente por cima dos menos importantes ou
acessórios com a deposição, degradação, magia e cousas semelhantes.
3. Em que medida deverá abster-se de questões
teológicas. -Ainda que importe abster-se das questões teológicas que
praticamente não têm relação necessária com os casos, convirá, contudo tratar
às vezes brevemente alguns pontos de teologia de que depende a doutrina dos
casos, como a natureza e as espécies de caráter, a noção de pecado mortal e venial,
de consentimento e outras semelhantes.
4. Disposição e método das questões. -
Sem forma escolástica, cada problema será tratado por perguntas e respostas;
como prova, escolham-se duas ou três razões no máximo; não se acumulem
autoridades em demasia; a cada regra ou preceito geral siga-se como exemplo,
mais ou menos, três casos particulares.
5. Indicar as opiniões prováveis. - Prove
as suas opiniões, de modo, porém, que, se houver outra provável e defendida
por bons autores, indique-a também como provável.
6. Disputa semanária. Aos sábados,
omita-se a lição e durante duas horas ou pouco menos, a juízo do Provincial e
de acordo com o número de alunos, haja disputa na aula em presença do professor
sobre as teses explicadas. Nesta disputa siga-se de preferência o método de
perguntas de modo que se peça a explicação de alguma dificuldade ou se proponha
um novo caso mudada alguma circunstância, ou se alegue um cânon ou a opinião de
um doutor eminente como objeção a alguma tese, ou ainda, para dar mais dignidade,
institua-se uma breve argumentação. Nisto, porém, não se passe a medida muito
inferior à que se costuma entre os estudantes de filosofia.
7. Forma da Conferência
doméstica de casos. — Se por ordem do Provincial e disposição do Reitor houver que presidir a
conferência doméstica dos casos de consciência atenha-se à ordem
seguinte. Proponha primeiro a matéria que será discutida, e às vezes alguma
cousa prática, conto do modo de interrogar o penitente, de prescrever o remédio
e a penitência ou outros assuntos semelhantes. Em seguida, explique as divisões
principais da matéria e os seus princípios fundamentais de modo que dê um
conhecimento geral e projete luz sobre todos os pontos a serem tratados. Por
último, escolha, sobre a matéria, três ou quatro casos que deverão ser afixados
no local da conferência com a indicação do dia em que serão discutidos.
8. Estudo
privado. - Sobre estes casos propostos consultem alguns, em estudo
privado, os autores que lhe indicar o presidente.
9. Exposição e
discussão das opiniões. - Uma vez reunidos, convirá que exponha cada um,
com a maior brevidade, quanto encontrou no autor que lhe foi indicado; em
seguida interrogue o que preside a três aproximadamente (que é bom sejam
avisados com antecedência, e mudem de uma vez para outra) que lhes parece do
primeiro caso; por fim, das opiniões propostas colija a mais segura e provável.
Na mesma ordem e com o mesmo método discuta o segundo caso e os demais. Depois
de explicados assim os casos pelo que preside, com a máxima brevidade e pelo
modo a ser observado nas discussões de casos, proponham-se as dificuldades
sobre o assunto; responderá um dos indicados com antecedência e ele,
concluindo, exporá a opinião verdadeira.
10. Matéria
extraordinária das conferências. - Se o alguém ocorrer alguma questão fora
da matéria ordinária da conferência, indique-a, se possível, ao presidente para
que se discuta na conferência seguinte.
REGRAS DO PROFESSOR DE FILOSOFIA.
1. Fim. — Como as artes e
as ciências da natureza preparam a Inteligência para a teologia e contribuem
paro a sua perfeita compreensão e aplicação prática e por si mesmas concorrem
para o mesmo fim, o professor, procurando sinceramente em todas as cousas a
honra e a glória de Deus, trate-as com a diligência devida, de modo que prepare
os seus alunos, sobretudo os nossos para a teologia e acima de tudo os estimule
ao conhecimento do Criador.
2. Como seguir Aristóteles. - Em questão de alguma importância se afaste de Aristóteles, a menos que se
trate de doutrina oposta à unanimemente recebida pelas escolas, ou, mais ainda,
em contradição com a verdadeira fé. Semelhantes argumentos de Aristóteles ou de
outro filósofo, contra a fé, procure, de acordo com as prescrições do Concílio
de Latrão, refutar com todo vigor.
3. Autores infensos ao Cristianismo. -Sem muito critério não leia nem cite na aula
os intérpretes de Aristóteles infensos ao Cristianismo; e procure que os alunos
não lhes cobrem afeição.
4. Averrois. - Por essa mesma
razão não reúna em tratado separado as digressões de Averrois (e o mesmo se
diga de outros autores semelhantes) e, se alguma cousa boa dele houver de
citar, cite-a sem encômios, quando possível, mostre que hauriu em outra fonte.
5. Nâo se filiar em seita filosófica. - Não se filie nem a si nem a seus alunos em
seita alguma filosófica como o dos Averroistas, dos Alexandristas e
semelhantes; nem dissimule os erros de Averrois, de Alexandre e outros, antes
tome daí ensejo para com mais vigor diminuir-lhes a autoridade.
6. Santo Tomás.-
De Santo Tomás, pelo contrario, fale sempre com respeito; seguindo-o de boa
vontade todas as vezes que possível, dele divergindo, com pesar e reverência,
quando não for plausível a sua opinião.
7. Curso de filosofia de três anos.- Ensine todo o curso de filosofia em não
menos de três anos, com duas horas diárias, uma pela manhã outra pela tarde, a
não ser que em alguma universidade se oponham os seus estatutos.
8. Quando se deve concluir.- Por esta razão não se conclua o curso antes que as férias do fim do ano
tenham chegado ou estejam muito próximas.
9. O que se deve
ensinar ou omitir no primeiro ano.
§1. No primeiro ano
explique a Lógica, ensinando-lhe o mesmo no primeiro trimestre, menos ditando
do que explicando os pontos mais necessários por Toledo ou Fonseca.
§2. Nos prolegômenos
da lógica discuta somente se é ciência, qual o seu objeto, e alguns pontos
sobre os gêneros e as espécies; a discussão completa sobre as idéias Universais
remeta-as para a metafísica, contentando-se aqui de noções elementares.
§3. Sobre os
predicamentos exponha os pontos mais fáceis como, mais ou menos, se acham em
Aristóteles, o mais remeta para o ultimo ano; quanto, porém, à analogia e à
relação, que ocorrem com muita freqüência nas disputas, trate na lógica o que
for necessário.
§4. Dê um rápido
sumário do 2o. livro e dos dois primeiros livros da Analytíca priora com
exceção dos oito ou nove primeiros capítulos do primeiro livro; exponha, porém,
as questões com eles relacionadas, mas muito brevemente a relativa aos
contingentes na qual não trate cousa alguma sobre o livre arbítrio.
§5. Afim de
que o segundo ano possa consagrar-se inteiramente à Física; no fim do primeiro
ano desenvolva de modo mais completo o tratado da ciência, e nele incluam quase
toda a introdução à física como a divisão das ciências, abstração,
especulativo e prático, subalternação, diferença de métodos da física e da
matemática, de que trata Aristóteles no 2o. livro dos Físicos, e por fim tudo o
que acerca da definição se encontra no 2o. livro de Anima.
§6. Quanto ao
conteúdo do livro do Tópicos e de Sofisticís Elenchis, é
preferível que o disponha em melhor ordem e explique sumariamente no princípio
da lógica.
10. No segundo
ano.
§1. No segundo ano
os oito livros Physicorunt, os livros De Cœlo e o primeiro De
generatione. Dos oito livros Physicorum dê sumariamente os textos do
livro 6o. e 7o. e do 1o. a começar do ponto em que refere as opiniões dos
antigos. No livro 8o. nada exponha do número das inteligências nem da
liberdade, nem da infinidade do primeiro motor. Estas questões serão discutidas
na metafísica e somente segundo a opinião de Aristóteles.
§2. O texto do 2o.,
3o. e 4o. livro De Cœlo deverá ser dado brevemente e em grande parte
omitido. Nestes livros só se tratem algumas poucas questões sobre os elementos;
sobre o Céu, as que se referem à sua substância e influências; as outras
deixem-se ao professor de matemática ou reduzam-se a compêndio.
§3. Os livros meteorológicos
percorram-se nos meses de verão na última hora da tarde pelo professor
ordinário, se possível, ou, se parecer mais conveniente, por um professore
extraordinário.
11. No terceiro ano.
§1. No terceiro ano
explicará o livro segundo de Generatione, os livros De Anima e os
Metafísicos. No primeiro livro De Anima passe rapidamente por
cima das opiniões dos filósofos antigos. No segundo, explicado o que se refere
aos órgãos dos sentidos, não faça digressões sobre a Anatomia e outros assuntos
pertencentes ao estudo da medicina.
§2. Na metafísica passem-se por cima as
questões relativas a Deus e ao mundo das inteligências que, ou de todo ou em
grande parte, dependem das verdades ensinadas por divina revelação. Explique
com cuidado o proêmio e o texto do livro 7o. de do 12o. dos outros livros
escolham-se, em cada um, os textos principais, como fundamento das questões que
pertencem à metafísica.
12. Estima do
texto de Aristóteles. - Ponha toda a diligencia em interpretar bem o texto
de Aristóteles; e não dedique menos atenção à interpretação do que às próprias
questões. Aos seus alunos persuada que será incompleta e mutilada a filosofia
dos que ao estudo do texto não liga nem grande importância.
§1. Que textos se devem explicar e como. — Todas as vezes que deparar
com textos célebres e muitas vezes citados nas disputas, examine-os
cuidadosamente, conferindo entre si as interpretações mais notáveis afim de
que, do exame do contexto, da força dos termos gregos, da comparação com
outros textos, da autoridade dos intérpretes mais insignes e do peso das
razões, se veja qual deve ser preferida, examinem-se por fim as objeções que,
se por um lado não devem esmiuçar demasiadamente, por outro, não se deverão
omitir, se têm certa importância.
14. Escolha a ordem das questões. —
Escolha com muito cuidado as questões; as que não se prendem imediatamente ao
pensamento principal de Aristóteles, mas derivam ocasionalmente de algum
axioma por ele referido de passo, se em outros livros se tratam expressamente
para eles as remeta, do Contrário explique-as logo em seguida ao texto que as
sugerir.
15. As questões
a ser introduzidas entre os textos. - As questões que por si pertencem à
matéria da qual disputa Aristóteles não se tratem senão depois de explicados
todos os textos que ao assunto se referem, no caso em que se possam expor em
uma ou duas lições. Quando, porém, se estendam mais como são os relativos aos
princípios, às causas, ao movimento, então nem se espraie em longas
dissertações nem antes das questões se explique todo o texto de Aristóteles,
mas de tal modo com elas se combine que depois de uma série de textos se
introduzam as questões com elas relacionadas.
16. Repetição na
aula. No fim da aula, alguns alunos, cerca de dez, repitam entre si
por meia hora o que ouviram e um dos condiscípulos, da Companhia, se possível,
presida à decúria.
17. Disputas
mensais. - Cada mês haja uma disputa na qual arguam não menos de três, de
manhã e outros tantos, de tarde; o primeiro, durante uma hora, os outros, durante três
quartos de hora. Pela manhã, em primeiro lugar dispute um teólogo (se houver
teólogos em número suficiente) contra um metafísico, um metafísico contra um
físico, um físico contra um lógico; de tarde, porem, metafísico contra
metafísico, físico contra físico, lógico contra lógico. Assim também pela manhã
um metafísico e pela tarde um físico poderão demonstrar uma e outra tese breve
e filosoficamente.
18. Disputas
durante o estudo da lógica. Enquanto o professor explica o resumo da
lógica, nem ele nem os alunos assistam a estas disputas. Mais, na primeira e na
segunda semana aproximadamente não deverão os lógicos disputar, contentando-se
com simples exposição da matéria, em seguida, poderão na aula defender algumas
teses aos sábados.
19. Disputas solenes. Onde só houver um professor de filosofia,
organize algumas disputas mais solenes três ou quatro vezes no ano, em dia
festivo ou feriado, e dê-las certo brilho e aparato convidando outros
religiosos e professores para argüir, afim de despertar um entusiasmo
proveitoso aos nossos estudos.
20. Rigor na forma da disputa. Desde o
início da lógica, se exercitem os alunos de modo que de nada se envergonhem
tanto na disputa como de se apartar do rigor da forma; e cousa alguma deles
exija o professor com mais severidade do que a observância das leis e ordem da
argumentação. Por isto o que responde repita as proposições acrescentando
“nego” ou “concedo” “a maior, a menor, a conseqüência”. Algumas vezes poderá
também distinguir, raras, porém, acrescente explicações ou razões, sobretudo
quando lhe não são pedidas.
REGRAS DO PROFESSOR DE FILOSOFIA MORAL.
1. Oficio.
Saiba que seu dever é não fazer digressões para questões teológicas, mas,
seguindo brevemente o texto, explicar com doutrina e solidez os capítulos principais da ciência
que se encontram nos livros da Ética de Aristóteles.
2. Tempo da
lição. — Onde as lições de ética não são dados pelo mesmo professor do
curso de filosofia, o que ensina ética explique aos estudantes de metafísica as
questões mais importantes
dessa ciência, todos os dias, durante 3/4 de hora ou 1/2 hora.
3. Repetição.
Ao menos de quinze em quinze dias haja uma repetição de ética, no tempo
assinado pelo Reitor, ainda que para esse fim se devesse suprimir uma repetição
de metafísica.
4. Teses. -
Quando os alunos de metafísica realizam as suas disputas, ou privadas em casa
ou mensais na aula, acrescentem sempre às teses alguma proposição de ética,
contra a qual o estudante de metafísica que argui deverá formular objeções por
um quarto de hora.
REGRAS DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA
1. Autores,
tempo, alunos de matemática. — Aos alunos de física explique na aula
durante 3/4 de hora os elementos de Euclides; depois de dois meses, quando os
alunos já estiverem um pouco familiares com estas explicações, acrescente
alguma cousa de Geografia, da Esfera ou de outros assuntos que eles gostam de
ouvir, e isto simultaneamente com Euclides, no mesmo dia ou em dias alternados.
2. Problema. -
Todos os meses, ou pelo menos de dois em dois meses, na presença de um
auditório de filósofos e teólogos, procure que um dos alunos resolva algum problema
célebre de matemática; e, em seguida, se parecer bem, defenda a solução.
3. Repetição. -
Uma vez por mês, em geral num sábado, em vez da preleção repita-se publicamente
os pontos principais explicados no mês.
REGRAS DO PREFEITO DE ESTUDOS INFERIORES
(= ginasiais)
1. Fins. — Entenda que seu ofício é ajudar,
por todos os meios, ao Reitor na direção e orientação das nossas escolas de
modo que os seus alunos aproveitem não menos na virtude do que nas letras
(Const. p. 4, e. 7, n. 1; c. 16, nº.4).
2. Subordinação ao Prefeito
Geral. - No que se refere à disciplina, consulte só ao Reitor; no que
concerne aos estudos também ao Prefeito Geral dos Estudos; não se afaste das
suas prescrições; não suprima nenhum costume estabelecido, nem introduza novos.
3. Aprovação do que se houver de declamar. - À revisão do Prefeito de estudos submeta tudo
o que, em casa ou fora, houverem de declamar em público os estudantes de
retórica e das classes inferiores. As divisas, porém, e as poesias que, nos
dias mais solenes, se expõem em lugares públicos deverão ser lidas
integralmente por dois Padres designados pelo Reitor, e, entre elas escolhidas
as melhores.
4. Acompanhe e auxilie
os mestres. - Tenha as regras dos mestres das escolas inferiores e
dos seus alunos e procure que sejam observadas como as suas.
5. Uniformidade no modo de ensinar. - Zele com grande empenho para que os
professores novos conservem o método de ensino dos seus predecessores, bem como
os outros costumes não alheios ao nosso regime escolar afim de que os externos
não se queixem da mudança freqüente dos professores.
6. Visitas das aulas. - Ao menos de quinze em quinze dias entretenha-se com cada um dos
professores; observe se ao ensino da doutrina cristã dão o tempo e cuidado
devido. Se progridem, como convém, na preparação e repetição das lições; se,
enfim, em todas as suas relações com os alunos se portam com distinção e
louvor.
7. Dias feriados e mudança de
horário. - Indague com tempo e
comunique aos professores os dias festivos e feriados, comuns a todas as
províncias ou peculiares à sua, principalmente semanais; bem assim as horas em
que deverão começar e terminar as aulas em cada estação; e ainda o tempo em que
deverão os alunos ir às orações públicas ou outras devoções ou qualquer outra
cousa extraordinária que se lhes devem recomendar ou proibir.
8. §1. Cinco
séries. - Evite que as cinco séries de que constam os cursos inferiores, a
saber, Retórica, Humanidade e as três classes de Gramática, de modo algum se
misturem; assim, se alguma classe, por causa do número avultado de alunos, for desdobrada
por ordem do Provincial, as duas conservem o mesmo grau; e se numa classe se
estabelecerem várias subdivisões, correspondam aos graus que se descrevem nas
regras dos professores.
§2. Divisão da
gramática em 3 livros. — E para que melhor e com mais facilidade se
conserve esta distinção, dividam-se todos os preceitos do P. Manuel Á1vares
(1832, da Gramática) em três livros, cada um dos quais corresponda a uma
série.
O primeiro livro,
para a classe inferior, abrangerá o 1º livro do P. Alvarez e uma breve
introdução à sintaxe tirada do segundo.
O segundo livro,
para a classe média, compreendera o livro segundo do P. Alvarez sobre a
construção das oito partes do discurso até às figuras e alguns apêndices mais
fáceis.
O terceiro livro, para a classe superior,
abraçará do livro segundo os apêndices mais elevados e da construção figurada
até ao fim e o livro terceiro sobre a medida das sílabas.
Divisão semelhante
a esta, em três partes correspondentes às três séries, deverá, outrossim, ser
feita pelas províncias que seguem outro método, diferente do da Romana.
§3. Subdivisão
da classe inferior. — No primeiro semestre deverá o mestre percorrer todo
o livro de sua classe, e no segundo, repeti-lo desde o começo. Como, porém, o
livro da classe inferior pe demasiado extenso para poder ser explicado e repetido todo num só
ano, deverá dividir-se de dois modos. Conviria em primeiro lugar só admitir
alunos bem instruídos na primeira parte de modo que a segunda parte pudesse ser
explicada e repetida para todos num só ano, como nas outras classes. Onde,
porém, não for isto possível, a classe inferior deverá subdividir-se em duas
subclasses, a uma das quais se explicará mais ou menos no primeiro semestre a
primeira parte do livro, à outra a segunda; no segundo semestre as duas partes
serão repetidas desde o começo. Onde se desdobrar assim a classe em subclasses
um professor poderá ensinar a subclasse inferior, outro, a superior.
§4. Vantagem da
repetição. — Esta repetição apresenta duas vantagens: a primeira, a de fixar
mais profundamente o que foi percorrido várias vezes; a outra, de permitir aos
bem dotados, que terminem o curso maus rapidamente que os outros,
possibilitando-lhes a promoção cada semestre.
§5. Colégio de
cinco séries. — Onde, portanto, houver cinco séries conserve-se em cada
uma o seu grau, conforme ficou dito nas regras dos mestres, e em nenhuma
delas, cuja exceção da inferior, se admitam duas subdivisões.
§6. De quatro. —
Onde houver quatro séries, ou, suprimida a Retórica, as outras quatro não diferirão
das descritas acima, ou, o que parece melhor, a última seja de retórica e
observe o grau descrito nas regras do professor de retórica, a segunda seja de
Humanidades e siga o grau indicado nas regras do respectivo professor; a terceira
desdobre-se em duas subdivisões, uma correspondente à classe superior de
gramática, a outra a média: a quarta enfim corresponderá à classe inferior de
gramática e poderá desdobrar-se em duas subdivisões, Como se diz nas suas regras. Se
só se admitir a subdivisão superior, a terceira série só terá um grau, o da
gramática superior, a quarta, porém, terá dois, o da gramática média e
inferior.
§7. De três.
- Onde houver três séries, as duas inferiores conservem o grau acima descrito
para as duas últimas do Colégio de quatro séries; a última, porem, seja só de
humanidades ou se desdobre em duas subdivisões, correspondentes a mais elevada
à Retórica, a outra à Humanidade. Não se introduza, porem, o grau mais elevado
sem consultar o Reitor, quando houver número suficiente de alunos dele capazes
e com a condição de que o Professor de modo algum falte com o zelo e o cuidado
devidos à subdivisão inferior..
§8. De duas.
- Onde houver duas séries, a inferior subdivida-se em duas, correspondentes à
classe média de gramática e à subdivisão mais elevada da classe ínfima; a
superior subdivida-se também em outras duas equivalentes, uma classe superior
de Gramática, outra a Humanidade.
§9. Repetição
nas classes subdivididas. - Nas aulas em houver duas subdivisões, a
repetição da matéria anual será para
ambas a mesma, indicada no § 3. Onde for possível que para uma e outra no
primeiro semestre se explique a parte respectiva, e no segundo se repita, os
alunos, permanecendo dois anos na mesma classe, progrediriam tanto como se
estivessem em duas classes, cada uma das quais correspondesse ao grau de cada
urna das subdivisões. Onde, porém, parecer mais difícil esta disposição,
empregar-se-á ainda assim mais tempo.
§10. O que nelas
haverá de comum, e de próprio. - Para que se possa conseguir este
resultado, nas classes subdivididas, tudo será comum a todos os alunos, exceto
a explicação da gramática. Antes de tudo, comum será a leitura de Cícero de
modo que as cousas mais fáceis se perguntem ao grupo menos adiantado, as mais
difíceis ao outro. Poder-se-á também ditar um só tema de tradução de modo que
subdivisão mais adiantada o escreva todo, a outra, só a primeira parte mais
adaptada às regras que lhe foram explicadas. Comuns enfim a todos poderão ser
quase sempre, os exercícios e desafios. Sendo, portanto, diferente unicamente a
lição de gramática, poderá ser explicada e repetida ou em dias alternados a
cada grupo, ou diariamente em tempos diversos.
9. Novos alunos.
- Não receba, quanto possível, entre os alunos, quem não seja acompanhado pelos
pais ou pessoas por eles responsáveis, ou quem não conheça pessoalmente ou
sobre o qual não possa com facilidade colher informações de pessoas conhecidas.
Por pobre ou de condição modesta ninguém deverá ser excluído.
10. Exames de
admissão. - Aos novos candidatos examine mais ou menos do seguinte modo:
pergunte que estudos fizeram e até que ponto; passe em seguida, para cada um
separadamente, um trabalho escrito sobre um assunto dado. Interrogue algumas
regras das classes que estudaram; proponha algumas frases ou para se verterem
em latim, ou, se for mister, para se traduzirem de algum autor clássico.
11. Admissão.
- Os que verificar que estão bem instruídos e são de bons costumes e boa
índole, admita; dê-lhes a conhecer as regras dos nossos estudantes para que
saibam como se deverão comportar. Aponte em livro especial o nome, cognome,
pátria, idade, pais ou responsáveis; se algum dos condiscípulos lhe conhece
acaso; e note ainda o dia e ano em que foram admitidos. Por último,
determine-lhe a classe e o professor que lhe convêm, de modo que lhe pareça
mais haver merecido uma classe mais elevada do que se achar abaixo daquela em
que foi colocado.
12. Os que se
não devem admitir. - Na última classe, de regra, não admita rapazes já
crescidos nem crianças muito novas, a menos que sejam notavelmente bem dotados
mesmo se os pais os houvessem enviado só para terem uma boa educação.
13. Promoção.
- A promoção geral e solene far-se-á uma vez no ano, depois das grandes férias.
Se um ou outro porém, se distinguir notavelmente e mostrar que fará mais
progressos na classe superior do que na sua (o que se poderá averiguar pela
inspeção da pauta e parecer do professor), não se retenha, mas em qualquer
época do ano, mediante exame, seja promovido, da primeira classe de Gramática,
porem, para as de humanidades, por causa da métrica, que se explica no segundo
semestre, e da classe de Humanidades para a de Retórica, por causa de compêndio
de Cipriano [Soares], só por exceção poderá alguém ser promovido.
14. Exame
escrito. - Para o exame em todas as classes haja um, ou se for mister, dois
trabalhos de prosa; na classe superior de Gramática e na de Humanidades -
também um de poesia , e, se parecer melhor, após intervalo de alguns dias, uma
prova de grego.
15. Promulgação
das normas de exame. - Providencie, para que, com a antecedência de dois ou
três dias, os professores anunciem a matéria da prova escrita e leiam em todas
as classes as normas do exame indicadas no fim destas regras.
16. Presidência
do Prefeito. - À prova escrita presida o próprio Prefeito de estudos ou
substituto que ele designar. No dia para ela marcado, dado o sinal, indique a
matéria, que deve ser antes breve que longa.
17. Entrega das
provas aos examinadores. - Conserve consigo as composições reunidas em
pacote, por ordem alfabética e, se não houver impedimento, distribua entre os
examinadores para que, se parecer bem, leiam e notem os erros à margem.
18. Examinadores.
- Deverão ser três os examinadores. Um deles será, por via de regra, o próprio
Prefeito; os outros dois serão escolhidos pelo Reitor com o Prefeito entre
pessoas versadas nas boas letras e, possivelmente, não professores. A decisão
será tomada por maioria dos três sufrágios. Se for elevado o número de alunos,
nada impede que se constituam duas ou mais comissões ternárias de examinadores.
19. Número
dos examinandos. - Os alunos sejam chamados em grupos de três, ou mais,
principalmente nas classes inferiores e outros tantos sejam em seguida enviados
pelo mestre em ordem alfabética ou outra mais conveniente.
20. Pautas do professor. - Os
examinadores, antes de tudo, percorram a pauta do professor e nela verifiquem
as notas atribuídas a cada aluno, que se aproxima do exame e, se for mister,
compare com as pautas anteriores do mesmo ano para que melhor se veja o
progresso que cada qual fez ou poderá fazer.
21. Processo do exame. - O exame se processará do seguinte modo:
primeiro, leia cada qual uma parte de sua composição, se se julgar conveniente,
ordene-se-lhe, em seguida, que corrija os erros, dando a razão de cada um e
indicando a regra violada. Aos gramáticos, proponha-se, depois, a versão
imediata para o latim de um trecho vernáculo e a todos se interroguem as
regras e outros assuntos estudados nas classes respectivas. Por último, se for
necessário, exija-se uma explicação breve de um trecho dos livros explanados
em aula.
22. Quando se devem dar os votos. -
Terminado o exame de cada grupo de três, quando esta fresca ainda a memória dos
examinadores, dêem-se os votos sobre os exames feitos levando em conta a
composição escrita, a nota do professor e a prova oral.
23. Sobre os
duvidosos. - Para decidir acerca dos alunos duvidosos, examine o Prefeito
os trabalhos escritos, cada dia, durante alguns períodos de tempo, consulte os
mesmos examinadores se convém submetê-los a novas provas escritas e orais. Em
casos de dúvida tenha-me ainda presente a idade, o tempo passado na mesma
classe, o talento e aplicação.
24. Conservar secreta a
decisão. - Terminado o exame, conservem-se em segredo o que foi decidido a
respeito de cada aluno, a não ser a apresentação a cada professor de sua pauta,
antes da leitura pública.
25. Ou ineptos.
- Se se verificar que alguém é de todo inepto para ser promovido, não se
atendam pedidos. Se alguém for apenas apto, mas, por causa da idade, do tempo
passado na mesma classe ou por outro motivo, que deve ser promovido, promova-se
com a condição, se nada a isto se opuser de que, no caso em que a sua aplicação
não corresponda às exigências do mestre, seja de novo enviado à classe inferior;
e o seu nome não deverá ser incluído na pauta. Se alguns, finalmente, forem tão
ignorantes que não possam decentemente ser promovidos e deles nenhum
aproveitamento se possa esperar na classe, entenda-se com o Reitor para que,
avisados delicadamente os pais ou tutores, não continuem inutilmente no
colégio.
26. Promulgação.
- A lista dos promovidos deverá ser lida publicamente ou em cada classe,
ou, numa só sala, a todos reunidos. Os que muito se distinguiram, entre os
colegas, leia-se em primeiro lugar como uma honra, na leitura dos outros,
observe-se a ordem alfabética ou a promoção.
27. Listas dos
livros. - Antes da reabertura das aulas, consulte a tempo com o Reitor
sobre a organização das lista de livros que, durante o ano, deverão ser explica
nas nossas aulas, para que se comunique ao Prefeito Geral e aos professores. Do
mesmo modo se determinem os livros ou autores que, porventura, durante o ano,
deverão ser substituídos.
28. Abundância
de livros. - Providencie a tempo com
os livreiros públicos afim de que não venham a faltar os livros que os nossos
estudantes e os de fora terão que usar diariamente ou no ano seguinte.
29. Determinação de lugares. - No princípio de cada ano, pessoalmente ou por
meio dos professores, determine para cada estudante, por meio dos seus
superiores para cada, aluno um pensionista, o seu lugar de aula e os
confessores, a não ser que, aqui ou ali, a ordem dos lugares obedeça à ordem
de formação. Aos nobres, (1832: onde
houver esse costume) se assinem os lugares mais distintos; aos nossos e também
a outros religiosos, se houver, bancos separados dos externos; e não consinta
que, sem seu conhecimento, se introduza alguma mudança notável.
30. Tempo de
estudo privado. -É de grande importância que não só aos nossos estudantes, mas
também aos alunos internos e, se possível, também aos externos, o Prefeito, por
meio dos Professores ou dos outros Prefeitos dos respectivos colégios, lhes
determine um horário que reserve um bom tempo ao estudo privado.
31. Nenhuma
dispensa. - A não ser por motivo grave, não dispense a ninguém,
sobretudo por longo tempo, da composição dos versos e do estudo do grego.
32. Declamações
mensais. - Procure que as declamações mensais (festivas) dos retóricos, nas
suas aulas, sejam abrilhantadas pela presença não só dos retóricos e
humanistas, mas também dos alunos das classes superiores. Avise, para isso aos
Professores que convidem os seus alunos; dos nossos, nenhum poderá faltar sem
licença do Reitor.
33. Desafios das
aulas. - Considere o tempo, o modo e o lugar em que se deverão reunir as
aulas para os desafios entre si; não só prescreva com antecedência o método da
discussão, mas ainda, durante o debate, procure com a sua presença que tudo
proceda com fruto, modéstia e serenidade. Do mesmo modo esteja presente às
declamações ou preleções que os retóricos e humanistas costumam realizar no
ginásio.
34. Academias. -
Afim de que mais profundamente se gravem os exercícios
literários, procure, com o parecer do Reitor que, não só nas classes de
Retórica e Humanidade, mas também de Gramática, se fundem Academias, nas quais,
em dias certos, segundo as normas fixas indicadas no fim deste livro, se
realizem, pôr turnos, preleções e outros exercícios de um bom estudante.
35. Prêmios
públicos. - Lembre a tempo ao Superior a distribuição de prêmios e as
declamações ou então, porventura, se devem realizar. Nesta distribuição
observem-se as normas que vão indicadas no fim destas regras e deverão ser
lidas em todas as classes antes das provas escritas.
36. Prêmios
particulares. - Procure que, além dos prêmios públicos, os professores
estimulem em suas aulas, os alunos com pequenos prêmios particulares, ou outros
símbolos de vitória dados pelo Reitor do Colégio e que sejam merecidos por quem
venceu o adversário, repetiu ou aprendeu de cor um livro, ou realizou algum
outro esforço notável.
37. Censor ou
pretor. - Segundo o costume de diferentes regiões, nomeie em cada classe um
censor público, ou, se não soar bem o nome de censor, um decurião chefe ou um
pretor e para que seja mais respeitado pelos condiscípulos deverá ser
distinguido com algum privilégio e terá o direito de impor com a aprovação do
mestre, algumas penas menores aos companheiros. Será ainda seu ofício, observar
se algum discípulo passeia pelo antes do sinal, se entra em outra aula, ou
deixa a própria aula ou lugar. Leve também ao conhecimento do Prefeito os que
faltam cada dia; se alguém que não pe
estudante entrou na aula; enfim qualquer
falta cometida em aula, na ausência ou em presença do professor.
38. Corretor. -
Por causa dos que faltarem ou na aplicação ou em pontos relativos aos bons
costumes a aos quais não bastarem as boas palavras e exortações, nomeie-se um
Corretor, que não seja da Companhia. Onde não for possível, excogite-se um modo
que permita castigá-los por meio de algum estudante ou[1][1] de maneira conveniente. Por faltas,
porém, cometidas em casa, não sejam punidos em aula a não ser raras vezes e por
motivo bem grave.
39. Os que
recusam a correção. - Os que não aceitarem as correções corporais ou sejam
a elas constrangidos, se possível, ou se isso não puder ser convenientemente,
corno no caso dos mais crescidos sejam afastados do nosso Colégio, avisando-se
previamente o Reitor. Do mesmo modo se proceda com os que faltam freqüentemente
às aulas.
4O. Eliminação
do Colégio. - O aluno para o qual não forem suficientes nem as palavras nem
a ação do Corretor e não der esperança de emenda e for de escândalo aos outros,
melhor é eliminá-lo do colégio do que conservá-lo onde para ele há pouco
proveito e para os outros pode haver prejuízo. Deixe-se, porém, a decisão a
critério do Reitor, para que em tudo se proceda, como é de razão, para a glória
e serviço de Deus.
41. Punições. - Se
acontecesse algum caso em que a expulsão do colégio não parecesse reparação
suficiente do escândalo dado, leve ao conhecimento do Reitor para que este veja
que providência convenha ainda tomar. Na medida do possível, porém, proceda-se
com espírito de doçura, conservando a paz e a caridade com todos.
42. Readmissão
no colégio. - Não sejam readmitidos nos nossos colégios os que dele foram
uma vez expulsos, ou, sem justa causa, espontaneamente se retiraram, sem antes
consultar o Reitor, que julgará o que for conveniente.
43. Ordem nos
pátios. - Nos pátios e nas aulas, ainda superiores, não se tolerem armas,
ociosidade, correrias e gritos, nem tampouco se permitam juramentos, agressões
por palavras ou fatos; ou o que quer que seja de desonesto ou
leviano. Se algo acontecer, restabeleça logo a ordem e trate com o Reitor do
que possa perturbar e tranqüilidade do pátio.
44. Visita do pátio e das aulas. - Não só durante o tempo das aulas esteja freqüentemente no pátio ou no
claustro donde se possa ver o pátio, mas ainda visite as aulas antes do sinal de entrada e se encontre sempre na porta do pátio durante a
saída geral.
45. Igreja e
missa. - Procure que, na Igreja, a entrada e saída de alunos se faça sem
rumor; não assistam à Missa senão acompanhados por um ou mais professores; a
ela não só assistam todos, cada dia e com devoção, mas ainda dispostos com
correção e ordem.
46. Confissão. - Providencie para que, nos dias e horas
marcadas para as confissões dos alunos, os confessores cheguem à hora; durante
o tempo das confissões entre algumas vezes na Igreja e se esforce para que os
meninos se portem com modéstia, e piedade.
47. Não chamar
os alunos das aulas. - Nem o próprio Prefeito, a não ser raras vezes, chame
os alunos das aulas, especialmente durante o tempo da preleção; e se outros
faltarem neste ponto, informe o Reitor.
48. Não se
servir do trabalho dos alunos. - Não
se sirva nunca nem permita que os outros se sirvam do trabalho dos alunos para
escrever ou para outro fim.
49. Afixar
publicamente as regras. - As regras comuns aos alunos externos, deverão ser
afixadas onde possam ser lidas pelo público, e também em cada aula, em lugar
patente; no começo de cada mês sejam lidas na retórica e nas outras classes
inferiores.
50. Função do
Prefeito Geral. - Onde não houver Prefeito de estudos superiores, torne
sobre si, com a aprovação do Reitor, o cuidado de rever o que se deverá
declamar em público, e também informando o Reitor de distribuir os livros aos
nossos escolásticos.
NORMAS DA PROVA ESCRITA.
1. Presença dos
alunos. - Entendam todos que, se alguém faltar, no dia da prova escrita, a
não ser por motivo grave, não será levado em consideração no exame.
2. Tempo da
prova. - Venham a tempo à aula para que possam ouvir exatamente a matéria
da prova e os avisos que por si ou por outrem der o Prefeito e terminem tudo
dentro do horário escolar. Dado o sinal do silêncio, a ninguém será permitido
falar com outros nem mesmo com o Prefeito ou com quem o substituir.
3. Preparação. -
Os alunos devem trazer os livros e o mais que for necessário para escrever
afim de que não seja necessário pedir cousa alguma a quem quer que seja durante
a prova.
4. Forma. - A
prova será adaptada ao nível de cada classe, escrita com clareza, de acordo com
as palavras do ditado e de acordo com o modo prescrito. O que for duvidoso será
interpretado no sentido falso; as palavras omitidas ou mudadas sem razão para
evitar dificuldade, considerem-se como erros.
5. Cuidado com
os que sentam juntos. - Tome-se cuidado com os que sentam juntos: porque,
se porventura duas composições se apresentam semelhantes ou idênticas, tenha-se
ambas como suspeitas por não ser possível averiguar qual o que copiou do outro.
6. Saída da
aula. - Para evitar fraudes, se iniciada a prova, obtiver alguém, por
motivo de força maior, licença para sair, deixe tudo o que escreveu com o
Prefeito ou com quem no momento estiver encarregado da aula.
7. Entrega das
provas. - Terminada a composição, poderá cada um, em seu lugar, rever,
corrigir e aperfeiçoar, quanto quiser o que escreveu; porque, uma vez entregue
a prova ao Prefeito, se depois quiser fazer alguma correção, já lhe não poderá
ser restituída.
8. Assinatura do nome. -
Cada qual dobre a sua prova conforme as instruções do Prefeito, e no verso
escreva em latim só o nome e cognome do autor para que mais facilmente se
possam dispor todas em ordem alfabética, se preferida.
9. Conclusões da
prova.- Os que se aproximam do Prefeito para a prova levem consigo os
próprios livros, afim de que, uma vez entregue, se retirem logo da aula em
silêncio; enquanto saem alguns, não mudem os outros de lugar, mas terminem
a composição onde a começaram.
10. Tempo. - Se
alguém não terminar a prova no tempo prescrito, entregue o que escreveu. Convém, por isto, que saibam todos exatamente
o tempo que é dado para escrever, para copiar e para rever.
11. Apresentação
aos exames. - Finalmente, quando se apresentem para o exame (oral), levem
consigo os livros explicados durante o ano e sobre os quais hão de ser
interrogados; enquanto é examinado um, os demais prestam toda a atenção; não
façam, porém, sinais ao outros nem corrijam, se não forem perguntados.
NORMAS PARA A DSITRIBUIÇÃO DE PRÊMIOS.
1. Número de prêmios. – Para a classe de Retórica haverá
oito prêmios: dois para prova latina, dois para poesia; dois para prosa grega e
outros tantos para poesia. Para a classe de Humanidades e a primeira classe de
Gramática haverá seis prêmios, na mesma ordem, omitindo-se a poesia grega que,
de regra, não ocorre abaixo da Retórica. Para todas as outras classes
inferiores, quatro prêmios, omitindo-se também a poesia latina. Além disso,
dê-se também, em todas as classes, um prêmio ao aluno ou aos dois alunos que
melhor houverem aprendido a doutrina cristã. Conforme o número, grande ou
pequeno dos estudantes, poderão distribuir-se mais ou menos prêmios, contanto
que se considere sempre mais importante o de prosa latina.
2. Dias de
prova. - A prova escrita de concurso deverá ser dividida em vários dias, de
modo que se determine um para a prosa latina, outro para a composição de
versos, e outros dois para a prosa e a poesia grega.
3. Horas
marcadas. - Nos dias e horas marcadas para a prova escrita reúnam-se todos,
cada qual na sua aula.
4. Saída e falar, proibidos. - Indicado o assunto da prova, antes de a terminar e entregar, ninguém saia
da aula nem fale com outrem, dentro ou fora do ginásio; se for necessário sair,
com licença, deixe-se tudo o que se houver escrito em mãos de quem estiver
encarregado da aula.
5. Prorrogação
do tempo. - Se alguém pedir prorrogação de prazo para dar melhor
acabamento ao seu trabalho, poderá conceder-se-lhe o tempo que quiser contanto
que não saia da aula nem vá além do pôr do sol.
6. Provas
sigiladas. - Ao sair, entregue cada um ao Prefeito do Ginásio ou ao seu
substituto a própria prova escrita com empenho e marcada com um sinal
livremente escolhido, mas sem nome; ao mesmo entregue também outro papel, onde,
com o mesmo sinal se inscreva o nome e cognome do autor, mas cuidadosamente
sigilado de modo que se não possa ler o nome.
7. Conservar com cuidado os papéis. - O Prefeito conservará tudo com cuidado e
fidelidade, e não abrirá os papeis que encerram os nomes antes do julgamento.
8. Julgadores. -
Escolha-se três julgadores, doutos e dignos, um dos quais, se assim o pedir o
costume da região, poderá ser de fora e que ignorem os autores de cada prova. Lidos
todos os trabalhos escritos e diligentemente examinados, declarem, por maioria
de votos e em ordem, os vencedores de cada grupo e, também, um ou dois dos que
mais se aproximarem dos vencedores.
9. Forma do
julgamento. - No julgamento deverá ser preferido o que escreveu com melhor
estilo ainda que outros tenham escrito mais. Se alguns forem iguais na
qualidade e no estilo, aos que menos escreveram preferir-se-á o que escreveu
mais. Se ainda nisto forem iguais, seja vencedor o que avantaje na ortografia.
Se na ortografia e no mais empataram, dê-se o premio ao de melhor caligrafia.
Se em tudo forem iguais, os prêmios poderão ser divididos, multiplicados ou
tirados em sorte. Se algum levar aos outros a palma em todas as espécies de
composição, receberá também os prêmios de todas.
10. Abertura do
sigilo. – Terminado o julgamento, o Prefeito, na presença do Reitor e do
Prefeito Geral, abra os papéis que encerram os nomes dos concorrentes com os
respectivos sinais, apurem com cuidado, para evitar enganos, os nomes dos
vencedores e não os comunique senão aos Professores.
11. Solenidade
dos Prêmios. - No dia marcado, com a maior solenidade e assistência de
convidados possível, leiam-se publicamente os nomes dos vencedores e cada um
dos chamados levantar-se-á no meio da assembléia e receberá com toda a honra os
seus prêmios. Se faltar alguém, sem licença dada, pelo Prefeito, por justas
causas, reconhecidas pelo Reitor, perderá o direito ao premio inda que bem
merecido.
12. Distribuição.
– O leitor chamará um dos premiados mais ou menos com esta fórmula: “Para
maior glória e progresso das letras e de todos os alunos deste ginásio, mereceu
o primeiro, o segundo e o terceiro etc. prêmio em poesia latina, em poesia
grega, N.” Entregue então o prêmio o premi ao vencedor, acompanhando-o
geralmente com uma brevíssima estrofe adaptada à circunstância e que, se
possível, será logo entoada pelos cantores. Por último leia também os nomes dos
que mais se aproximaram dos vencedores, os quais se poderá distribuir também
alguma distinção.
13. Penalidades
contra as fraudes. – Se alguém transgredir estas normas, ou cometer alguma
fraude, a sua prova seja anulada.
REGRAS COMUNS AOS PROFESSORES DAS CLASSES INFERIORES.
1. Fim.- Aos jovens confiados à educação da Companhia
forme o Professor de modo que aprendam, com as letras, também os costumes
dignos de um cristão. (Const. p.4, c. 7, n. 2) Concentre de modo especial a sua
intenção, tanto nas aulas quando se oferecer o ensejo corno fora delas, em
moldar a alma plástica da juventude no serviço e no amor de Deus, bem como nas
virtudes com que lhe devemos agradar. De modo particular observe o seguinte:
(Const. p. 4, c. 16, n. 4)
2. Oração antes da aula. - Antes do começo
da aula recite alguém uma oração breve e apropriada, que o professor e todos
os alunos ouvirão atentamente de cabeça descoberta e de joelhos; ao iniciar a
lição o Professor, de cabeça descoberta, faça o sinal da Cruz e principie.
3. Missa e pregação. - Procure que
assistam todos à missa e à pregação; à missa diariamente, à pregação nos dias
de festa. Durante a quaresma envie-os ao sermão pelo menos duas vezes na
semana, ou mesmo os acompanhe, se este for o costume do lugar.
4. Doutrina cristã. - Nas classes de
gramática principalmente e, se for mister, também nas outras, aprenda-se e
recite-se de cor a doutrina cristã, ás sextas-feiras e aos sábados; a menos se
julgasse melhor que em algum lugar os alunos novos a recitassem mais vezes.
5. Exortação. - Haja também às
sextas-feiras ou aos sábados, por meia hora, uma exortação espiritual ou
explicação da doutrina. Exortem-se principalmente os alunos à oração
quotidiana a Deus, de modo particular à recitação diária do terço ou do oficio
de Nossa Senhora; ao exame vespertino de consciência, à recepção freqüente e
digna dos sacramentos da Penitência e da Eucaristia, à fuga dos maus hábitos,
ao horror ao vício e finalmente à prática das virtudes dignas do cristão. (Const., p. 4. c. 7, n. 2)
6. Colóquios
espirituais. - Nas conversas particulares inculque também as práticas de piedade,
de modo, porém, que não pareça querer aliciar alguém a entrar na nossa Ordem;
se encontrar alguém com esta inclinação, encaminhe-o para o confessor.
7. Ladainhas e devoção
a Nossa Senhora. - Nos sábados à tarde mande rezar na aula as ladainhas de
Nossa Senhora, ou, se for costume, leve os alunos à igreja para ouvi-las com os
outros; aos seus discípulos aconselhe com empenho a devoção à mesma Virgem e ao
Anjo da Guarda.
8. Leitura espiritual.
- Recomende vivamente a leitura espiritual, sobretudo da vida dos santos.
Pelo contrário, quanto aos escritores impuros nos quais se encontre algo que
possa ser nocivo aos bons costumes, não só se abstenha pessoalmente de
explicá-los à juventude mas ainda se esforce com todo empenho para apartar da
sua leitura aos discípulos também fora da aula (Const. p. 4, c. 5, E.).
9. Confissão. - Procure que ninguém omita a confissão mensal;
prescreva que entreguem todos aos Confessores um cartão com o próprio nome,
cognome e classe para que depois, pela verificação dos cartões, saiba os que
faltaram (Const., p. 4, c. 16, n. 1).
10. Rezar pelos alunos.
- Ore muitas vezes a Deus pelos
seus discípulos e os edifique com os exemplos de sua vida religiosa.
11. Obediência ao
Prefeito. - Obedeça ao Prefeito dos estudos ginasiais em tudo quanto se
refere à disciplina escolar. Sem o consultar não admita ninguém na aula ou dela
o expulse, não comece explicar livro algum, nem dispense ninguém dos exercícios
escolares comuns.
12. Grau de cada
aula. - Conserve todas as aulas no seu nível. Da Retórica e da Humanidade
tratar-se-á abaixo em particular; da Gramática haverá três classes com as quais
se completará o seu curso. Todas as regras do P. Alvarez (da Gramática)
deverão, portanto, dividir-se em três partes, uma para cada classe, de tal
modo, porém, que em cada uma delas se repita sempre o que foi ensinado na
classe imediatamente inferior, como se indicará nas regras dos Professores
respectivos.
13. Divisão da Gramática grega. - A
Gramática grega dividir-se-á mais ou menos assim. A primeira parte, começando
com os primeiros elementos, compreenderá os nomes simples, o verbo substantivo
e também os verbos simples. A segunda, os nomes contractos, os verbos incomplexos,
os verbos em μι e as formações mais fáceis. A terceira, as
demais partes da oração, ou seja, tudo o que se inclui sob o nome de
rudimentos, com exceção dos dialetos e das observações difíceis. A quarta, que
pertence à Humanidade, inclui toda a sintaxe. A quinta, finalmente, para a
Retórica, contém a arte métrica.
14. Divisão do
tempo. - A divisão do tempo, que abrange para a Retórica, ao menos, duas
horas e para a Humanidade e outras classes, duas horas e meia, pela manhã e
outras tantas pela tarde, e duas horas no mínimo no dia feriado,
conservar-se-á sempre a mesma, para que fique determinado que horas se
empregarão em cada exercício.
15. Como pode
ser alterada. - A ordem destes exercícios poderá ser modificada, por
prescrição do Provincial, de acordo com o costume do lugar, contanto que a
cada um deles se reserve o mesmo tempo indicado nas regras do respectivo
professor, e se mantenha inalterado o que foi uma vez estatuído.
16. Dia festivo
no sábado. - Se cair algum dia festivo no sábado, os exercícios deste dia
transfiram-se para o anterior ou omitam-se de todo.
17. Divisão no
dia feriado. - Nos dias feriados, em que não se marcarem exercícios
especiais, mantenha-se a mesma divisão, encurtando-se proporcionalmente os que
se fazem nos outro dias; ou, por turno, se omitam alguns e se reserve algum
tempo para o desafio.
18. Costume de
falar latim. - De modo, especial conserve-se com rigor o costume de falar
latim exceto nas aulas em que os discípulos, o ignoram; de modo que tudo quanto
se refere à aula nunca seja permitido servir-se do idioma pátrio, dando-se nota
desfavorável aos que forem negligentes neste ponto; por este mesmo motivo, o
professor fale sempre latim.
19. Exercício de
memória. - Os alunos recitem as lições aprendidas de cor aos decuriões, de
cujo falará abaixo na regra 36, a não ser que, na Retórica, se prefira outro
costume. Os decuriões recitem-nas ao decurião chefe ou ao professor; todos os
dias o professor mande recitar alguns, quase sempre dos mais desidiosos e dos
que chegaram tarde à aula, afim de provar a fidelidade dos decuriões e manter a
todos no cumprimento do dever. Aos sábados recite-se em público o que foi
aprendido de cor numa ou em várias semanas; terminado um livro, poderão
escolher-se alguns que da cátedra o recitem desde o princípio, não sem prêmio.
20. Trabalhos
escritos. - Nas classes de gramática, todos os dias, apresentem-se, com exceção do
sábado, trabalhos escritos; nas outras, exercícios escritos de prosa, todos os
dias, exceto o sábado e o dia feriado, exercícios de poesia, só duas vezes, nos
dias seguintes ao domingo e ao feriado; tem grego, ao menos uma vez, de tarde,
em dia escolhido pelo professor.
21. Correção dos
trabalhos escritos. - De regra, os trabalhos escritos deverão corrigir-se
em particular e voz baixa, com cada aluno, de modo que aos outros se deixe, no intervalo,
tempo para exercitarem-se em escrever. É bom, contudo, no principio ou no fim
da aula, ler e comentar publicamente alguns espécimes ora dos melhores, ora dos
piores.
22. Método de
corrigir. - Em geral é este o método de corrigir ou indicar se foi violada alguma regra; perguntar como se poderá emendar;
mandar que os rivais corrijam publicamente o erro logo que o advertirem e
indiquem a regra transgredida; elogiar, em fim, tudo o que é perfeito. Enquanto
isto se realiza, publicamente, cada aluno leia e corrija a primeira cópia do trabalho
(que se deverá trazer sempre além da que se entrega ao professor).
23. Corrigir o
maior número. - Todos os dias deveria o professor corrigir os trabalhos
escritos de cada um, porque desta prática resulta muito e grande fruto.
Se, porém, não o permitir o número elevado dos alunos, corrija quantos puder
de modo que os omitidos num dia sejam chamados no seguinte. Para este fim,
principalmente nos dias em que se deve trazer poesia, distribua alguns
trabalhos para serem corrigidos pelos rivais (no intuito de facilitar esta
distribuição escreva cada qual no verso do trabalho, não só o próprio nome
senão também o do rival), outros, corrija-os o próprio professor, de tarde,
enquanto se recita a lição de cor, outros, ainda, em casa, se quiser.
24. Exercícios
na aula. - Enquanto corrige os trabalhos escritos, prescreva ora um ora
outro exercício, de acordo com o nível da aula. Pois nada arrefece tanto o
fervor dos alunos como o fastio.
25. Repetição. -
Do mesmo modo faça-se a repetição da lição do dia e da véspera, ou toda, por um
só aluno, ou, melhor, em partes por vários, afim de que se exercitem todos;
perguntem-se os pontos mais importantes e mais úteis, primeiro aos alunos mais
adiantados depois também aos outros, que responderão em recitação seguida ou intercalada
pelas interrogações do professor, enquanto o êmulo do repetente o corrigirá, se
erra, ou antecipará a resposta se tardar.
26. Sabatina. —
No sábado recorde-se tudo o que foi ensinado na semana. Se, de quando em
quando, se oferecerem alguns para responder sobre todas estas lições ou sobre
um livro inteiro, escolha o professor os melhores e os demais o ataquem, cada
qual, com duas ou três perguntas; e não fique isto sem recompensa.
27. Preleção. - Na preleção só se expliquem os autores antigos, de modo algum os modernos.
De grande proveito será que o professor não fale sem ordem nem preparação, mas
exponha o que escreveu refletidamente em casa e leia antes todo o livro ou
discurso que tem entre mãos. A forma geral da preleção é a seguinte:
Em primeiro lugar leia seguidamente todo o
trecho, a menos que, na Retórica ou na Humanidade, fosse demasiadamente longo.
Em segundo lugar
exponha em poucas palavras o argumento e, onde for mister, a conexão com o que
procede.
Em terceiro lugar
leia cada período, e, no caso de explicar em latim, esclareça os mais obscuros,
ligue um ao outro e explane o pensamento, não com metafrase pueril inepta,
substituindo uma palavra latina por outra palavra latina, mas declarando o
mesmo pensamento com frases mais inteligíveis. Caso explique em vernáculo,
conserve quanto possível a ordem de colocação das palavras para que se habituem
os ouvidos ao ritmo. Se o idioma vulgar não o permitir, primeiro traduza quase
tudo, palavra por palavra, depois, segundo índole do vernáculo.
Em quarto lugar,
retomando o trecho do princípio, faça as observações adaptadas a cada classe, a
menos que prefira inseri-las na própria explicação Se julgar que algumas devem
ser apontadas - e não convém que sejam muitas - poderá ditá-las ou a intervalos
durante a explicação, ou, terminada a lição, em separado. É bom que os
gramáticos não tomem notas senão mandados.
28. Preleção de historiador e de poeta. - A diferença entre a preleção de um historiador
e a de um poeta é que, em geral, o historiador pode ser lido mais rapidamente
enquanto que, no poeta, a paráfrase em prosa, feita com cuidado, é muitas vezes
de grande conveniência; procurem-se que os alunos habituem-se em distinguir
entre o estilo do poeta e o do orador.
29. Preleção das
regras. - Na preleção da retórica de Cipriano (Soares), da métrica, da
gramática latina, da grega ou disciplinas semelhantes relacionadas com preceitos,
leve-se mais em consideração o conteúdo do que a forma (Edição de Praga:
Proponham-se e traduzam-se logo exemplos breves dos melhores autores).
Nas classes de
gramática, sobretudo nas inferiores, quando ocorrer algum ponto mais difícil,
repita-se por um ou mais dias, ou intercalem ou recapitulem pontos mais fáceis
de outras partes da Gramática.
30. O tema de
composição não deve ser ditado de improviso, mas preparado e quase sempre
escrito, quanto possível seja dirigido para a imitação de Cícero e segundo o
modelo de uma narração, persuasão, congratulação, admoestação ou coisa
semelhante; quando ditado palavra por palavra, deveria escrever-se em latim e
em vernáculo. Logo depois mande o professor reler o ditado; explique alguma
dificuldade maior que porventura ocorra; subministre palavras, frases e outros
subsídios, e durante o ditado lembre sempre, exceto na Retórica, como as
diversas partes deverão ser escritas e pontuadas. Algum trabalho extraordinário
maior que o de costume deverá ser prescrito quando ocorrerem vários dias
festivos ou se aproximarem às férias maiores e menores.
31. Desafio. -
O desafio que poderá organizar-se ou por perguntas do professor e correção dos
êmulos, ou por perguntas dos êmulos entre si deve ser tido em grande conta e
posto em prática sempre que o permitir o tempo a fim de alimentar uma digna
emulação, que é de grande estimulo para os estudos. Poderá bater-se um contra
um, ou grupo contra grupo, sobretudo dos oficiais, ou um poderá provocar a
vários; em geral um particular provocará outro particular, um oficial outro
oficial; um particular poderá às vezes desafiar um oficial e se o
vencer conquistará a sua graduação, ou outro prêmio ou símbolo de vitória
conforme o exigir a dignidade da classe e o costume da região.
32. Exercícios extraordinários. - Os
exercícios extraordinários (e os espécimes públicos) são de grande
utilidade. Deles deve dizer-se em
geral que os que prestarem exame
publico deverão preparar-se com empenho;
para que não se exercite só a memória dos alunos mas também se lhes
cultive a inteligência, o professor poderá limar os trabalhos que se
apresentarão em público, nunca, porém, compô-los integralmente; o mesmo se diga
das poesias recitadas em público. Esforce-se também para que os alunos, na voz
e no gesto e em todo porte, se apresentem com dignidade.
33. Preleção e declamação na aula. - Na
Retórica e na Humanidade, haja, em sábados alternados, uma preleção grega ou
latina, oração ou uma poesia recitada, em que uma aula convide outra; nas
outras classes, uma vez só ao mês, haja não uma preleção nova, mas repetição de
uma já ouvida do mestre, e sem convidados.
34. Desafio com classe imediata. - Algumas
vezes no ano, em dia escolhido pelo Prefeito dos estudos inferiores, haja por
uma hora desafio com a classe imediata, sobre os pontos comuns e ambas sob a direção de ambos os
professores. Dois três ou mais dentre de uma e outra classe sustentarão o de
debate ou preparados de antemão por perguntas e respostas sobre um assunto
preestabelecido, ou por perguntas feita livremente ou também com respostas
feitas às dificuldades feitas pelo adversário, sobretudo na Retórica.
35. Oficiais. - Cada
mês, ou de dois em dois meses, deverão ser escolhidos os oficiais e também, se
parecer conveniente, premiados, salvo se na Retórica, se julgasse, em algum
lugar, menos necessário. Para esta escolha haja uma prova escrita em prosa, em
poesia ou em grego, durante todo o tempo da aula, a menos que nas classes
inferiores não fosse preferível deixar meia hora para o desafio. O que
apresentar a melhor composição receberá, a mais alta dignidade, os que lhe
seguirem receberão os outros postos de honra aos quais, para maior aparência de
erudição, se atribua títulos tirados da república ou do exército grego, ou
romano. Para alimentar a emulação, por via de regra poderá a aula dividir-se em
dois campos, cada um com os seus oficiais, uns opostos aos outros, tendo cada
aluno o seu êmulo. Os primeiros oficiais de ambos os campos ocuparão o lugar
de honra.
36. Decuriões. - Nomeie também o professor
os decuriões que deverão tomar as lições de cor, recolher os exercícios para o
professor, marcar num caderno os erros de memória, os que não trouxeram o
exercício, ou não entregaram as duas cópias e observar tudo o mais que lhes
indicar o Professor.
37. Preparação
do exame. - Um mês, mais ou menos, antes do exame para assegurar promoção
geral, em todas as classes, com exceção talvez da Retórica e nos pontos mais
importantes, sejam os alunos submetidos a intensos exercícios. Se algum aluno
se houver distinguido notavelmente no decurso do ano, informe o Professor ao
Prefeito para que, após um exame privado, seja promovido à classe superior.
38. Pauta dos
alunos. - No começo do ano entregue ao Prefeito uma pauta dos alunos
dispostos em ordem alfabética; no decorrer do ano seja ela revista para que se
introduzam as modificações necessárias; e com especial cuidado pouco antes do
exame geral. Nesta pauta classifique os alunos em categorias, a saber, ótimos,
bons, medíocres, duvidosos, insuficientes (para repetir o ano), categorias
que se poderão indicar por meio de números 1, 2, 3, 4, 5, 6.
39. Cuidado da
disciplina. - Nada mantém tanto a disciplina quanto a observância das
regras. O principal cuidado do professor seja, portanto, que os alunos não só
observem tudo quanto se encontra nas suas regras, mas sigam todas as
prescrições relativas aos estudos: o que obterá melhor com a esperança da honra
e da recompensa e o temor da desonra do que por meio de castigos físicos.
40. Modo de castigar. Não
seja precipitado no castigar nem demasiado no inquirir; dissimule de
preferência quando o puder sem prejuízo de ninguém; não só não inflija
nenhum castigo físico (este é ofício do
corretor) mas abstenha-se de qualquer injúria, por palavras ou atos não chame
ninguém senão pelo seu nome ou cognome; por vezes é útil em lugar do castigo
acrescentar algum trabalho literário além do exercício de cada dia; ao Prefeito
deixe os castigos mais severos ou menos costumados, sobretudo por faltas
cometidas fora da aula, como a ele
remeta os que se recusam aceitar os castigos físicos (1832; a correção)
principalmente se forem mais crescidos (Const. p. IV, c. 7, n. 2 D).
41. Freqüência.
- Exija dos alunos a máxima freqüência e, por isto, não os deixe ir à jogos ou espetáculos públicos. Se alguém
faltar, mande-lhe à casa um condiscípulo ou outra pessoa e, se não apresentar
escusas aceitáveis, seja castigado pela ausência. Os que, sem causa, faltarem
muitos dias, enviem-se ao Prefeito e não se recebam sem seu consentimento.
42. Dia das
confissões. – Para que não se omita nenhum dever escolar por motivo das
confissões, envie-se, a principio, três, ou, onde necessário, mais alunos a
confessar-se; depois, à medida que vai voltando cada qual, sejam mandados um ou
dois dos outros, a menos que, em algum lugar, seja costume irem à confissão
todos juntos.
43. Silêncio e
modéstia. – Procure com particular
cuidado que observem todos o silêncio e a modéstia: não passeiem pela aula, não
mudem de lugar, não passem de um lado para outro presentes ou bilhetes, não
saiam da aula, principalmente dois ou mais ao mesmo tempo.
44. Saída da aula. - Evite-se
que sem razão sejam os alunos chamados por quem quer que seja, principalmente
durante a preleção. Para que se evite na saída o atropelo e a gritaria, saiam
primeiro os que se acham mais perto da porta, enquanto o professor assiste na
cátedra ou à porta; ou de outra maneira se organize a saida de todos modestos e
silenciosos.
45. Acadêmicos. - Com aprovação do Reitor, institua Academias de acordo com as regras
especialmente escritas para este fim, e nelas se reúnam os alunos, sobretudo
nos dias festivos, afim de evitar a ociosidade e as más companhias.
46. Falar com os
pais. - Se, para o bem dos alunos, for necessário algumas vezes falar com
os seus pais, proponha ao Reitor para que eles sejam chamados pelo Prefeito ou
por outra pessoa; ou ainda se a dignidade da pessoa o exigir, para que sejam
visitados.
47. Familiaridade.
Conversa. - Não se mostre mais familiar com um do que com outro; fora da
aula não fale com os alunos senão por pouco tempo, de cousas sérias e em lugar
visível, isto é, não dentro da aula, mas fora, à porta, no pátio, ou na
portaria do colégio, para que se dê mais edificação.
48. Repetidores.
- Não proponha pessoa alguma como repetidor particular, sem ouvir o Reitor
e aos repetidores não permita que sobrecarreguem os alunos com outras
preleções, mas exijam somente as ouvidas em aula.
49. Nenhuma
despesa para a aula. - Não se utilize dos serviços de ninguém para cópias
ou outros trabalhos que não sejam os exercícios habituais da aula; e, em caso
nenhum, permita contribuição financeira dos alunos para fins escolares.
50. Finalmente, com
o auxílio da graça divina, seja em tudo diligente, pontual e zeloso do
progresso dos estudantes tanto nas lições como nos outros exercícios
literários. Não despreze a ninguém, vele com o mesmo cuidado pelos estudos do
pobre como do rico, e se empenhe de modo especial pelo progresso de cada um
dos seus alunos.
REGRAS DO PROFESSOR DE RETÓRICA.
1. Grau. - O
nível científico desta aula não pode ser definido com facilidade dentro de
limites fixos; pois compreende a formação perfeita para a eloqüência que abraça
as duas mais altas faculdades, a oratória e a poética (e entre as duas se deve
dar sempre preferência à primeira); e atende não só ao que é útil senão também
à beleza da expressão.
De modo geral,
contudo, pode dizer-se que abrange três pontos principais: regras de oratória,
estilo e erudição.
Quanto às regras,
ainda que se possam procurar e observar em todas as fontes, não se deve,
contudo explicar, na preleção quotidiana, senão nos livros retóricos de Cícero,
na Retórica de Aristóteles, e, se parecer conveniente, também na sua Poética.
No que concerne ao
estilo, ainda que se devam percorrer os melhores historiadores e poetas, deverá
ser formado quase exclusivamente em Cícero; para esse fim se adaptam
perfeitamente todos os seus livros, mas as orações deverão ser só explicadas
afim de que nelas se vejam a aplicação dos preceitos da oratória.
A erudição deverá
ser recolhida da história e dos costumes dos povos, dos autores mais abalizados
e de toda espécie de conhecimentos, mas com parcimônia proporcionada à
capacidade dos alunos.
No que se refere ao
grego pertence À Retórica a medida das sílabas e um conhecimento mais completo
dos autores e dialetos. No fim do ano, não explique o Professor de Retórica o
Resumo da Lógica.
2. Divisão do tempo. -
A divisão do tempo é a seguinte: Na primeira hora da manhã, tome-se a lição
aprendida de cor, corrija o professor os exercícios escritos recolhidos pelos
decuriões, prescreva no intervalo aos alunos vários trabalhos que serão
mencionados abaixo na regra 5; por fim repasse a última preleção. A segunda
hora matutina seja consagrada à preleção, ou dos preceitos, se de tarde se
explica a oração, ou da oração se de tarde se explicam os preceitos, contanto
que se mantenha constante a ordem estabelecida no principio do ano; siga-se a
repetição, dê-se, quando necessário, o assunto do trabalho escrito, prosa ou
poesia; se sobrar ainda algum tempo, seja empregado no desafio ou na revisão do
que se escreveu na primeira hora.
Na primeira hora da
tarde, depois da repetição da anterior haja nova preleção ou de oração, se de
manhã se expuseram os preceitos, ou vice-versa. Siga-se a repetição habitual.
Na segunda hora
vespertina, depois da repetição da última lição de autor grego, explique-se e
tome-se a nova lição; o tempo restante seja empregado ou na correção dos
exercícios gregos, ou na sintaxe e métrica grega ou no desafio de grego.
No feriado semanal explique-se e repita-se um historiador ou poeta
ou algum ponto de erudição.
No sábado, após uma revisão breve de toda a semana, de manhã, na
primeira hora, explicação de um historiador ou poeta (1832: omite-se poeta); na
última hora, preleção ou declamação de um aluno, ou assistência a atos
escolares semelhantes na aula de Humanidade, ou desafio. De tarde, explicação
de um poeta e repetição de grego.
Se em algum lugar,
além das duas horas, matutinas e vespertinas, se acrescentar mais meia hora de
aula, seja ela empregada num historiador ou poeta. Onde se fizer assim, as
preleções de sábado ou não se distingam das dos outros dias, ou, em lugar
delas, haja uma repetição mais completa e um desafio.
3. Exercício de
memória. - Como ao retórico é necessário o exercício diário da memória e
na sua classe ocorram muitas vezes lições demasiado longas para serem aprendidas
de cor, determine o Professor o que e quanto se deverá aprender, e, caso ele
exigisse, de que modo recitá-lo. Seria útil que, de quando em quando, dissesse
alguém, da cátedra, os trechos aprendidos nos clássicos, a fim de unir o
exercício da memória com a declamação.
4. Método de correção dos trabalhos escritos. - Na correção dos trabalhos escritos aponte as
faltas cometidas contra as regras da arte oratória ou poética, contra a
elegância e apuro da linguagem, contra a conexão do discurso, o ritmo, a
ortografia, etc; assinale qualquer expressão falsa, obscura ou vulgar; qualquer
falha contra a dignidade do dizer, qualquer digressão demasiado longa e outros
defeitos desta natureza. Finalmente, o discurso, que antes foi trazido por
partes, uma vez concluído, deverá ser apresentado ao Professor inteiramente
copiado ou pelo menos corrigido, para que se veja que todo o trabalho está
pronto.
5. Exercícios na
aula. - Enquanto o professor corrige os trabalhos escritos, poderão os
alunos fazer os exercícios seguintes: imitar um trecho de algum orador ou
poeta; fazer uma descrição, por exemplo, de um jardim, de uma igreja, de uma
tempestade ou cousa assim; variar a mesma frase de diferentes modos; traduzir
um trecho de prosa grega em latim; ou vice-versa; exprimir em prosa latina ou
grega os versos de um poeta; passar uma forma poética para outra; compor
epigramas, inscrições, epitáfios; respigar frases gregas ou latinas de bons
oradores e poetas; adaptar certos assuntos ou figuras de retórica; tirar dos
tópicos e lugares retóricos vários argumentos para um determinado assunto; ou
fazer outros trabalhos deste gênero.
6. Preleção. - Há duas espécies
de preleção: uma relativa à teoria, na qual se explicam as regras, outra, ao
estilo, na qual se explicam, as orações. Numa e noutra se devem ter presentes
duas questões: primeiro, que autores escolher; segundo qual o método a seguir
na sua explicação. A primeira questão já foi suficientemente respondida na
primeira regra: nas orações leia-se unicamente Cícero na teoria, além de
Cícero, também Aristóteles (além de Cícero, também Quintiliano e
Aristóteles). Nunca se deve omitir a oração; a explicação das regras
deveria também continuar por todo o ano, por ser grande a importância das
regras oratórias. Em seu lugar, porem, onde for costume, não se proíbe, no fim
do ano, a leitura de algum autor que tenha mais erudição e variedade. Algumas
vezes em lugar da oração ou da teoria poderá intercalar-se alguma preleção
sobre um poeta.
7. Explicação das regras. - Quanto ao método de explicação, os preceitos expliquem-se do seguinte
modo: Em primeiro lugar torne-se claro o sentido da regra; se oferecer alguma
obscuridade e os intérpretes não estiverem de acordo, comparem-se as suas
opiniões. Em segundo lugar citem-se outros autores retóricos que tratam do
mesmo assunto, ou do mesmo autor outros lugares em que ensina o mesmo. Em
terceiro lugar apresente-se alguma razão da regra. Em quarto lugar aduzam-se
alguns trechos semelhantes e bem notáveis, de oradores e poetas, em que se
aplica a regra. Em quinto lugar, acrescente-se, se for o caso, alguma cousa de
história e erudição de várias fontes, relativa ao assunto. Mostre-se enfim como
a regra se pode aplicar às circunstâncias atuais e faça-se esta aplicação com o
maior apuro na escolha e elegância das expressões.
8. Explicação de
um orador. - Quando se explica uma oração ou poesia, exponha-se em primeiro
lugar o sentido, se escuro, e critiquem-se as diferentes interpretações. Em
segundo lugar, esquadrinhe-se toda a arte da composição: a invenção, divisão e
exposição; com que habilidade se insinua o orador, com que propriedade se
exprime, ou em que lugares vai buscar argumentos para persuadir, ornar ou
comover; como freqüentemente num só trecho aplica muitas regras; de que modo
reveste as razões que convencem com figuras de pensamento e, por sua vez, às
figuras de pensamentos associa as figuras de palavras. Em terceiro lugar
citem-se alguns trechos semelhantes pelo conteúdo ou pela forma ou pela forma e
aleguem-se, outros oradores ou poetas que se serviram da mesma, para provar ou
narrar cousa parecida. Em quarto lugar, se for o caso, confirme-se o pensamento
com a autoridade de homens de saber. No quinto lugar, procure-se na história,
na mitologia e em todos os domínios do conhecimento o que possa contribuir
para esclarecer a passagem. Por último ponderem-se as palavras, a sua
propriedade, elegância, riqueza e harmonia. Os pontos acima foram indicados não
para que o Professor os percorra sempre todos, senão para que, dentre eles,
escolha os que caírem mais a talho.
9. Argumento da oração escrita. - O argumento para uma oração, deve ser ditado
integralmente no princípio de cada mês, ou por partes, cada semana (pois, no
máximo, cada mês deverá compor-se uma oração). Seja breve, percorra todas as
partes da oração; indique os lugares donde se poderão haurir as provas e
amplificações, as figuras principais que se poderão empregar e também, se
parecer conveniente, alguns lugares de bons autores que se podem imitar. Algumas
vezes, indicando-se o autor que deverá servir de modelo, o assunto poderá ser
proposto oralmente.
10. Assunto de
uma poesia. - O tema para uma poesia poderá ser dado de viva voz, por
escrito, por simples proposta do título ou por indicação de um pensamento
poderá ser breve de modo que se possa concluir como no caso de um epigrama, uma
ode, elegia ou mais longo, de maneira que complete, em várias vezes, como acima
uma oração, assim aqui um poema.
11. Tema grego.
- Mais ou menos do mesmo modo se proporá o tema grego, com a exceção talvez
de que por algum tempo se julgue conveniente, pelo menos uma vez por semana,
ditar tudo, palavra por palavras, tanto para a prosa quanto para a poesia.
12. Desafio. -
O desafio ou exercício de aula poderá versar sobre a correção das faltas que um
dos êmulos descobrir entre a arte militar de gregos e romanos, arqueologia dos
jardins e da indumentária, salas de refeição, triunfo, sibilas e outras
questões afins, sempre, porém, com discrição.
16. Declamação privada. - Em sábados alternados, na presença dos alunos
de Humanidade, na última hora matutina, um ou dois alunos apresentem, da
cátedra uma declamação, ou preleção, ou poesia, ou oração ou uma oração seguida
logo da recitação de uma poesia.
17. Declamação pública. - No salão ou na
igreja, haja, uma vez por mês, uma oração mais importante ou uma poesia, ou
ambas as cousas, ora em latim, ora, em grego (ora em vernáculo), ou um debate
com argumentos de um e outro lado e julgamento. Tudo, porém, deverá ser revisto
e aprovado pelo Prefeito dos estudos superiores.
18. Exposição de poesias. - De dois em dois
meses mais ou menos, na comemoração de alguma festa mais solene, na promulgação
dos oficiais ou em outra oportunidade, exponham-se nas paredes da aula as
poesias mais escolhidas, compostas pelos aluno. Poder-se-á também afixar,
segundo os costumes da região, alguns trechos curtos de prosa como, por
exemplo, inscrições de escudos, templos, sepulturas, jardins, estátuas;
descrições de uma cidade, de um porto, de um exército; narrações dos feitos de
algum santo; frases paradoxais. Poder-se-á acrescentar às vezes, mas com
licença do Reitor, algum desenho relativo ao emblema ou assunto proposto.
19. Representação privada. - Poderá às vezes o professor passar aos alunos
como assunto algum tema dramático, como uma écloga, algumas cenas ou um
diálogo, e o trabalho melhor poderá ser representado na aula, distribuídos os
papeis entre os alunos, mas sem nenhum aparato.
20. Quanto à formação dos nossos
estudantes, aplicam-se-lhes, como aos outros, todos os exercícios de que trata
o método de ensino; em particular, porém, deverão ter em casa, três ou quatro
vezes por semana, por espaço de uma hora, no tempo que ao Reitor melhor
parecer, repetições na presença do Professor ou de outro pelo Reitor designado.
Nelas repitam-se as lições de latim ou grego, e corrijam-se os exercícios
latinos e gregos, de prosa e de poesia. Para cultivo da memória aprendam todos
os dias alguma cousa de cor, e leiam muito e com atenção. E nada estimula tanto
a inteligência quanto submeter cada um ao exercício freqüente de falar, não só
na cátedra do salão, da igreja e da aula, o que lhes é comum com os seus
condiscípulos externos, mas também no refeitório. Para o mesmo fim contribuirá
finalmente a exposição em lugar público conveniente das próprias poesias,
aprovadas pelo Professor e assinadas com o nome do autor.
REGRAS DO PROFESSOR DE HUMANIDADES.
1. Grau. - A
finalidade desta aula é preparar, nos que terminaram a gramática, o terreno à
eloqüência. Para este fim concorrem três meios: o conhecimento da língua,
alguma erudição e uma introdução breve aos preceitos da Retórica.
Para conhecimento da língua, que consiste
principalmente na propriedade e riqueza das palavras, explique-se, nas lições
quotidianas, dos oradores exclusivamente Cícero, e, de regra, escolham-se os
seus livros de filosofia moral; dos historiadores, Cesar, Salústio, Lívio,
Curtius e outros semelhantes; dos poetas, principalmente Virgílio com exceção
de algumas éclogas e do 4o. livro da Eneida, odes seletas de Horácio
e também elegias, epigramas e outras composições de poetas ilustres, contanto
que expurgados de qualquer inconveniência de expressão.
Conhecimentos eruditos sejam ministrados com
parcimônia para estimular às vezes e recrear a inteligência, não para impedir a
atenção à língua.
Dos preceitos de retórica dê-se no segundo semestre um breve resumo
do Cipriano Soares; neste período os escritos filosóficos de Cícero, poderão tomar-ser algumas das suas
orações mais fáceis, como Pro lege Manilia, pro Archia, pro Marce1lo ou
outras pronunciadas na presença de César.
Da língua grega pertence a esta aula a parte que constitui propriamente
a sintaxe; procure-se também que os alunos entendam regularmente os autores e
aprendam escrever alguma cousa em grego.
2. Divisão do
Tempo. - O tempo será dividido do seguinte modo. Na primeira hora da manhã
recite-se o trecho decorado de Cícero e da arte métrica, tomado pelos
decuriões; corrija o Professor os exercícios recolhidos pelos decuriões,
passando, entretanto, aos alunos vários exercícios mencionados abaixo na regra
4; por fim recitem algum em voz alta e o Professor examine as notas dadas pelos
decuriões. Na segunda hora matutina repita-se brevemente a lição anterior, e,
durante uma meia hora ou pouco mais explique-se a nova, sobre a qual sejam logo
interrogados, se sobrar ainda tempo, empregue-se no desafio entre os alunos. Na
última meia hora, no principio do primeiro semestre, explique-se em dias
alternados um historiador e a arte métrica; terminada a arte métrica,
explique-se, ou repita-se todos os dias, a retórica de Cipriano, ou
estabeleça-se debate.
Na primeira hora da tarde recite-se de cor o
poeta ou o autor grego enquanto o Professor revê as notas dos decuriões e
corrige os exercícios escritos que foram passados pela manhã ou ainda restaram
dos trazidos de casa. Por fim dite-se o tema do trabalho escrito. A hora e meia
seguinte divida-se igualmente entre a explicação e repetição de um poeta e a
lição e exercício escrito de grego.
No dia feriado, na primeira hora
recite-se de cor a lição do dia feriado anterior e corrija-se como de
costume, os trabalhos escritos restantes. Na segunda hora, explique-se ou
repita-se algum epigrama, ode ou elegia, algum ponto do livro 3 de Cipriano
acerca das metáforas, das figuras principalmente do ritmo e sílabas longas e breves no discurso, para que
desde o principio do ano se lhes habituem os alunos, ou algum cria, ou outro
exercício escolar, ou finalmente, algum desafio.
No sábado, na
primeira hora matutina, recitação de cor, em voz alta, das lições de toda a
semana; na segunda hora, repetição. Na última meia hora, declamação ou lição
por algum dos alunos, ou assistência a exercícios escolares dos retóricos, ou
desafio. Pela tarde na primeira meia-hora recitação de cor de algum poeta e do
catecismo, enquanto o professor revê os trabalhos escritos da semana porventura
ainda não revistos e percorre as notas dos decuriões. A hora e meia seguinte
divida-se igualmente entre a repetição de um poeta ou a explicação de alguma
poesia seguida de interrogação, e o estudo do grego feito do mesmo modo. Na
última meia, explicação do catecismo ou exortação espiritual, a menos que não
tenha sido feita na sexta-feira; neste caso, empregue-se o tempo do estudo
naquilo que cedeu o lugar ao catecismo.
3. Método de
corrigir os exercícios. - Na correção dos exercícios indique as faltas
contra a propriedade, a elegância e o ritmo da linguagem; contra a expressão menos correta do trecho
proposto à imitação, contra a ortografia, etc. Mande exprimir o mesmo
pensamento de diferentes modos, para que os alunos com este exercício adquiram
variedade de expressão.
4. Exercícios durante a correção. - Enquanto corrige os trabalhos escritos pode
passar algum dos exercícios seguintes: colher frases dos trechos explicados e
variá-las de muitas maneiras; reconstituir um período de Cícero que haja sido
desarticulado; fazer versos, passar uma poesia de uma para outra forma; imitar
um trecho, escrever em grego (ou em vernáculo) e outros semelhantes.
5. Preleção. -
A preleção poderá ser às vezes levemente salpicada com ornamentos de erudição
quanto exigir a explicação do trecho; concentre, porém, o professor o seu
trabalho nas observações relativas à língua latina, força e etimologia das
palavras baseadas nos autores mais abalizados, principalmente antigos no emprego
e variedade das expressões, na imitação do autor; nem julgue alheio ao seu
objetivo exprimir alguma cousa em vernáculo, principalmente quando possa
contribuir para a interpretação do autor ou encerre algo, de particularmente
interessante.
Quando explica,
porém, uma oração, examine também as regras da arte. Por último, se parecer
conveniente, poderá traduzir tudo no idioma pátrio, mas com uma elegância
acabada.
6. Tema do exercício escrito. - O tema do exercício escrito deverá ser ditado: no primeiro semestre será
sempre uma carta na língua materna para ser revertida literalmente e convirá
compô-la de tal modo que seja tirado de vários pontos das lições já explicadas;
um por semana, porém, escrevam sem auxilio, depois de explicado um dos gêneros
epistolares e indicadas às cartas de Cícero e de Plínio que a este gênero
pertencem. No segundo semestre estimule-se a inteligência e escreva-se primeiro
crias, depois exórdios, narrações, composições elegantes sobre assunto fácil e
proposto com certo desenvolvimento. O argumento para poesia latina dite-o com
grande variedade de expressões.
O tema grego seja
proposto do mesmo modo da prosa latina com a diferença de que deverá ser tirado
quase todo do autor e a sintaxe, explicada previamente.
7. Desafio. - O desafio ou
exercício escolar deverá versar sobre erros que um êmulo descobriu no trabalho
do outro, sobra perguntas relativas aos pontos em que se exercitaram na
primeira hora, sobre a recitação de cor e variação de frases dadas pelo
Professor, sobre a recitação e aplicação dos preceitos do estilo epistolar e da
retórica, sobre perguntas feitas acerca da quantidade das sílabas, aduzindo de
memória a regra respectiva ou o exemplo de um poeta; sobre a investigação de
alguma significação própria ou de alguma etimologia; sobre a interpretação de
algum autor latino ou grego, sobre a flexão e formação de palavras gregas mais
difíceis e irregulares, e outras questões semelhantes, a critério do professor.
8. Métrica e
retórica. - A métrica deverá ser percorrida rapidamente, insistindo-se
apenas nos pontos de maior necessidade e mais como quem aplica do que explica.
Do livro de retórica de Cipriano Soares (1832 só: do livro de retórica)
esclareçam-se não tanto as palavras quanto às regras, acrescentando-se exemplos
do mesmo texto (dos mestres) e, se o comportar o assunto, das lições
diárias.
9. Preleção de
grego. - Na preleção de grego, explique-se, em dias alternados, a
gramática e o autor. Na gramática repita-se brevemente o que foi ensinado na
classe anterior e continue-se com a sintaxe e a teoria dos acentos. Quanto ao
autor, tome-se no primeiro semestre algum prosador dos mais fáceis, como algum
as orações de Sócrates, de S. João Crisóstomo e de S. Basílio, algumas
epístolas de Platão e Sinésio, ou trechos seletos de Plutarco; no segundo
semestre explique-se alguma poesia, por exemplo, de Focilides, Teognides, S.
Gregório Nazianzeno, Sinésio ou outros semelhantes.
A explicação,
porém, como pede o nível desta aula, deverá ser mais ao conhecimento da língua
do que à erudição.
Para o fim do ano,
porém, poderá alternar-se com o autor a explicação da prosódia grega e também
se recompor poesias que tenham sido desarticuladas.
10. Exposição de
poesias. - De dois em dois meses, mais ou menos, na comemoração de alguma
festa mais solene, na promulgação dos oficiais ou em outra oportunidade,
exponham-se nas paredes da aula as poesias mais escolhidas, compostas pelos
alunos. Poder-se-ão também fixar, segundo os costumes da região, alguns trechos
curtos de prosa, como, por exemplo, inscrições de escudos, templos, sepulturas,
jardins, estátuas; descrições de uma cidade, de um porto, de um exército;
narrações dos feitos de algum santo; frases paradoxais (1832, omitem-se
estas duas palavras). Poder-se-á acrescentar, às vezes, mas com licença do
Reitor, algum desenho relativo ao emblema ou assunto posto (V. Regras do
Professor: de Retórica n. 18)
REGRAS DO PROFESSOR
DA CLASSE SUPERIOR DE GRAMÁTICA.
1. Grau. - O
objetivo desta classe visa o conhecimento perfeito da gramática: por isto
repete sintaxe desde o princípio, acrescentando todos os apêndices (e idiotismos)
e depois explica a construção figurada e retórica; em grego, porém, as oito
partes da oração ou aquilo que se compreende sob o nome de rudimentos, exceção
dos dialetos e das notas mais difíceis. Quanto às leituras, poderão explicar-se
no primeiro semestre dos prosadores, as cartas mais importantes de Cícero aos
parentes, a Ático, ao irmão Quinto; no segundo, o 1ivro da Amizade, da Velhice,
os Paradoxos e outros assim; dos poetas no primeiro semestre algumas elegias ou
epístolas de Ovídio, escolhidas e expurgadas, no segundo, trechos, também
escolhidos e expurgados, de Catulo, Tibulio, Propércio e das Éclogas de Virgílio,
ou ainda, do mesmo Virgílio, os livros mais fáceis como o 4o. das
Geórgicas, o 5o. e o 7o. da Eneida; dos autores gregos,
S. João Crisóstomo, Esopo, Agapetos e outros semelhantes.
2. Divisão do
tempo. - O tempo será dividido do seguinte modo. Na primeira hora da manhã,
repetição de cor, aos decuriões, de Cícero e da gramática; correção pelo
professor dos exercícios recolhidos pelos decuriões enquanto os alunos se
ocupam em vários exercícios, mencionados abaixo na regra 4. Na segunda hora
matutina, repetição breve da última
lição de Cícero, explicação por meia hora da nova, que será logo objeto
de interrogação, por último, ditado do tema. Na última meia hora da manhã,
repetição da lição de gramática, explicação e interrogação da nova, algumas
vezes acrescente-se um desafio. Durante o primeiro semestre percorram-se as
regras de construção ensinadas na classe anterior, explique-se, em seguida, o
que é próprio desta classe; e, em dias alternados, as regras da métrica,
omitindo as exceções; no segundo semestre, repita-se, ao menos por dois meses,
a parte da gramática própria desta classe, e, em dias alternados, a métrica percorrendo
brevemente as regras já explicadas e insistindo nos outros quanto for
necessário.
Terminada a
repetição da gramática, explique-se diariamente a métrica
acrescentando as exceções, os gêneros poéticos e as regras dos nomes patronímicos e do acento.
Na primeira meia
hora da tarde, recitação de cor de um poeta e do autor grego enquanto o
Professor revê as notas dos decuriões, e corrige os exercícios, que foram
passados pela manhã ou que ainda restaram dos trazidos de casa. A hora e meia
seguinte divida-se de tal modo entre a explicação e repetição do poeta, e a
preleção e exercício escrito do grego, que ao grego se reserve mais de meia
hora. A última meia hora ou o tempo que ainda sobrar empregue-se em desafios.
No sábado, de
manhã, recitação de cor pública das lições de toda a semana ou de todo o livro.
Segunda hora, repetição. Última meia hora, desafio. De tarde, mesmo horário,
com a diferença de que na primeira se recite de cor também o catecismo.
A última meia hora
seja empregada na explicação do catecismo ou exortação espiritual, a menos que
não tenha sido feita na sexta feira; neste caso, empregue-se o tempo no estudo
daquilo que cedeu o lugar ao catecismo.
3. Modo de
corrigir os exercícios. - Na correção dos exercícios escritos aponte as
faltas contra as regras de gramática, ortografia e pontuação; note se o aluno
evitou as dificuldades, se descuidou a elegância e imitação dos clássicos.
4. Exercícios na aula. - Enquanto corrige os trabalhos escritos, o professor poderá passar aos
alunos os exercícios seguintes: verter para o latim um ditado em vernáculo de
modo que imite o autor e observe as
regras da sintaxe, traduzir a lição de Cícero (dos autores) para a
língua pátria, em seguida retrovertê-la para o latim e respigar-lhe as frases
mais elegantes, recolher das gramáticas recentemente explicadas, dificuldades
para propor aos êmulos, fazer versos ou reconstituí-los, desfeitos, escrever em
grego e outros semelhantes.
5. Preleção. - A
preleção obedecerá à seguinte. Primeiro resuma o assunto em latim e em seguida
interprete cada período de modo que a exposição vernácula se siga imediatamente
à latina. Em terceiro lugar retomando o trecho de principio (a menos que
prefira inserir este ponto na exposição) escolha duas ou três: palavras,
explique-lhes o sentido e a derivação, confirmando esta explicação com um ou
dois exemplos tomados principalmente do mesmo autor. Desenvolva também e esclareça
as metáforas; sobre a mitologia, a história, e quanto se refere erudição, se
ocorrer, passe rapidamente; colha duas o três frases mais elegantes; por último
percorra o trecho autor em vulgar (em vernáculo mais elegante). Poder
também ditar o mais brevemente possível o assunto em latim, as observações, as
propriedades e frases.
6. Assunto dos
exercícios escritos. - O assunto do exercício escrito, quase sempre em
forma epistolar, deve ditar-se palavra por palavra, na língua materna e
referir-se à aplicação das regras de sintaxe e à imitação de Cícero. Uma vez,
porém, aproximadamente cada mês, ou em casa em vez da composição
diária, ou na aula, para escolha dos oficiais, quanto mais adiantados, escrevam
de própria iniciativa, após a explicação de algum gênero epistolar, a indicação
das cartas de Cícero a ele pertencentes, e o ditado pelo professor de alguns
modelos do mesmo gênero.
7. Poesia. - Poderá ditar-se também alguma poesia, a
principio, com as palavras em ordem de prosa, mais tarde, mudadas algumas
palavras, por fim, indicando um assunto muito fácil com grande variedade de
expressões.
8. Tema grego. - O tema de grego obedecerá
ao mesmo método que o de prosa latina com a diferença que deverá ser tirado do
mesmo autor, e as regras de sintaxe se hão de explicar de antemão.
9. Preleção grega. - A preleção de grego, que raras vezes excederá
um quarto de hora, seguirá o mesmo processo, a não ser que, iniciado o estudo
do autor grego (e poderá iniciar-se quando o julgar o Prefeito em dias
alternados com a gramática) as palavras deverão ser examinadas uma por uma e
indicadas também de um modo geral, se parecer conveniente, as regras mais
fáceis da sintaxe.
10. Desafio. -
O desafio ou exercício de aula poderá versar sobre as falhas que um êmulo
descobrir nos trabalhos escritos do outro, sobre questões relativas aos pontos
em que se exercitaram na primeira hora, sobre a repetição de cor das frases
dadas pelo professor, sobre traduções e variações de frases vernáculas para a
aplicação da sintaxe e imitação de Cícero (dos autores), (procure-se
que o interrogado repita imediatamente, com as mesmas palavras a expressão
proposta e, depois de breve reflexão, a enuncie, não palavra por palavra, mas
toda de uma só vez, em latim), sobre a exposição das regras do gênero
epistolar, sobre a interrogação da quantidade das sílabas, aduzindo de cor a
regra ou um exemplo de poeta, sobre a investigação do sentido próprio ou da
etimologia de uma palavra, sobre a interpretação de alguns trechos de autor
grego ou latino, sobre a flexão e formação, respectivamente, dos substantivos
e dos verbos gregos e sobre outros pontos semelhantes a juízo do professor.
REGRAS DO PROFESSOR DA
CLASSE MÉDIA DE GRAMÁTICA.
1. Grau. - O
objetivo desta classe é o conhecimento ainda que imperfeito de toda a
gramática; por isto nela se explica do principio do livro
segundo até a construção figurada, com os apêndices mais fáceis, ou, segundo o
método romano, da construção comum à construção figurada das palavras, com os
apêndices mais fáceis.
De grego, pertencem a esta
classe os nomes contractos, os verbos circunflexos, os verbos em (símbolo) e as
formações mais fáceis.
Nas preleções só se usem
as epístolas familiares de Cícero, algumas poesias muito fáceis de Ovídio e, no
segundo semestre, se o Prefeito julgar conveniente, o Catecismo grego e a
tábula de Cebes.
2. Divisão do tempo. - O tempo dividir-se-á do seguinte modo. Na
primeira hora da manhã recitação de cor aos decuriões de Cícero e da gramática;
correção pelo professor dos exercícios escritos recolhidos pelos decuriões
enquanto os alunos se ocupam em outros trabalhos mencionados na regra 4; na
segunda hora matutina repetição breve da preleção de Cícero, explicação da
nova, que será logo objeto de interrogação, finalmente ditado do tema. Na
última meia hora da manhã repetição de algum ponto do primeiro livro da
gramática como, por exemplo, declinação dos nomes, mais tarde dos pretéritos e
supinos, e este exercício poderá ser feito a modo de desafio.
Na primeira hora da
tarde, lição de cor de gramática latina e grega, recitação nos dias marcados,
de algum poeta, enquanto o professor revê as notas dos decuriões e corrige os
trabalhos escritos passados pela manhã ou que ainda sobraram dos trazidos de
casa; por fim, repetição da gramática e, em dias alternados, da última preleção
de poeta. Na segunda hora vespertina, explicação e repetição, por meia
hora, da sintaxe no segundo semestre, porém com a explicação da sintaxe
alterne-se a de um poeta. A outra meia hora seja consagrada ao grego. Na última
hora, desafio ou exercício.
No sábado, na primeira
hora da manhã recitação de cor, pública, das preleções de toda a semana ou de
todo o livro; Na segunda hora, repetição; na última meia hora, desafio. Mesma
divisão do tempo, de tarde, a não ser que, juntamente com a gramática e o poeta
se deva recitar também o catecismo. Na meia hora final, explicação do
catecismo ou, às vezes, exortação espiritual, a menos que já tenha sido feita
na sexta feira; neste caso, empregue-se o tempo no estudo daquilo que cedeu o
lugar ao catecismo.
3. Modo de corrigir os
exercícios. - Na correção dos exercícios aponte as faltas cometidas contra
as regras da gramática, ortografia e pontuação; note se evitou as dificuldades;
explique tudo de acordo com as normas das regras gramaticais e tome ocasião
para relembrar as conjugações e as noções elementares.
4. Exercícios na aula,
durante a correção dos exercícios. - Durante a correção dos trabalhos escritos
poderá passar os exercícios seguintes: traduzir para o latim um ditado em
vernáculo, para imitação de um autor ou aplicação das regras da sintaxe;
verter para o vernáculo um trecho de Cícero e depois retrovertê-lo para o
latim; recolher das regras de gramática recentemente explicadas, dificuldades
e locuções para propor aos êmulos; escrever em grego, e outros trabalhos
semelhantes.
5. Exigir a gramática. -
Ao repetir a preleção colha às vezes a oportunidade para declinar e conjugar as
palavras mais difíceis e, de qualquer modo, exigir a gramática.
6. Preleção de Cícero. - A preleção de Cícero, que, por via de regra,
não excederá 7 linhas, observe o método seguinte: Em primeiro lugar, leia
seguidamente todo o trecho, e indique-lhe resumidamente, em vernáculo, o
sentido. Em segundo lugar, traduza o período no idioma pátrio, palavra por
palavra. Em terceiro lugar, retomando o trecho desde o princípio, indique-lhe
a estrutura e, analisando o período, mostre as palavras e os casos por elas
regidos; estenda-se sobre a maior parte dos pontos relativos as regras de
gramática já explicadas; faça uma ou outra observação, mas muito simples sobre
a língua latina; explique as metáforas com exemplos muito acessíveis; por fim
escolha uma ou duas frases que ditará juntamente com o argumento. Em quarto
lugar, percorra o trecho de autor, mas em vernáculo.
7. Assunto dos exercícios
escritos. - O assunto de
exercício escrito deverá ser ditado, palavra por palavra, eu vernáculo; ser
claro, não exceder geralmente 7 linhas e servir à aplicação das regras de
sintaxe e à imitação de Cícero. Às vezes poderá mandar-se os alunos que
transcrevam alguma versão curta de Cícero, ou algum tempo grego ou a declinação
de um nome.
8. Preleção de
gramática. - A preleção de gramática deve reduzir-se a uma só regra, no
máximo, com algum breve apêndice ou
exceção.
9. Preleção de grego. - No ensino de grego observe-se
proporcionalmente o mesmo método; parece útil associar a cada caso e pessoa a
palavra vernácula correspondente e explicar tudo, quase sempre na
10. Desafio. - O
desafio ou exercício de aula poderá versar sobre as falhas que um êmulo
descobrir nos trabalhos escritos do outro, sobre questões relativas aos pontos
em que se exercitaram na primeira hora, sobre a repetição de cor das frases
dadas pelo professor, sobre traduções e variações de frases vernáculas para a
aplicação de sintaxe e imitação de Cícero (imitação dos autores) (procure-se
que o interrogado repita imediatamente, com as mesmas palavras, a expressão
proposta e depois de breve reflexão a enuncie, não palavra por palavra, ms
toda, de uma só vez, em latim); sobre as flexões de nomes e verbos mais
difíceis, especialmente dos que ocorram na preleção, conservando ou saltando a
ordem dos casos e tempos, declinando os nomes isolados ou articulando
substantivos, adjetivos e pronomes, Sobre a recitação rápida de pretéritos e
supinos e outros pontos semelhantes a critério do professor.
REGRAS DO PROFESSOR DA CLASSE INFERIOR DE
GRAMÁTICA.
1. Grau. - O
objetivo desta classe é o conhecimento perfeito dos elementos da gramática, e
inicial da sintaxe. Começa com as declinações e vai até a construção comum dos
verbos. Onde houver duas subdivisões, na subdivisão inferior se explicarão, do
primeiro livro, os nomes, verbos, as regras fundamentais, as quatorze regras da
construção, os gêneros dos nomes; na superior do primeiro livro a declinação
dos nomes sem os apêndices, e ainda os pretéritos e os supinos; do livro
segundo, a introdução à sintaxe sem os apêndices até aos verbos impessoais. Em
grego, a subdivisão mais atrasada aprenderá a ler e escrever, a mais adiantada
os nomes simples, o verbo substantivo e o verbo barítono. Nas preleções
adotem-se, dentre as cartas de Cícero, só as mais fáceis, escolhidas para este
fim, e, se possível, impressas separadamente.
2. Divisão do
tempo. - O tempo dividir-se-á do seguinte modo. Na primeira hora da manhã
recitação de cor, aos decuriões, de Cícero e da gramática, correção pelo
professor dos trabalhos escritos recolhidos pelos decuriões, enquanto os alunos
se ocupam em outros exercícios mencionados na regra 4. - Na segunda hora
matutina, repetição rápida da última preleção de Cícero, explicação, por meia
hora, da nova que será logo objeto de interrogação, finalmente ditado do tema.
Na última meia hora
da manhã, explicação ou repetição, às duas subdivisões, de algum ponto do
primeiro livro da gramática que lhes couber, o que se poderá fazer em dias
alternados para cada subdivisão ou, todos os dias, para ambas: por fim,
perguntas sobre toda a matéria vista, ou pelo professor ou, uns aos outros,
pelos alunos em forma de desafio.
Nos dias em que, de tarde, não se explicar uma
nova regra de construção (na maior parte dos dias deverá inculcar uma só regra)
esta preleção matutina deve tomar o lugar da vespertina; a última meia hora da
manhã, porém, seja sempre empregada toda em desafio ou exercício de aula.
Na primeira hora da tarde
recitação de cor da gramática, latina e grega, enquanto o professor revê as
notas dos decuriões e corrige, durante uma meia hora no máximo, os trabalhos
escritos passados pela manhã, ou os que sobraram dos trazidos de casa. Por
último, repetição da última lição de gramática.
Na segunda hora da tarde,
explicação da sintaxe à subdivisão mais adiantada, e à outra, dos elementos
sobre os gêneros dos substantivos e depois das quatorze regras. Para o grego
reserve-se pouco mais de um quarto de hora.
Na última meia hora,
desafio ou explicação de algum ditado sobre as regras da gramática.
No sábado, na primeira
hora da manhã, recitação de cor, pública, de todas as preleções da semana.
Segunda hora repetição; última meia hora, desafio (desafio declamação).
Mesmo horário de tarde, a
não ser que na primeira hora, à recitação de gramática se acrescente também a
de catecismo. Na última meia hora, explicação de catecismo ou exortação
espiritual, salvo quando tenha sido feita na sexta feira; neste caso,
empregue-se o tempo na estudo daquilo que cedeu o lugar ao catecismo.
3. Método de corrigir
os trabalhos escritos. - Na correção dos trabalhos escritos, aponte as
falhas cometidas contra as regras de gramática, de ortografia e de pontuação;
observe se foram evitadas as dificuldades; explique tudo de acordo com as
normas da gramática e não deixa passar ocasião de repetir as conjunções e
declinações.
4. Exercícios durante a correção dos trabalhos escritos. - Enquanto corrige os trabalhos escritos, poderá
o professor passar aos alunos os exercícios seguintes: verter para o latim um
ditado vernáculo de acordo com as regras da sintaxe, traduzir um trecho de
Cícero do latim para o vernáculo e em seguida retrovertê-lo para o latim; das
regras de gramática, sobretudo das explicadas recentemente, recolher
dificuldades ou expressões para propor aos êmulos, articular ou compor
concordâncias, copiar grego, e outros semelhantes (Ver nota p. 446 em
Prachtler).
5. Exigir
gramática. - Na repetição da preleção colha às vezes (muitas vezes) o
ensejo de declinar, conjugar e interrogar gramática de todos os modos.
6. Preleção dos autores. - A preleção de Cícero, que por via de regra não excederá quatro linhas,
obedecerá ao método seguinte: Em primeiro lugar leia seguidamente todo o trecho
e indique, resumidamente, em vernáculo, o sentido. Em seguida traduza o
período no idioma pátrio, palavra por palavra. Em terceiro lugar, retomando o
trecho de princípio, indique-lhe a estrutura, e, analisando o período, mostre
as palavras e os casos por elas regidos, estenda-se sobre a maior parte dos
pontos relativos às regras de gramática explicadas; faça uma ou outra observação, mas muito
simples, sobre a língua latina; explique as metáforas com exemplos muito
acessíveis e não dite cousa alguma, a não ser talvez o argumento. Em quarto
lugar percorra de novo o trecho do autor em vernáculo.
7. Assunto dos
exercícios escritos. - O assunto de exercício escrito deverá ser ditado,
palavra por palavra, em vernáculo; ser claro, não exceder, geralmente, quatro
linhas e servir principalmente à aplicação das regras de gramática. Às vezes
poderá mandar-se aos alunos que transcrevam alguma versão curta de Cícero, ou
alguma expressão para aplicação das regras de sintaxe, ou a própria lição dos
elementos de grego que deverão estudar a ou outros trabalhos semelhantes.
8. Preleção de gramática. - A lição de gramática, restrinja-se, no
máximo, a uma regra e antes de estar bem aprendida, não se passe à seguinte.
9. Desafio. - O desafio ou exercício de aula pode versar sobre as faltas que um êmulo
descobriu nos trabalhos escritos do outro, sobre questões relativas aos pontos
em que se exercitaram na primeira hora, sobre perguntas de locuções vernáculas
para aplicação regra de sintaxe (procure-se que o interrogado repita,
imediatamente, com as mesmas palavras, a expressão posta e depois de breve
reflexão enuncie quanto possível, não palavra por palavra, mas toda, de uma só
vez, em latim), sobre as flexões de nomes e verbos mais especialmente dos que
ocorreram na preleção, conservando ou saltando a ordem dos casos e tempos,
declinando os nomes isolados ou articulando substantivos, adjetivos pronomes,
sobre a recitação das definições das noções elementares, ou exemplos, sobre a versão
rápida das formas verbais do latim para o vernáculo e vice-versa, sobre
transposição da voz ativa para a passiva, sobre a indicação dos pretéritos e
supinos, dos gêneros e casos dos nomes propostos e outros exercícios
semelhantes a critério do professor.
REGRAS DOS ESCOLÁSTICOS DA NOSSA COMPANHIA
1. Pureza dalma e intenção. - Esforcem-se, antes tudo, os nossos
escolásticos por conservar a pureza dalma e ter nos estudos intenção reta, não
procurando neles senão a glória de Deus e a salvação das almas. Nas suas
orações peçam freqüentemente a graça de adiantar na ciência e de se tornar
capazes, como deles espera a Companhia, de cultivar, com a doutrina e o
exemplo, a vinha de Cristo Senhor Nosso.
2. Aliança das virtudes sólidas com o estudo. - Apliquem-se aos
estudos com seriedade e constância; e como se devem acautelar para que o fervor
dos estudos não arrefeça o amor das virtudes sólidas e da vida religiosa, assim
também se devem persuadir que, nos colégios, não poderão fazer cousa mais
agradável a Deus do que, com a intenção que se disse acima, aplicar-se
diligentemente aos estudos; e ainda que
no cheguem nunca a exercitar o que aprenderam, tenham por certo que o trabalho
de estudar, empreendido, como é de razão, por obediência e caridade, é de grande
merecimento na presença da divina e soberana majestade.
3. Estudar de conformidade com a direção do
Superior. - Siga cada um a faculdade e ouça os professores que lhe assinar
o superior; observem todos com empenho o horário e método de estudos prescritos
pelo Prefeito ou Professor e não utilizem outros livros além dos que lhe forem
dados pelo mesmo Prefeito.
4. Diligência. - Sejam assíduos em ouvir as aulas, diligentes
em prepará-las e, depois de ouvidas, em repeti-las; perguntem o que não
entenderam; tomem nota das cousas mais importantes para auxiliar as
deficiências da memória.
5. Disputas públicas. - Compareçam às
disputas ordinárias das aulas que freqüentam e procurem, mas com modéstia, dar
boa prova de seu saber.
6. Disputas privadas. - Assistam todos, também, às disputas e
repetições privadas de cada dia, e os que disputam obedeçam religiosamente ao
que presida.
7. Modéstia. - No caminho para as
escolas públicas vão e voltem juntos, com a modéstia interna e externa que
contribua para a edificação própria e dos de fora.
8. Conversa com os externos. - As
conversas dos que tiverem licença de falar com os estudantes externos, versem
exclusivamente sobre assuntos literários ou relativos ao aproveitamento
espiritual, conforme parecer a todos mais conveniente, para a maior glória de
Deus.
9. Uso do latim. - Todos, mas de modo especial os que se aplicam
aos estudos de humanidades, falem latim; aprendam de cor o que lhes for
prescrito pelo professor e, nas composições, trabalhem, com esmero, o estilo.
10. Tempo de
estudo. - Ninguém se aplique por mais de duas horas ao trabalho de ler e
escrever sem interromper o estudo com algum breve intervalo.
11. Método do
estudo privado. - Nas horas marcadas para o estudo privado os que seguem as
faculdades superiores releiam em casa os apontamentos da aula
curando entendê-los e, uma vez entendidos, formulem a si mesmos as
dificuldades, e as resolvam; o que não conseguirem apontem para perguntar ou
disputar.
DIRETIVAS PARA OS QUE REPETEM PRIVADAMENTE A TEOLOGIA EM DOIS ANOS.
1. Regras dos
escolásticos. - Observem como os outros, as regras dos escolásticos, exceto
as que se referem à freqüência das aulas e às repetições
respectivas; esforcem-se especialmente, com todo empenho para que não arrefeça,
com o fervor dos estudos, o amor das virtudes sólidas.
2. Presença na conferência de
casos e nas disputas. - Como os outros estudantes de teologia estejam
presentes à conferência de casos, aos outros atos e disputas mensais.
3. Resumir os
argumentos. - Às disputas mensais dos filósofos não só devem estar
presentes, mas poderão também resumir os argumentos. O mesmo se diga das
disputas semanais dos estudantes de teologia, quando os professores não
estiverem presentes.
4. Questões omitidas ou percorridas resumidamente. - De conformidade com o método de estudos e o
horário prescrito pelo Prefeito, apliquem-se com diligência e rigor às questões
que ou não estudaram ou só percorreram por alto e, para este fim, utilizem-se
os melhores comentários.
5. Estudo das questões
importantes. - Aplique-se em seguida às questões importantes de toda a
teologia, como, por exemplo, da primeira parte, acerca da visão de Deus, da
ciência divina, da predestinação, da SSma. Trindade, e assim, das outras
partes. E não só considerem com empenho o que escreveram os autores, mas
também, com o esforço pessoal da inteligência disponham os fundamentos e os
princípios da teologia dos quais dependem as séries das questões principais,
observando em tudo com a máxima fidelidade o que prescrevem as Constituições da
Companhia sobre o dever de seguir a doutrina de Santo Tomás.
6. Escrever algumas questões. - Escrevam de propósito algumas questões com os seus fundamentos, as suas
conclusões e soluções de dificuldades, à maneira escolástica, como se as
devessem apresentar como lições e cada mês ou de dois em dois meses, as mostrem
ao Prefeito de estudo para ser por ele dirigido.
7. Lições
privadas. - Poderão também, às vezes, dar essas aulas ou, em particular na
presença dos nossos professores, ou nas repetições dos estudantes de teologia
por três quartos de hora, para que, no fim, possam os padres presentes opor
objeções, ou ainda, se parecer bem, no refeitório.
8. Lições
públicas. - Poderão ainda apresentar questões semelhantes sobre algum
assunto importante, contanto que
se possa concluir, no máximo, em dez lições, dadas em aula e hora, nas quais os
estudantes de teologia que o quiserem possam assistir.
9. Atos. - Seja-lhes assinado
tempo para quatro atos particulares e um geral: o primeiro particular, seja
mais ou menos no começo do primeiro semestre, o segundo no fim, e assim, em
cada semestre, os demais, de maneira que o ato geral encerre o último semestre.
10. Como poderão
defender as opiniões próprias. - É-lhes permitido, nos atos, afastar-se das
opiniões dos seus mestres, e, se quiser, defender as próprias, contanto que não
contradigam à doutrina de Santo Tomás, em conformidade com o decreto da quinta
Congregação. Neste caso, porém, deverão a tempo entender-se com o Prefeito e
com quem presidirá ao ato, não somente acerca das próprias teses, senão também
dos fundamentos e princípios com que a querem defender. E para que melhor
possam dar mostra do seu talento, deixe-os o Presidente responder livremente e
não os interrompa senão quando for de absoluta necessidade.
11. Erudição. - Saibam
finalmente que, durante este biênio, se devem esforçar não só para se instruir
e habilitar na teologia, senão também para adquirir erudição das ciências
eclesiásticas que convém a um teólogo.
12. Conci1ios,
controvérsias, cânones. - Para este fim determinem todos os dias tempo
certo, destinado à leitura cuidadosa da Sagrada Escritura, dos Concílios, das
Controvérsias e do Direito canônico; apontem, com ordem, o que parecer digno de
nota; não preparem, porém, de propósito, pregação alguma; destas notas, poderão
às vezes, apresentar alguma cousa, como lições, no refeitório ou em outro lugar
que ao Superior parecer conveniente.
13. Estudo do
Direito Canônico. - No estudo dos cânones omitam a parte judiciária e
dediquem-se exclusivamente à eclesiástica (1832...).
14. Seguir a
inclinação da natureza - Apliquem-se, especialmente, com o maior
empenho ao estudo para o qual se sentem mais inclinados depois de tratar
diligentemente o assunto com o Superior; não omitam, porém, nenhuma das
disciplinas prescritas.
REGRAS DO AJUDANTE DO PROFESSOR OU BEDEL.
1. Obediência ao
Professor. - Seu dever é executar fielmente tudo o que lhe prescrever o
Professor e de modo especial quanto se refere aos exercícios escolares.
2. Sobre a aula.
- Zele pelo asseio da aula e da cátedra; providencie para que nela haja
algum quadro piedoso; não faltem assentos; estejam limpos e em ordem; se
consertem os quebrados ou estragados; se reservem para os nossos e para os
outros religiosos lugares separados dos externos; as aulas se abram a tempo.
3. Avisar a
tempo os estudantes. - Avise com antecedência, de acordo com o que for
determinado pelo Professor, os estudantes que a seu tempo deverão disputar,
repetir, defender teses ou desempenhar-se de outras obrigações.
4. Teses. - Avise com
antecedência de sete dias os que deverão defender as teses semanais. Procure
que estas teses se escrevam a tempo; apresente-as primeiro à correção do
Professor, depois à revisão do Prefeito; corrigidas e revistas, avise o
defendente que traga copiados o número de exemplares necessários; destes afixe
um, bem escrito, em lugar público, na manhã da véspera da disputa, os outros
distribua mais tarde entre os argüentes.
5. Relógio. -
Tenha sempre consigo um relógio tanto aulas como nas disputas, avise o Prefeito
e o Professor do tempo passado afim de que os argüentes não ultrapassem os
limites marcados. Segundo as ordens do Prefeito dê nas disputas o sinal do
começo e do fim.
6. Atos públicos. - Procure ornar a aula ou o salão para os atos
públicos em conformidade com os costumes da Academia e distribua os lugares aos
que a estes atos ou quaisquer disputas foram convidados para argumentar ou dar
brilho à cerimônia.
7. O que deve
referir ao Superior. - Se notar que algum dos nossos estudantes não
comparece às lições, repetições, disputas ou deixa de cumprir algum dos deveres
relativos ao estudo ou à disciplina, leve-o ao conhecimento do Superior.
REGRAS DOS ALUNOS
EXTERNOS DA COMPANHIA.
1. Aliança da
ciência à piedade. - Os que, com o fim de se instruir, freqüentam os
colégios da Companhia de Jesus, entendam que, com a graça de Deus, se empregará
todo o cuidado para que sejam formados não menos na piedade e nas outras
virtudes do que nas artes liberais.
2. Aula que se
deverá freqüentar. – Freqüentará cada um a aula, que, após exame, lhe for
assinada pelo Prefeito.
3. Confissão e
missa. – Confessem-se todos ao menos uma vez por mês; assistam piedosamente
à missa, todos os dias, na hora marcada e nos dias festivos à pregação.
4. Doutrina
cristã. – Uma vez por semana compareçam todos à explicação do catecismo (da
doutrina cristã) a lhe aprendam o compêndio, conforme lhes prescreveram os
professores.
5. Proibição de
armas. – Nenhum aluno entre no colégio com armas, espadins, canivetes e
outros instrumentos proibidos, segundo a diversidade de lugar e de tempo.
6. De que se
devem abster. – Abstenham-se completamente de juramentos, insultos,
injúrias, detrações, mentiras, jogos proibidos, lugares perniciosos ou
interditos pelo Prefeito de aulas, numa palavra, de quanto possa ofender a
honestidade dos costumes.
7. Recurso ao
corretor. – Entendam que, em tudo quanto se refere ao estudo e à
disciplina, se forem ineficientes as ordens e os avisos, recorrerão os
Professores ao corretor para puni-los. Os que recusarem aceitar recusar o
castigo, ou não derem esperança de emenda ou incomodaremos colegas e com o seu
exemplo lhes forem prejudiciais, saibam que serão despedidos dos nossos
colégios.
8. Obediência.
– Obedeçam todos aos seus professores e, tanto nas aulas como em casa, observem
com toda a diligência o método de estudo por eles prescrito.
9. Diligência.
– Apliquem-se aos estudos com seriedade e constância; sejam assíduos em
freqüentar cedo as aulas, e diligentes em ouvir e repetir as lições e dar conta
dos outros exercícios. Se não houverem compreendido bem algum ponto ou sobre
ele tiverem dúvida, consultem o Professor.
10. Tranqüilidade e silêncio. - Nas aulas não vão de um para outro
lado; mas fique cada um no seu lugar, modesto e silencioso, atento a si e aos
seus trabalhos. Sem licença do Professor não saiam da aula. Não estraguem nem
manchem os bancos, a cátedra, as cadeiras, as paredes, portas e janelas ou
outros lugares, com desenhos, ou escrituras, com canivete ou de outra maneira.
11. Fugir das más companhias. - Fujam das companhias más ou
simplesmente suspeitas; tratem somente com aqueles cujo convívio e exemplo
possam aproveitar no estudo e na virtude.
12. Livros de que se devem abster. - Abstenham-se completamente da
leitura de livros perniciosos e inúteis.
13. Proibidos
espetáculos e teatros. - Não vão a espetáculos públicos, comédias, nem à
execução de condenados; e sem licença dos Professores e do Prefeito de estudos,
não representem nenhum papel em teatros de fora.
14. Piedade.
- Esforcem-se por conservar a sinceridade e pureza da alma e obedecer com
toda a fidelidade a lei divina. Recomendem-se com freqüência e com fervor a
Deus (ao Sagrado Coração de Jesus), à Santíssima Virgem e aos demais
santos. Implorem muitas vezes a ajuda dos Santos Anjos, especialmente do Anjo
da Guarda. Observem a modéstia sempre e em toda a parte, mas principalmente na
igreja e na aula.
15. Exemplo da vida. - Finalmente em todas as suas ações
comportem-se de tal modo que cada um veja logo que se aplicam eles não menos à
prática da virtude e a inteireza da vida do que às letras e à ciência.
REGRAS DA ACADEMIA.
1. Natureza da Academia. - Sob o nome
de Academia entendemos uma união de estudantes (distintos pelo talento e pela piedade), escolhidos entre todos os alunos, que, sob a
presidência de um membro da companhia, se congregam para entregar-se a certos
exercícios relacionados com os assuntos.
2. Os que se devem admitir. - À Academia pertencem todos os membros da
Congregação Mariana pelo simples fato de serem nela recebidos, e os religiosos
que, porventura, freqüentem nossas aulas. Onde for costume e o Reitor aprovar,
poderão ser também admitidos os que não pertencerem à Congregação e mesmo que
não sejam nossos alunos.
3. Qualidades dos membros da Academia. - Nas
virtudes cristãs e na piedade, na aplicação aos estudos e observância da
disciplina escolar deverão os membros da Academia avantajar-se a todos os
outros estudantes e servir-lhes de modelo.
4. Diretor da Academia. - À frente de cada Academia ponha o Reitor do Colégio, como Diretor, algum
dos professores ou outro membro idôneo da Companhia.
5. Número de Academias. - Numa Academia
poderão reunir-se os estudantes de teologia e filosofia, em outra, os de
Retórica e Humanidades, numa
terceira todos os gramáticos, se não forem muito numerosos nem muito desiguais
no aproveitamento de modo que os mesmos exercícios possam ser úteis a todos; no
caso contrário, cada aula poderá ter a sua Academia.
6. Freqüência e exercício. - O bom
resultado da Academia depende principalmente da freqüência e do empenho nos
exercícios, da parte seus membros. Por isso, os que faltarem muitas vezes ou
recusarem desempenhar-se dos exercícios que lhes tocarem, principalmente os
que, por sua imodéstia, perturbarem e escandalizarem os outros, deverão ser
despedidos.
7. Oficiais. - Os oficiais que, em cada
Academia, de três em três ou de quatro em quatro meses deverão ser eleitos pela
votação secreta, são, por via de regra, os seguintes: o reitor da Academia,
dois conselheiros e um secretário. A estes poderão acrescentar-se outros
dignitários e distribuir-lhes os respectivos ofícios, de acordo com o número
dos Acadêmicos e os costumes do lugar, a juízo do Reitor do Colégio.
8. Reitor. - Na Academia dos estudantes
de teologia, o Reitor deverá ser, de regra, um teólogo; se algumas vezes
parecer conveniente eleger um filósofo, seja pelo menos um metafísico (estudante
do último ano). Na Academia dos
estudantes de retórica e de gramática, quando constar de várias classes,
seja da classe superior, ou alternadamente das classes inferiores, a juízo do
Reitor do Colégio. Como Reitor deverá eleger-se o que excele na virtude, no
talento e no saber; seu ofício é promover a Academia, marchar à frente dos
demais na virtude e na aplicação e no princípio ou no fim do seu reitorado
desempenhar-se de algum dos atos mais importantes da Academia, O Reitor da Academia
dos teólogos, se for teólogo, poderá, por vezes, na ausência do professor
dirigir a disputa dos filósofos, assistir os defendentes, resumir e urgir as
dificuldades dos argüentes.
9. Conselheiros. - No lugar de honra os
conselheiros vem imediatamente depois do reitor, e o primeiro conselheiro o
substituirá quando ausente; na ausência também do primeiro conselheiro, o
substituto será o segundo; desempenharão os misteres que lhes assinar o Diretor
da Academia por si ou por intermédio do reitor.
10. Secretário. - O
Secretário conservará com cuidado todos os livros da Academia; escreverá num
livro os nomes dos acadêmicos na ordem em que foram recebidos, nele apontará separadamente os
nomes dos oficiais e a data da eleição e todos os atos da Academia com os nomes
dos Acadêmicos que desempenharam alguma função; na Academia dos Retóricos transcreva
também, escolhidas pelo Diretor, algumas das orações, poemas e poesias, que
foram afixadas. Avise também com
tempo para que se preparem os que souber foram designados pelo Diretor para
certos exercícios acadêmicos, a menos que, na Academia dos teólogos, este
ofício se julgasse melhor deixar ao bedel. No fim de cada sessão avise,
publicamente, os exercícios da sessão seguinte e os nomes dos que deles
se hão de desempenhar. Com antecedência, proponha em público as teses, e, na
retórica, a solução de problemas e enigmas.
11. Consultas. - Três
ou quatro vezes no ano, isto é, após a eleição do Reitor, reúnam-se consultas
de todos os acadêmicos ou, pelo menos, dos oficiais com o Diretor afim de
tratar do desenvolvimento da Academia e da remoção dos obstáculos que lhe
possam impedir o progresso.
12. Leitura das regras.
- Nas consultas, ou antes, da eleição do Reitor leiam-se as regras da
Academia que deverão estar escritas num quadro ou no livro da Academia em que
depois se hão de registrar os nomes dos Acadêmicos.
REGRAS DO PREFEITO
DA ACADEMIA.
1. Estimular à piedade.
- Procure estimular os acadêmicos não só aos estudos, senão também à
piedade; valendo-se, para este fim, do exemplo de virtudes e, em se oferecendo
a ocasião, de conversas particulares.
2. Observância das
regras. - Procure que se observem com rigor as regras da Academia,
sobretudo nos exercícios quotidiano dos acadêmicos exija freqüência e
diligência.
3. Exercícios. - Providencie
para que todos os acadêmicos, quanto for possível, sejam exercitados, por
turno, nas várias formas de atividade.
4. Nenhuma inovação sem
licença. - Sem licença do
Reitor, não suprima costumes recebidos nem introduza novos; não tome iniciativa
de alguma importância sem o informar; o que for prescrito execute com
fidelidade.
5. Horário da Academia.
- Organize o horário da Academia, isto é, das repetições, disputas e cousas
semelhantes, de modo que não se perturbe o horário da Congregação, afim de que
os acadêmicos possam assistir a ambos os exercícios; por esta mesma razão, sem
motivo grave, durante a reunião da Congregação, ninguém deverá ser detido em
conversas particulares.
REGRAS DA ACADEMIA DOS TEÓLOGOS E FILÓSOFOS.
1. Espécies de
exercícios. - Os exercícios desta Academia são, geralmente, de quatro
espécies: repetições diárias das preleções, disputas, preleções ou disputas
científicas, atos solenes de defesa pública de teses.
2. Repetições. -
As repetições, que duram uma hora mais ou menos, fazem-se todos os dias de
aula, exceto os impedidos pelas disputas mensais. Escolha-se a hora mais
cômoda, contanto que, na Quaresma, ao menos duas vezes semana, se deixe livre
para assistir ao sermão.
3. Forma das
repetições. - Cada classe repetirá separadamente, uma de teologia e três
de filosofia se tantos forem os professores; um ou dois acadêmicos repetirão a
lição, e um ou dois farão dificuldades. Às repetições de teologia presidirá ou
o próprio Prefeito da Academia, ou o seu substituto, ou, pelo menos, um teólogo
do quinto ano dos mais adiantados, designados pelo Reitor do Colégio. Às
repetições de filosofia presidirá e por via de regra, em cada classe, um dos
teólogos da Companhia, nomeado igualmente pelo Reitor.
4. Forma das
disputas. - As disputas realizar-se-ão uma vez por semana, quando forem
poucos os membros da Academia, duas, quando numerosos, no dia feriado ou também
no domingo. No domingo, depois do jantar, durante uma hora, quase sempre, um
filósofo defenderá e dois argumentarão; no dia feriado, por duas horas, defenderão
dois ou três, um teólogo e os outros filósofos, outros tantos ou mais argumentarão.
5. Teses. -
O teólogo, se for o único a defender, apresente sempre algumas teses
filosóficas, o metafísico algumas físicas e lógicas. Contra teólogos
argumentarão sempre teólogos; contra filósofos argumentará em primeiro lugar
algum da classe imediatamente superior, em seguida, um condiscípulo.
6. Presidência
das disputas. – Nas disputas tanto de filósofos quanto de teólogos, se
estiver presente o professor do defendente, caber-lhe-á a presidência; do
contrário, presidirá o Prefeito da Academia ou o seu substituto.
7. Preleções. – De
tempos a tempos poderá haver preleções; nelas, um membro da academia trate, da
cátedra, em forma erudita alguma questão desenvolvida com trabalho pessoal ou
um problema interessante com a exposição e confirmação das razoes pro e contra;
um ou dois proporão objeções. Estas preleções, antes de se realizarem, deverão
ser apresentadas ao Prefeito da Academia e por ele aprovadas.
8. Atos. – Dos
atos mais solenes que se poderão realizar no Natal, na Páscoa, no Pentecostes
ou em outra ocasião desincumbir-se-á, salvo razão em contrário o próprio Reitor
da Academia ou outro escolhido pelo Prefeito. Nestes atos, sob a presidência do
Professor, se abrangerá e defenderá, em algumas teses, uma parte da teologia ou
da filosofia.
9. Solenidade
dos atos. – Deve procurar-se que estes atos se realizem com certa
solenidade; o defendente abra com um prólogo e remate com um epílogo, que
deverão ser antes submetidos como tudo o que se lê em publico, à revisão e
aprovação do Prefeito geral dos estudos. Para dar mais brilho à disputa poderão
convidar-se também os alunos externos para argumentar e outras pessoas para
assistir.
10. Introdução. –
Um mês, mais ou menos, antes do começo das aulas, se parecer ao Reitor, por uns
quinze dias no mínimo haja, para os que vão começar a filosofia, um curso de
introdução ou sumário feito por um dos nossos, determinado pelo Reitor ou
talvez por um acadêmico escolhido pelo Prefeito.
11. Revisão de
teses. - Todas as teses, tanto as dos atos solenes como as semanais, antes
de serem defendidas ou afixadas, deverão ser revistas pelo Prefeito da Academia
e pelo Professor do defendente.
REGRAS DO PREFEITO DA ACADEMIA DOS
TEÓLOGOS E FILÓSOFOS.
1. Forma dos
exercícios. - Além das diretivas comuns, do Prefeito em geral, mencionadas
nas regras da Academia, procure que nas repetições diárias se observem a mesma
forma e maneira de repetir, argumentar e disputar que seguem os nossos
estudantes nas repetições domésticas; nos atos, porém, e na defesa de outras
teses atenha-se ao método comum.
2. Inspecionar
as repetições. - Para este fim inspecione freqüentes vezes as repetições,
ora estas, ora aquelas, e verifique se se realizam com diligência e modéstia,
se os repetidores se desempenham com acerto do seu oficio, dirigindo-os, onde
for mister.
3. Os que
deverão ser mais exercitados. - Será conveniente exercitar com mais
freqüência os que deverão defender logo o curso de filosofia ou teologia ou
realizar algum ato da Academia, e, para que se apresentem mais preparados,
procure adverti-los e dirigilos.
4. Do
assistente. - Com licença do Reitor poderá dividir a sua responsabilidade e
trabalho com um assistente, confiando-lhe, se nada houver em contrário, as repetições
de teologia, com ele presidindo as disputas e alternadamente, sobretudo nos dias feriados, e
executando, por seu intermédio, conforme julgar necessário, tudo o mais que se
refere às teses diárias e aos atos extraordinários.
REGRAS DA ACADEMIA
DOS RETÓRICOS HUMANISTAS.
1. Dias de
reunião. - Reunir-se-ão os acadêmicos nos domingos, ou, se for mais
conveniente, nos dias feriados em local designado pelo Reitor do colégio.
2. Exercícios por parte do Prefeito. - Os
exercícios desta Academia são, de ordinário, os seguintes. Conforme lhe parecer
oportuno, poderá o Prefeito dar uma lição ou formular questões acerca de um
assunto escolhido ou de um autor; às vezes explicar alguns preceitos da
oratória mais difíceis, de Aristóteles, Cícero ou outros mestres de retórica;
outras percorrer seguidamente um autor e depois interrogar os acadêmicos, ou
propor-lhes questões a resolver e outros semelhantes.
3. Por parte dos
acadêmicos. - Muitas vezes, omitidos estes exercícios, os próprios
acadêmicos apresentem discursos, poesias, declamações, de cor ou de improviso;
instituam entre si, com aprovação do Prefeito, debate forma de acusação e
defesa; dêem uma lição contra qual pelo menos dois apresentem objeções;
defendam e ataquem uma tese, em forma oratória mais do que
dialética; excogitem problemas e insígnias sobre determinado assunto; componham
inscrições ou descrições e resolvam enigmas; exercitem-se na invenção pensando
cada um nos argumentos para provar um assunto proposto, de improviso ou com
preparo de reflexão; adaptem, na expressão ao assunto pensado as figuras de
palavras e de sentença; escrevam temas de diálogos, poemas e tragédias; imitem
uma oração inteira de algum orador insigne ou uma poesia; componham algum
trabalho coletivo, contribuindo cada qual com a sua sentença sobre um assunto
proposto; apresentem todos as sentenças ou livro que lhes tenha sido
distribuído. Numa palavra exercitar-se em tudo quanto pode formar para a
eloqüência ou dela resulta.
4. Exercícios públicos. - E’ de grande vantagem que alguns dos melhores dentre estes exercícios —
preleções, declamações, defesas de teses — sejam feitos, sobretudo pelo reitor
da Academia com certa solenidade e assistência de ouvintes ilustres.
5. Prêmios
particulares. - De quando em quando poderão dar-se prêmios particulares
aos que melhor escreverem algum trabalho, ou recitarem ou resolverem enigmas e
problemas retóricos.
6. Prêmios
públicos. - Uma vez no ano poderão distribuir-se a todos os acadêmicos
juntos prêmios mais solenes, obtidos por contribuição ou de outro modo que ao
Reitor do Colégio parecer melhor.
7. Festa de Nossa Senhora ou do Santo Patrono. - Uma vez, pelo menos, no ano (em todos os
anos), com grande pompa de orações, poesias, versos afixados à parede,
variedade de emblemas e insígnias, celebre-se uma festa de Nossa Senhora (ou do
Patrono), determinada pelo Reitor do Colégio.
REGRAS DA ACADEMIA DOS GRAMÁTICOS.
1. Exercício de
gramática. - Em geral, o Prefeito explique, como que antecipando algum
ponto escolhido da gramática que hão de ver na aula, ou leia trechos de algum
autor elegante e ameno, ou exija uma repetição ou exercício do que foi exposto
na aula.
2. Repetição. - No
começo da sessão deve haver sempre um preparado para responder sobre o que foi
dito na sessão anterior; contra ele três ou mais poderão formular dificuldades
ou propor locuções vernáculas para se traduzirem em latim; do mesmo modo
repetirão imediatamente a lição dada pelo Prefeito.
3. Disputem com
freqüência e com vigor: os exercícios poderão versar sobre o estilo, a memória,
a variação de frases, a tradução e a gramática grega, e outros assuntos
semelhantes prescritos pelo Prefeito.
4. Às vezes venham
preparados alguns ou mesmo todos preparados para contar de cor um apoftegma
curto ou um fato.
5. Outras vezes
poderão recitar da cátedra as lições dadas na aula pelo Professor,
acrescentando-lhes uma pequena introdução ou ainda, se parecer, algumas
observações.
6. Haverá também
proveito em que os acadêmicos, e de modo especial o Reitor, dêem por vezes
alguma aula com certa solenidade e convite de outras pessoas; acrescente-se um
desafio de dois ou três, e, se parecer conveniente, distribuam-se prêmios
particulares.
7. Poderá o
Prefeito impor, com penalidade, um trabalho literário e mandar ler em público
os nomes dos que se portaram com menos acerto e diligência.
8. Em conclusão,
proponham-se e variem-se os exercícios de modo que não só sejam úteis, senão
também agradáveis e dignos, afim de que os acadêmicos, com estas horas
aprazíveis, sejam mais atraídos ao estudo.
A.M.D.G
P. Leonel Franca, S. J.
BIBLIOGRAFIA
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FRUSIUS, Andréas, S.J., (Des Freux), De Utraque Copia Verborum et Rerum Praecepta Antuérpia, ex officina Palntiniana, 1568.
Institutum Societatis Iesu, Florentiae, 1892, 3 vols. Contém os documentos pontifícios relativos à Companhia de Jesus, as Constituições de S. Inácio, os decretos da Congregações Gerais, e outros documentos oficiais da Ordem.
Jouvancy, Joseph, S.J., Christianis Litterarum Magistris de Ratione Discendi et Docendi, Lugduni, 1692, sem indicação do autor nem do editor. A edição “oficial” é: Magistris Scholarum Inferiorum Societatis Iesu De Ratione Discendi et Docendi. Ex decreto Congregat., Generalis XIV. Auctore Josepho Juventio Soc., Iesu, Florentiae, apud Michaelem Nestenium, 1703. É talvez o mais conhecido dos documentos pedagógicos da Ordem, depois do Ratio. Jouvancy foi um escritor extraordinariamente fecundo. Sommervogel consagra-lhe 29 colunas (t. IV 830-859). O seu tratado pedagógico encontra-se quase integral no Thesaurus Spiritualis Magistrorum q.v., uma tradução alemã completa foi incluída na Bibliothek der katolischen Paedagogik, vol. X; a francesa, de Lefortier, foi impressa em Paris, 1803. Do original latino tiraram-se numerosas edições em Paris (1692, 1696, 1711, 1721, 1725, 1780, 1764, 1778, 1809, 1825), Florença (1703, 1708), Francfort (1706), Lublin (1746), Varsóvia, s.d., Palermo (1755), Gand (1788).
JUVENTIUS, Joseph, S.J. Vd. Jouvancy,
Joseph, S.J.
KROPF, F.X., S.J., Ratio et Via
recte atque ordine Procedenti in Literis Humanioribus aetati tenerae tradentis,
Munich, 1763. Gymnasial-Pädagogik in Bibliothek der Katholischen
Paedagogik, Vol. X.
Litterae Annue Societatis Iesu, 1581, 1586-1587, 1592, 1593, 1594-1595, 1597, 1600. São relatórios oficiais enviados à Roma de todas as Províncias da Ordem, e impressos em vários lugares.
MANAREUS,
Oliverius, S.J., De Rebus Societatis Iesu Commentarius, Florentiae, 1886.
Manuel dês Jeunes Professeurs, Paris, 1842, 588 pp.
Manual compilado para os professores jesuítas. Encerra:
a) a) Observations relatives à la bonne tênue
d´un pensionnat ;
b) b) P. Sacchini (q.v.) Paraenesis ad magistro
acholarum inferiorum S.J. ;
c) c) P. Sacchini Protrepti ad magistros
etc. ;
d) d) P. Gaudier, De recto agendi nostrorum cum
convictoribus ;
e) e) P. Yudde, Instructions pour les jeunes
professeurs ;
f)
f)
Instructio pro magistris
Societatis ;
g) g) Ratio Studiorum pro scholis inferioribus.
Monumenta Historica Societatis Iesu nunc
primum edita a Patribus eiusdem Societatis, Madrid, 1894. Inestimável coleção de documentos
originais relativos à história dos primeiros tempos da Companhia de Jesus.
Publicada pelos jesuitas espanhois. Os volumes mais utilizados para o nosso
estudo foram os seguintes :
1. 1. Epistolae Patrum Paschasii Broet, Claudii
Jaii, Ioannis Codurii et Simonis Rodericii, Madrid, 1903.
2. 2. Sanctus Franciscus Borgia Quartus Gandiae
Duz et Soc. Iesu Praepositus Generalis Tertius, 5 vols., Madrid, 1894-1911.
3. 3. Chronicon Societatis Iesu auctore Ioanne
Alphonso de Polanco, 6 vol., Madrid, 1894-1898.
4. 4. Epistolae Mixtae ex variis Europae locis
ab anno 1573 ad annum 1556 scriptae, 5 vols., Madrid, 1898-1901.
5. 5. Beati Petri Fabri Primi Sacerdotis
e Societate Iesu Epistolae, Memoriale et Processus, Madrid, 1914.
6. 6. Sancti Ignatii de Loyola Epistolae et
Instructiones, 12 vols.,
Madrid, 1903-1911.
7. 7. Scripta de Sancto Ignatio de Loyola, 2 vols., Madrid, 1904, 1918.
8. 8. Lainii Monumenta. Epistolae et Acta Patris
Iacob Lainii secundi Praepositi Generalis Societatis Iesu, 8 vols., Madrid, 1912-17.
9. 9. Litterae Quadrimestres ex universis
praeter Indiam et Brasiliam locis in quibus aliqui de Societate Iesu
versabantur Roman missae, 7 vols., Madrid, 1984-1932.
10. 10. Epistolae P. Hieronymi Nadal, 4 vols., Madrid, 1898-1905.
11. 11. Monumenta Paedagogica Societatis Iesu quae primam Rationem Studiorum anno
1586 editam praecessere, Madrid, 1901.
12. 12. Polanci Complementa, epistolae et commentarii, 2 vols., Madrid, 1916-17.
13. 13. Patris Petri de Ribadeneira Soc. Iesu Sacerdotis Confessiones, Epistolae
aliaque scripta inedita, 2 vols., Madrid, 1920-1923.
14. 14. Monumenta Xaveriana ex autographis vel ex antiquioribus exemplis Collecta, vol. I, Madrid, 1899.
MURETUS, M. Antonius, M. Antonii Mureti
Operum in usum scholarum selectorum tomi III, 3 vols., Patavii, apud
Josephum Cominum, 1741.
MURETUS, M. Antonii Mureto Variae
Lectiones, ed Ruhnken, Lugduni, 1798.
NADAL, Hieronymus, S.J., Scholia in
Constitutiones S.P. Ignatii auctore P. Hieronymo Nadali e Societate Iesu, Prati
in Etruria, 1883.
NEGRONE, Julius, S.J., Iulii Nigroni
Genuensis Societatis Iesu Orationes Quinque et Virginti nunc primum editae,
Mediolani, apud Haeredes Pacifici Pontii et Jo. Bapt., Piccaleum, 1608, 824 pp.
ORLANDINUS, Nicolas, S .J., Historia
Societatis Iesu, auctore Nicolao Orlandino, Societais eiusdem Sacerdote, Coloniae
Agrippinae, 1615. É a primeira parte da antiga História Geral da Ordem
continuada por Sacchini e Cordara ; abrange o período que vai de sua
fundação à morte de S. Inácio (1556).
PACHTLER, G.M., S.J., Ratio Studiorum et Institutiones Acholasticae Societatis Jesu per Germaniam olim vigentes, 4 vols., Berlim, Hofmann, 1887-1894. Constituem os 4 vols. II, V, IX e XVI dos Monumenta Germaniae Paedagogica, editados pelo Dr Karl Keherbach e encerram as várias edições do Ratio Studiorum, as ordenações escolares expedidas pelos Superiores maiores e outros documentos.
PERPINIANUS, Petrus, S.J., Petri Ioannis Perpiniani Valentini e Societate Iesu Orationes duodeviginti, Romae, apud Zennettum et Ruffinellum, 1587, 601 pp.
PERPINIANUS, Petrus, S.J., Petri Ioannis Perpiniani Societatis Iesu Aliquot Epistolae, ubi praeter caetera, de artis rhetoricae locis communibus, ac de inventute Graecis Latinisque literis erudienda agitur, Parisiis, 1683, 192 pp.
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d. d. Quarta Pars sive Ecerardus Auctore eod. Romae typis Dominici Manelphii [sic],
Fol. – De 1573-80.
e. e. Quinta Pars sive Claudius. Tomus Prior
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Europam gestas et alia quaedam supplevit Petrus Possinus ex ead. Soc. Romae ex
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f.
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posterior ab a. 1591-1616. Auctore Jos. Juvencio Soc. ej. Sac. Romae, 1710. Fol.
g. g. Sexta Pars. a. complectens res gestas sub
Mutio Vitellesco. Tomus prior ab a. 1616-25. Auctore Julio Cordara Soc. ej.
Sac. Romae ex typogr.
Antonii de Rubeis, 1750. Fol.
h. h. Sexta Pars. b. complectens res gestas sub Mut. Vit. Tomus
secundus ab. a. 1625-1633. Auctore eod. Romae typis Civilitatis Catholicae,
1859. Fol.
Historiae
Provinciae Austriae S.J. Pars I. ab exordio Soc. ejusdem ad annum Christi 1590.
Auctore Antonio Socher ejusdem Soc. Presbyteri. Viennae Austriae, typis Greg. Kürtzböck, Univ.
Typographo. Fol.
Historiae
Provinciae S.J. Germanicae Superioris.
Pars
I. Quinque primas annorum complexa decades. Authore Ignatio Agrícola S.J. Sacerdote. Sup. Permissu. Augustae Vindel.,
sumptibus Georgii Schlütler et Martini Happach. Anno 1727. Fol.
Pars
II. Ab. Anno
1581 ad 1600. Authore Ign. Agricola S.J. Sacerdote. Sup. Permissu. Aug. Vind. sumptibus Martíni Happach et Fr. Xav. Schüter.
Monachii, typis Mar. Magdal. Riedlin, 1729. Fol.
Pars
III. Historiae
Prov. S.J. Germ. a P. Ignatio Agricola S.J. p.m. olim coeptae, nunc
continuatae Pars Tertia ab Anno 1601 ad 1610. Authore Adamo Flotto S.J.
Sacerdote. Sup. Perm. Aug. Vind. Sumptibus Haeredum Martini Happach et
consortis. Anno 1734, Fol.
Pars
IV. Ab anno 1611
ad annum 1630. Autore Fr. Xav. Kropf, Soc. ejusdem Sacerdote. Sup. Perm. Sumptibus Joannis Gastl, biblipolae Pedepontani. Monachii, Typis Jo. Jacobi Votter,
Aul. Ac Stat. Provinc. Bav. Typographi. Anno 1746, Fol.
Pars
V. Ab anno 1631
ad annum 1640. Auctore Fr. Xav. Fropf. Soc. Ejusdem Sac. Aug. V. Typis Jos.
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